Capítulo 30

1K 63 12
                                    


Alfonso Herrera


    Estava quase chegando na Herrera Tec., ouvindo Unforgiven do Metallica quando Brian ligou. 

    – Deu tudo certo ontem? Você foi embora de repente.

    – Na verdade deu tudo errado – respondi.

    – Ok… então qual é o motivo dessa voz animada? Pensamento positivo? 

    – Eu lá tenho cara de perder meu tempo com essas coisas? – respirei fundo.

    Ele gargalhou por um bom tempo antes de completar.

    – Então se não era pensamento positivo… tem a ver com uma certa loira que estava doida para te matar? Você gosta de viver perigosamente, cara.

    Demorei um tempo para respondê-lo, enquanto manobrava o carro no estacionamento da empresa. Era difícil encontrar as palavras certas, não estava acostumado a errar.

    – Não foi divertido o que fiz Anahi passar, Brian. A tratei como uma garota de programa.

    – Mas espere aí, o plano não era esse desde o início? Ela veio de uma agência e tudo o mais. Não estou te entendendo, você contratou uma prostituta para isso mesmo, só não devia tê-la deixado sozinha né?

    – Ela nunca foi uma prostituta – respondi batendo a porta do carro com toda força. – E eu jamais deveria ter deixado aquele… 

    Não pude falar em voz alta, queria apagar a imagem dos dois se beijando para sempre de dentro de mim. 

    – Brian, estou chegando na empresa agora – disse já dentro do meu elevador privativo – Preciso impedir Joseph de outro jeito. Esse era um plano ruim desde o começo. Não sei que lapso de julgamento me acometeu para deixar você e Blackwood me convencerem. 

    – Claro Herrera, seu lapso de julgamento foi ter concordado com um plano perfeito, não se apaixonar pela moça… 

    – Sr. Herrera, eu não tive culpa – Ashley, minha secretária, disse, pálida, de pé atrás de sua mesa, enquanto Brian ainda falava sem parar ao telefone que a culpa era minha. 

    Franzi a testa erguendo minha mão, lidaria com qualquer merda que Ashley fizera, depois. 

    – Não estou apaixonado por ninguém, cara. Agora para de desperdiçar o seu tempo e o meu. Vá trabalhar que eu preciso pensar em outra coisa que não envolva Anah…  Parei de falar no meio da frase ao entrar na minha sala. 

    – Ela simplesmente foi entrando – disse Ashley levantando os ombros pedindo desculpas mais uma vez. 

    – Brian eu te ligo depois – terminei a ligação, tentando não demonstrar a fúria assassina que se apossou de mim – nos traga um café, Ashley. 

    E dirigindo-me à Emma Blanchett agora Foster que sentava em minha cadeira com os pés em minha mesa, perguntei.

    – O seu ainda é preto, sem açúcar?

    Ela abriu um largo sorriso, estreitando os olhos. 

    – Ah meu querido! Você não esqueceu. 

    Sorri e disse sem conseguir disfarçar o desprezo profundo que ela me evocava. 

    – Impossível esquecer, nunca uma bebida combinou tanto com uma pessoa. Amarga e sem graça idêntica a você. Como entrou aqui? 

Baunilha com Encrenca - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora