Capítulo 34

1K 81 23
                                    



Alfonso Herrera


    Tentei tirar as imagens horríveis que passavam pela minha mente sem descanso, vasculhar perímetro era o caralho, tinha um jeito muito mais fácil de resolver isso. 

    – Jeff – chamei o chefe de segurança acenando com os dedos – pegue os seus melhores homem e me siga. 

    – Sr. Herrera, eu veementemente sugiro… 

    – Veementemente? Isso é ao menos uma palavra? – perguntei. – Deixe os outros de prontidão, pegue aqueles que você mais confia e me siga.

    Não era hora de discutir, transferi as imagens da planta para o meu celular e com passos firmes dobrei a esquina, os seguranças não tiveram outra opção a não ser me seguir. O vigilante da boate observava desconfiado a nossa aproximação. 

    – Boa noite – eu disse e o escutei resmungar qualquer coisa em resposta – preciso que você seja discreto e me mostre como farei para chegar até esse lugar sem chamar atenção. 

    O homem nos analisou por um momento e proferiu sua resposta cuspindo no chão, sem ao menos olhar para onde apontei no celular. Pelo canto do olho observei Liam, um dos seguranças escolhidos por Jeff, levar sua mão ao coldre. Tirei algumas notas de cem dólares da carteira e mostrei ao vigilante.

– Você tem menos de um minuto, e eu sugiro que você escolha com sabedoria. Posso te encher de dinheiro e você me ajuda a recuperar uma pessoa que está aí dentro, ou os meus amigos podem te convencer de outra forma. 

    – Você não faz ideia com quem está falando, almofadinha – ele se levantou e bateu na minha mão fazendo o dinheiro cair. Os nós de seus dedos sangravam, com certeza foi um dos caras que bateu em Ryan. – Volte para o Gold Coast, se tinha alguma coisa sua aqui dentro…

    Ele não terminou a frase, apenas estalei os dedos e em milésimos de segundos ele estava rendido por quatro ex militares, armados até os dentes. Sua empáfia foi embora no segundo soco na boca que ele levou de Jeff.

Com o vigilante rendido, entramos em um estreito corredor. Ninguém falaria o tanto que eu tremia por dentro enquanto seguia o ponto vermelho no meu celular, que mostrava Anahi parada a centímetros de mim. Virei à direita chegando no exato ponto mostrado na minha tela e nada, não tinha nada ali, só uma ante sala decadente, iluminada por uma luz vermelha.

    E foi aí que me perdi. Eu literalmente enxerguei tudo vermelho, por dentro e por fora. Peguei o infeliz pelo colarinho e dei um soco em seu nariz, que se partiu no meio. Ele tentou se encolher no chão pela dor, mas não permiti. 

    – Você vai me falar agora aonde esses doentes pervertidos levam as mulheres para jogar poker.

    – E-eu não sei… – disse ele com a voz abafada pelo sangue que escorria de seu nariz. – Se o jogo já acabou eles podem ter ido embora. 

    – Você tem dez segundos antes que eu arrebente o resto da sua cara…

    – Sr. Herrera – Liam chamou minha atenção, trazendo um casaco de couro com pelos e um telefone. Era o aparelho que dei a Anahi em Dubai. 

    Parei a contagem regressiva, com o peito pesando uma tonelada, eu não conseguia respirar. Com as mãos dormentes dei outro soco no nariz do vigilante, minha racionalidade fora para o espaço. 

    – ONDE ELA ESTÁ CARALHO? – gritei, tentando achar uma foto no celular, mas o homem estava semiacordado.

    Jeff acionava os seguranças que ficaram do lado de fora para varrer a boate em busca de Anahi, quando um homem baixinho, com o rosto todo tatuado apareceu, apontando uma arma em nossa direção. 

Baunilha com Encrenca - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora