Capítulo 32

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Alfonso Herrera


    Frustrado, ouvi o telefone de Anahi cair na caixa postal mais uma vez. Meu dia foi completamente infernal desde a hora que dei de cara com Emma na minha sala. Não sei quando perdi a mão para comandar meus negócios. Apesar de conseguir novos clientes e parceiros, meus funcionários fazem o que querem. Por pouco Ashley não foi demitida, mas a recepcionista e os seguranças que deixaram Emma entrar na Herrera Tec. não tiveram tanta sorte.

    Estacionei em frente ao prédio da amiga de Anahi e chamei pelo interfone várias vezes. 

    – A senhorita Perroni saiu há algumas horas, não tem ninguém em casa – o porteiro disse. 

    – Maite? A amiga dela foi junto? – perguntei.

    – A senhorita Puente né? Também saiu. Tinha um homem esperando aqui fora um tempão. Saíram juntos. 

    Fechei as mãos ao lado do corpo, meu sangue ferveu. 

    – Um homem alto de cabelo comprido? 

    Ele negou com a cabeça.

    – Não, era um cara normal, de terno, cabelo preto. 

    – Obrigado, boa noite – agradeci, pensativo. 

    Entrei no meu carro rapidamente, a chuva estava apertando cada vez mais. Tentei ligar para Anahi mais vezes, porém sem sucesso. Pela descrição, o homem poderia ser Joseph e, se fosse mesmo ele, era um grande problema. Achei improvável que Anahi tivesse passado o endereço de Maite para aquele idiota. 

    Liguei o GPS para fugir de engarrafamentos e cheguei na rua do meu prédio relativamente rápido, ainda muito preocupado. Não era do feitio de Anahi ficar incomunicável dessa forma. Logo após enxotar Emma da minha sala, passei o dia e um pedaço da noite, preso em uma reunião de emergência. Assim que terminou, tentei falar com Anahi, mas só caía na caixa postal. 

    Dei seta e virei o meu carro para esquerda, a fim de entrar na garagem, quando um homem surgiu de lugar nenhum, praticamente se jogando na lataria. Por muito pouco não o atropelei. Quando vi quem era, me arrependi de ter freado. Abaixei o vidro, colocando a cabeça para fora da janela. 

    – Qual é o seu problema, Ryan? Quer se matar e me incriminar por isso? Saia da minha frente.

    Ele bateu no para-brisas, certamente transtornado por algum motivo. Quando observei com mais atenção vi que seu rosto estava todo quebrado. Pelo pouco que o conheci nos relatórios de investigação, imaginei que ter a cara quebrada por alguém fosse corriqueiro na vida desse vagabundo, mas para ele ter engolido o orgulho vindo até mim… Meu coração disparou alarmado e meu medo se confirmou quando ele começou a falar. 

    – Não sei qual é a sua treta com Joseph Foster, mas você não tem o direito de envolver Ani nisso. Não posso tirá-la de lá, mas você pode. 

    Ani. Por pouco não terminei de quebrar sua cara. Desci do carro no mesmo minuto, ele segurava as costelas como se sentisse muita dor, seu rosto estava em pior estado vendo tão de perto.

    – O que aconteceu com Anahi? Quem fez isso com você? – perguntei esfregando a nuca, temendo a resposta.

    – Aconteceu que você é um babaca de merda! Se aproveitou da garota mais pura e inocente de todas para fazer o seu serviço sujo. Que história é essa de Amber? 

    Fechei minhas mãos em punho e contei até dez para não partir o resto da cara desse imbecil. Mostrar tanto descontrole quanto ele, não ajudaria agora. 

    – Vá direto ao ponto – foi o máximo que consegui dizer para não o inflamar ainda mais. 

    – Anahi chegou com Joseph Foster, tentei tirá-la de lá, mas ela disse que estava com ele por sua causa, que você precisaria de informações. Aquele doente a apostou no poker. Eu a conheço desde a época da escola, ela não vai cair sem lutar, Herrera.

    Meu sangue gelou nas veias, minhas juntas doeram de tanta tensão. Agarrei Ryan pelo colarinho rosnando as palavras.

    – E você a deixou lá? 

    – Eles me tiraram da Guilt debaixo de porrada. Não podia chamar a polícia, vim voando para cá. O responsável por toda essa merda é você. Faça o que você tiver que fazer, mas seja rápido, o jogo deve estar quase no fim. 

    – Como assim não podia chamar a polícia, que tipo de homem você é? 

    Ele desviou os olhos inchados deixando os ombros caírem. Foda-se, de nada adiantaria debater sobre quem era responsável pelo o quê.

    – Eu não tenho bilhões de dólares para me proteger – disse Ryan fazendo uma careta de dor.

    – Me dê o seu número para eu te passar o endereço de onde ela está. 

    – Eu sei onde você joga poker e sei também qual é o ticket de entrada desses jogos. É um mistério para mim como uma garota tão inteligente e determinada como Anahi, acabou com um traste como você.

    Envergonhado, ele desviou os olhos se oferecendo para ir comigo. No entanto, era desnecessário, eu não iria sozinho.

    – Vá para um hospital, Ryan, esses machucados não parecem bons. 

    Ele deu de ombros e entrei no carro já ligando o meu laptop e iniciando o programa de rastreamento para rodar, se Anahi reiniciasse o seu telefone eu a acharia mais rápido. Do celular, chamei imediatamente Jeff, meu chefe de segurança. 

    – Jeff Farmer. – Sua voz soou do outro lado.

    – Jeff, Alfonso Herrera. Preciso que você reúna todos os homens e encontre comigo no endereço que acabei de te enviar por mensagem. 

    – Agora mesmo, Sr. Herrera. O senhor está em perigo imediato? 

    – Não, mas Anahi está.

    Ele fez uma pausa quase imperceptível. 

    – Sem problemas, senhor, convocarei os homens imediatamente.

    – Jeff, chegue o mais rápido possível. É um caso de vida ou morte.

    E enquanto eu pisava no acelerador, vendo o velocímetro estourar todos os limites de velocidade algo ficou cristalino em minha mente. Nada mais importava, Joseph, a Herrera Tec. ou o passado. Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com a minha Ani.



















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Esse foi curtinho mas até que enfim Sr. Herrera apareceu e que final de capítulo foi esse, "nada mais importa só a minha Ani" acho que a ficha de alguém finalmente caiu !!! Mas e agora ???
Vota e comenta que talvez eu volte ainda hoje hehe

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