Era madrugada quando buscamos o Alby; foi necessário que os dois o carregassem da mesma forma que antes, por isso- a contragosto de ambos- eu caminhei sozinha, me esforçando ao máximo para não colocar tanto peso no pé.
A medida que nos aproximamos da saída, o dia já começava a raiar. Nenhum outro Verdugo surgiu ou gritou pelo Labirinto, o que foi um alívio para todos nós. Eu não conseguia parar de pensar na noite agitada que tivemos, em cada detalhe; principalmente no Thomas. Me senti tão apavorada quando o encontrei tão próximo a aquele Verdugo; por pouco eu o perderia, talvez pra sempre.
Olhei para ele, que parecia tão perdido em pensamentos quanto eu.
Eu não sabia ao certo o que sentia pelo Thomas. Nunca soube explicar, para dizer a verdade. Era um sentimento confuso; que me fazia questionar diversas vezes. Mas naquela noite eu percebi... percebi que meus sentimentos por ele eram mais fortes do que se pode imaginar e que a ideia de perdê-lo me fazia sentir aquela angústia comprimindo meu peito. Era como se alguém estivesse arrancando um pedacinho meu, de dentro para fora de um jeito lento...
O Thomas é importante pra mim. Bem mais do que pensei.
Quando fizemos a última dobra naqueles corredores, nossa visão se deu na Clareira, verdinha como sempre. Não sei como expressar a felicidade que senti quando vi aqueles portões abertos.
Alguns Clareanos estavam se dispersando dali, provavelmente estavam reunidos a nossa espera, mas perderam as esperanças por não termos chegado a tempo. Porém, o grito do Chuck fez com que todos voltassem apressados.
Um sorriso largo se formou em meu rosto ao ver que o pequeno e o loiro aguardavam esperançosos na entrada, sem desistir, como os outros fizeram. Assim que finalmente saímos do Labirinto, Newt veio ao meu encontro da mesma forma, mas sem deixar de lado a sua visível preocupação.
─ Stella...- ele me envolveu em um abraço carinhoso.- Por favor, nunca mais faça isso.- murmurou calmamente, sem repreensão.
─ Me desculpa. Eu não consegui ficar parada e simplesmente vê-los daquele jeito...- sussurrei em seu ouvindo, não contendo algumas lágrimas. Nos braços do Newt eu senti que poderia pôr tudo para fora, mas tinha em mente que estávamos cercados por mais de vinte pessoas.
Newt desvencilhou do abraço e enxugou a lágrima cuidadosamente. Dava pra perceber o quanto ele estava cansado, através de suas olheiras bem evidentes, mostrando que sua noite não havia sido tão bem dormida como a nossa. Os outros Clareanos se reuniram ao redor do Alby, que fora colocado no chão pelos dois garotos.
─ Como conseguiram sobreviver naquele lugar?- Zart indagou desacreditado. Sinceramente, nem eu sei como. Nós tivemos sorte até de mais. Provavelmente entramos pra história da Clareira.
─ Viram um verdugo?- Chuck perguntou curioso, após o Jeff analisar o ferimento do Alby, constatando o óbvio.
─ É, nós vimos um.- o moreno responde com uma simplicidade, que nem parece algo grandioso.
─ Ele não só viu um... ele matou um!- o Minho soltou a bomba, assim tipo "o cara é demais!!". Os clareanos ficaram bastante impressionados, talvez até assustados. Nunca em anos havia acontecido nada do que rolou apenas essa noite. É novidade.
Meu olhar focou no rapaz carrancudo da Clareira. Gally não tinha a melhor das expressões, nem mesmo ao perceber meu olhar sobre ele. Não deveria estar ao menos feliz por eu estar viva?
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The Maze: A Single Goal
Fanfiction{Livro 1} Após acordar em um cubículo, sem suas memórias, Stella se vê cercada por vários rapazes desconhecidos, presos no meio de altas muralhas. A novidade em que se encontrava era amedrontador, mas sua adaptação em um lugar estranho, tornou-se fá...