Capítulo 28

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Anahi Puente


    – Qual drink você estava tomando, antes de desperdiçar na cabeça daquele perdedor, baby? – Joseph perguntou.

    – Um Old Fashioned, mas eu acho que vou encerrar a noite por aqui. Foram emoções demais.

    Ele passou as costas da mão de leve pelo meu braço, onde estava marcado, me analisando por alguns segundos. 

    – Humm uma princesa difícil de agradar, meu tipo exato de mulher… 

    – Você está pretendendo me agradar, é? Ainda não sei o nome – eu disse inclinando o corpo em sua direção, igual Maite havia me ensinado. 

    Ele abriu um sorriso confiante, pegou minha mão na sua e a beijou.

    – Qual nome você quer que eu tenha? Me chame do que você quiser. 

    Ele acenou para o barman levar os nosso drinques até o seu camarote. Ao entrarmos, percebi o quão importante foi a viagem para Dubai e a insistência de Alfonso em me familiarizar com os ambientes refinados. Eu teria me impressionado facilmente com o camarote dele há um mês, mas ali naquele momento, minha expressão era a mais blasé de todas. 

    Pela raiva que Alfonso se referia a ele, imaginei que Joseph Foster fosse uma pessoa nojenta e que exalasse a aversão. Acabei me surpreendendo pela conversa fluir. Isso faria o meu trabalho muito mais fácil. Pelo menos isso, Deus. Claro que ele me tocava todo o tempo, e eu precisava fazer um grande esforço para não demonstrar que não queria, mas até que para um jogo de sedução de uma primeira noite estava indo bem.

    – Não imaginei que teria um momento tão bom essa noite – eu disse.

    – As melhores coisas sempre são as inesperadas, baby. Há muito tempo eu não conhecia alguém tão…. – ele disse passando a mão nos meus cabelos.

    – Tão?

    – Não sei explicar, você é tão autêntica. Eu estava severamente entediado dessa cidade até você aparecer. 

    Bebi um gole do meu drink. 

    – Então você não é daqui? – Joguei o ombro para o seu lado apontando o dedo indicador. – você tem mesmo um sotaque um pouco diferente, está na ponta da língua, mas não sai. 

    – E o que mais você faz com a ponta dessa língua? – perguntou com a mão na minha coxa. O cara era um vaselina completo, tirar alguma coisa dele não seria fácil. 

    Eram em momentos como esses que minha timidez aflorava com força. Mas ao invés de rir como uma boba e abaixar os olhos, respirei fundo e disse o encarando de frente. 

    – Querido, você não faz ideia das coisas que tenho em mente a fim de ter uma verdadeira experiência com você – coloquei minha boca bem perto do seu ouvido e sussurrei – entre quatro paredes ou não – mas eu preciso que seja verdadeiro ou nada feito. Não curto desconhecidos e mentiras me desanimam.

    Suas pupilas dilataram e ele apertou minha coxa, aproximando seu corpo ainda mais do meu. 

    – Dois mil dólares seriam suficientes para eu me tornar seu melhor amigo? 

    Revirei os olhos na mesma hora, sem conseguir disfarçar. Qual era o problema desses milionários? Ele percebeu e não se fez de rogado. 

Baunilha com Encrenca - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora