Capítulo 19- Surpresa!!

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No momento em que entrei no Labirinto, a ideia de "correr para a morte" pareceu fazer muito sentido na minha cabeça. Mas eu escolhi entrar por causa deles; Alby e Minho. Não conseguiria existir com a impressão de que a morte deles havia sido culpa minha. Só não pensei direito no que estava fazendo; não pensei nas consequências.

Era óbvio que, mesmo eu dando mais uma força, não teríamos tempo o suficiente para sair do Labirinto. Não deu. E isso não foi surpresa. O que realmente me deixou atônita, ocorreu nos milésimos de segundos para as portas de pedra se fecharem.

STELLA!!

O Thomas.

Não consegui acreditar quando o vi passando por aquelas pedras gigantescas, faltando um fiozinho só para elas se chocarem. Espremi os olhos não desejando ver o que não quero, mas querendo que ao menos isso dê certo. O gritos desesperadores dos Clareanos foram abafados quando elas se fecharem completamente, e só aí tive coragem de ver.

Thomas estava são e salvo jogado no chão, encarando os portões como se estivesse impressionado com a sorte que teve em não ser esmagado por elas.

Com certeza temos algumas coisas em comum. Somos dois sem noção que correram para a morte.

─ Ahh... parabéns!!- Minho bateu palmas no ar.- Vocês são dois mértilas malucos. Acabaram de se matar!- o encarei com uma cara de "isso não ajuda!".

Vejamos isso pelo lado bom, eu queria entrar no Labirinto, não queria? Então, aqui estou!!

Eu ainda estava ao lado do Alby. Havia um belo machucado em sua testa. Eu sabia. Sabia que essa história de entrar no Labirinto não daria certo. Sabia que algo ruim iria acontecer. Senti meus olhos coçarem por conta das lágrimas que eu não queria deixar cair; não queria chorar na frente do Thomas, e principalmente, do Minho.

─ O que aconteceu com ele?- o curioso perguntou ao se aproximar.

─ O que você acha que aconteceu? Ele foi picado gênio!- Minho fala numa ironia de milhões.

Sabe o soco que eu sempre quis dar nele? Ainda tô querendo...

─ Você bateu nele??- perguntei cética, ao ligar os pontos. Esse machucado não foi feito por um Verdugo, nem mesmo por um tropeço de: "caí e quebrei a cabeça".

─ Fiz o que precisava ser feito.- Minho responde cabisbaixo, me fazendo arrepender pelo tom acusador. Ele não teve culpa. Me senti mal com aquilo.

Mal pelo Minho, por fazer a pergunta boba, pelo Alby estar assim, pela nossa situação e de todos os outros; por estarmos presos, não no Labirinto, mas na Clareira. Nada disso deve ter sido fácil. Me senti mal pelo que cada um deles passou. Por motivos sem explicação, me sinto um ser humano horrível.

E o que eu fiz de errado? São muitas perguntas soltas no ar.

Fui desperta de meus devaneios ao som arrepiante e muito conhecido. Meu coração disparou de repente. Só agora a ficha caiu. Melhor, ela despencou do penhasco mais alto que se pode imaginar.

─ Precisamos ir!- Minho se apressou em dizer, nervoso ao ouvir os sons. Eu o entendia, esses barulhos eram assustadores.

─ O que? Não! Não podemos deixar ele aqui.- Thomas se levantou abismado.

─ Ele ta certo, Minho.- fortaleci. Deixar o Alby para trás seria o mesmo que dizer que seu esforço para traze-lo até aqui foi em vão; que o risco que eu e o Thom cometemos foi em vão.

Encaramos o garoto com um olhar suplicante. Ele ficou pensativo. Posso dizer que esteve, provavelmente, em uma luta interna sobre sair correndo e deixar os dois malucos para trás, ou, ficar.

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora