Capítulo 10

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Alfonso Herrera



    Em toda minha vida, não me lembro de ter ficado tão dolorosamente duro, quanto naquele momento. A forma como ela corava e desviava os olhos dos meus, exibindo um sorriso nervoso, estava me matando. No entanto, algo me incomodava, meu lado racional dizia que haviam muitas peças fora do lugar nessa história toda. Nunca fui de contratar garotas de programa, sempre odiei mentiras e fingimentos de uma maneira visceral e ter que pagar para alguém fingir que meu pau era de ouro não colava. Deixava claro para as mulheres que se relacionavam comigo que eu não queria compromisso, mas quando eu fodia, elas gozavam de verdade. 

    Anahi era um poço de contradições, meu trabalho naquele momento era o de separar o que, em tudo que ela apresentou, era papo e o que era real. Na verdade, antes que assinasse o contrato e recebesse o valor acordado, eu precisava saber o quão confiável ela era. 

    Ela estava em minha frente, com as bochechas rosadas tentando me dizer alguma coisa que a incomodava, não fazia contato visual e seus pés apontavam para a porta, prontos para correr. Havia várias maneiras que eu poderia lidar com essa situação, resolvi dar corda para ver até onde o teatro ia.

    – Não tenho nenhum tipo de experiência nessa área… Até hoje eu só tive um namorado e…– ela disse com sua voz doce. Meu pau se contraiu tanto que não pude mais permanecer onde estava.

    Essa garota era perfeita para o trabalho que eu tinha em mente, uma atriz nata, nunca desejei tanto poder confiar em alguém. Entrei no jogo e sentei-me ao seu lado. Fiz com que ela olhasse direto para mim.

    – O que você está tentando me dizer, Anahi?

    Fui direto e perguntei sem rodeios, mas nada no universo me preparou para o que saiu de sua boca.

    – Eu sou virgem, Sr. Herrera. Nunca dormi com ninguém, mal sei beijar… Deus sabe que não posso recusar seiscentos mil dólares, mas eu não tenho a mínima ideia de como seduzir uma pessoa, não tenho como te ajudar.

    Pensei conhecer o meu corpo nesses meus trinta e sete anos de vida, porém meu pau endureceu de uma maneira inexplicável, o que na verdade, me deixou nervoso. Tenho aversão a rompantes irracionais, mas quando ouvi aquela mulher sexy como o inferno, me dizer que era virgem, uma possessividade agressiva tomou posse dos meus sentidos. O que era ridículo, já que presenciei com os meus próprios olhos ela recebendo dinheiro por um programa.

    Será que Brian e Blackwood contrataram essa moça para me pregar uma peça? A ideia me passou rapidamente pela cabeça e era a única explicação plausível. Blackwood era uma criança sem cérebro, mas Brian se prestar a isso...

    Por um lado, era bom essa história não dar certo. Na teoria, a ideia de infiltrar uma garota na cama de Joseph era promissora. Na prática, eu preferia uma briga justa, frente a frente. Anahi, como ela disse que se chamava, o que também não devia ser real, me observava fixamente e eu precisei me lembrar mais uma vez que a intensidade de seu olhar era apenas fingimento. Queria ver como ela sairia dessa. 

    – Sobre a sua tal virgindade não se preocupe, vamos resolver isso agora mesmo – eu disse, estendendo minha mão.

    Ainda sentada, ela parecia lutar contra os próprios pensamentos e para minha surpresa, aceitou a mão que estendi.

    – Tudo bem, aceito sua proposta, quando vou receber o dinheiro que o senhor prometeu? 

    – Encare nossa noite como uma entrevista de emprego, se a Srta. Passar nesse primeiro teste, o contrato e o dinheiro estarão disponíveis amanhã. De acordo?

Baunilha com Encrenca - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora