Capítulo 32- É CULPA SUA!!

864 101 37
                                    

Corri em direção ao Chuck bem à tempo de segura-lo pelos braços, com todas as minhas forças. Quer dizer, eu praticamente havia me jogado contra o garoto num ato desesperador de salva-lo. Não podia deixá-lo escapar. Não podia perdê-lo.

Ahh!!- ele gritou.- Não me solta!!

─ Nunca!!- exclamei em meio aos esforços que fazia para conte-lo.

Os outros também correram para ajudar. O garoto passou seus braços ao redor do meu pescoço, e eu o puxei ainda mais. Não ia desistir dele assim fácil, mesmo que ele quase me enforque em seu abraço.

Alby pegou o que deveria ser um facão e começou a bater na calda mecânica do Verdugo, ao ponto de que algo- que eu não faço a mínima ideia do que se tratava- caísse ao lado, então, milagrosamente o garoto foi solto de avulso. Eu o segurava e puxava de forma tão firme que, no ato, fui ao chão com ele em meus braços.

─ Chuck, você tá bem?- indagou Thomas pulando ao nosso lado.

─ Angh... a Stella tá me sufocando!!- responde em um tom de voz espremido.

─ Ah, desculpa...- afrouxei os braços ao redor do garoto, estava tão aliviada que nem havia me dado conta do quanto o apertava. Isso acabou arrancando o sorriso de alguns ali. Sorri junto enxugando algumas lágrimas teimosas que ameaçavam descer.

─ Tá chorando?- perguntou o garoto risonho.

─ Não. É que caiu um cisco no meu olho.- falei em tom de descaso, mas o garoto me encarou com um sorriso convencido- Não me olhe assim, Chuck!!

─ Pois eu acho que você estava chorando.- Alby sorriu maroto, apontando o facão que ainda segurava. Ele ria debochado igual aos outros ao redor.

Aquele momento pareceu tão calmo, como uma interação normal em um momento normal. Como se nada de ruim estivesse acontecendo; os Verdugos, o caos, o fato de estarmos presos em um lugar sem saber de nada sobre nós mesmos. Sobre nosso passado. Tudo que sabemos, que conhecemos está aqui.

Me peguei sorrindo com os outros. Um momento tão especial, que em questão de segundos pareceu desmoronar novamente. Meu sorriso se desmanchou quando o Alby foi atacado.

Thomas foi o primeiro a correr em sua direção. Arregalei os olhos assustada e corri até o mesmo gritando pelo seu nome.

Aquele momento de paz entre risos, se tornou em caos e desespero novamente.

─ Alby!- bradou Thomas enquanto tentávamos puxar ele a todo custo, assim com fizemos com o pequeno. Mas não fomos tão rápidos ou fortes o suficiente.

─ Tirem eles daqui, Stella. Essa é a sua vocação...- murmurou suas últimas palavras antes sumir.

Meu corpo petrificou enquanto eu encarava o espaço vazio. Alby se referia à nossa conversa no meu segundo dia aqui. Comecei a me sentir claustrofóbica; meus pensamentos entraram em conflito e de repente o lugar pareceu me tirar todo o ar. Senti um buraco, uma imensidão se formar, um nó em minha garganta, uma onda de culpa me cobrir e raiva sobre aqueles que nos colocaram aqui.

Corri até a saída, ignorando todos os gritos de protesto.

─ Stella, espera!!

Só parei ao ver o estado da Clareira.

Tudo virado de cabeça para baixo; destruição, fogo. Os Verdugos haviam feito uma grande festa, deixando tudo o que fora construído por eles, agora em pedaços e cinzas. E eles simplesmente sumiram, da mesma forma que apareceram, deixando apenas seu rastro de destruição para trás.

Olhei ao redor, avistando Gally surgir entre a fumaça, caminhando determinado em minha direção. Ele parecia estar determinado, e pior, mais possesso de raiva do que nunca; isso é pouco para definir. Respirei fundo receosa.

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora