Capítulo 29- Tudo culpa minha!!

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STELLA

Assim que os garotos se foram, me sentei com um embrulhado caótico na barriga e um sorriso estranhamente bobo estampado no rosto. As palavras do Thomas me causaram um quentinho no peito. Ele faria isso por mim. Por MIM.

─ Stella?- arregalei os olhos quando Thomas surgiu outra vez no amansador.- V-você já está acordada a muito tempo?- me encara surpreso e ao mesmo tempo nervoso. Idem. Me senti como se fosse pega no flagra roubando a cozinha do Caça.

Eu ouvi sim a conversa dos dois enquanto fingia estar dormindo. Pode parecer algo feio de se fazer, mas quem na vida não é um bruto fofoqueiro? Mas infelizmente eu não acordei na hora certa, ou seja, eu não sei o que aconteceu aqui que fez o Minho zombar tanto.

─ E-eu... é...- ok, é óbvio que eu não vou dizer que eu estava os "espionando", mas cara, até eu fiquei nervosa. No ato de desespero levantei os braços, emitindo um bocejo falso, como se estivesse me espreguiçando.- Eu... acordei agora.- forcei a garganta com um pigarro ao olhar para o garoto que suspirou em alívio; senti uma vontade de rir da carinha dele, mas me contive.

Thomas pareceu procurar por algo no chão que provavelmente tinha perdido, e quando encontrou, ele pegou minha mão e começou a amarrar uma cordinha entrançada em meu dedo sem dizer nada.

─ Que isso?- perguntei confusa

─ Eu, senti vontade de fazer isso, dias atrás, então...- ele deu de ombros ao sorrir tímido- Considere um presente.- observei o pequeno anel improvisado que ele havia feito, e... é tão fofo.- É claro que não é melhor que o seu colar, mas, foi feito com carinho.

Sorri feito uma boba. Era óbvio que aquilo estava sendo perfeito.

─ Stella, eu posso não lembrar de muita coisa sobre o nosso passado, mas sei que você é uma garota incrível. E é especial pra mim.- o observei sem palavras- Eu sinto isso.- disse com um sorriso de canto- Agora, senhorita Stella, me prometa que nunca irá tirar isso.- ele fez uma postura mais ereta com seriedade, me fazendo rir.

─ Prometo!

Thomas levou uma mexa de cabelo para trás da minha orelha e me olhou nos olhos; senti como se ele quisesse ver a minha alma com aqueles olhos incrivelmente lindos e brilhantes. Imediatamente eu me lembrei do ocorrido na noite passada; o quase beijo. Meu rosto inteiro começou a aquecer, me fazendo ter o total certeza de que eu estava idêntica a um pimentão.

Thomas sorriu, o que foi como uma martelada certeira no meu peito. Senhor, eu vou desmaiar!!

Com um leve acariciar em minha bochecha, ele depositou um beijo demorado em minha testa; engoli seco. Ainda que eu esteja à beira de um colapso, um sorriso desajeitado se transformou no meu rosto.

─ Thomas!- Minho apareceu na porta do amansador novamente, nos assustando.- Sinto muito, amigo. Mas precisamos nos aprontar logo.- Thomas olhou para ele e assentiu, parecendo um tanto pensativo. Seus olhos curiosos se voltaram para mim, com um leve brilho reluzente.

─ Eu acho que tive uma ideia.- Thomas anunciou, revesando seu olhar de mim para o Minho.

{...}

Segui os dois garotos floresta adentro. O clima era frio por conta do horário incrivelmente cedo; a neblina que se formou, deixava o bosque com uma vibe mais para tempestuosa. Agarrei na alça da minha bolsa com força quando passamos por uma ponte, feita acima de um lago que mal sabia da existência. Estava prestes a perguntar onde estávamos indo, quando avistei uma construção de galhos mais afundo.

─ Que lugar é esse?

─ Bem vinda à Casa dos Mapas, Não-Corredora!!- Minho anunciou mais como um deboche; entortei o lábios evitando o máximo o revirar de olhos. Quando enfim ele decidiu abrir a porta, minha expressão mudou drasticamente para a empolgação.

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora