Capítulo 28- Me beijar!?

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No caminho para o amansador, ouvi Thomas perguntar ao Gally o motivo pelo qual ele tanto implica com o rapaz; porém, não dei tanta atenção à conversa como deveria. Meus pensamentos estavam focados no Alby.

Estava preocupada com ele, me perguntando se o tal antídoto havia funcionado. Não tinha como ter certeza; ele desmaiou quando o líquido foi aplicado. E se aconteceu algo pior? Não queria que algo de ruim acontecesse com ele; não por ter sido ideia minha injetar o soro. Eu só queria que o Alby ficasse bem.

O amansador não era um dos melhores lugares pra se estar, pelo menos é isso que dizem. O local era pequeno, frio e deprimente. Dava pra perceber logo de cara.

─ Gally, você sabe que não podemos ficar aqui pra sempre, né?- Thomas fez um último apelo. Gally apenas nos prendeu, sem nenhuma resposta, dando as costas e saindo dali.

Grosso!

Suspirei pesado ao sentar naquele chão gelado. Aqui era como a Sala do Conselho, o chão era de cimento, com uma elevação que servia como assento.

─ Você acha que deu certo?- o moreno me olhou curioso- O Alby...

─ É claro, ele é um cara forte. Vai sair dessa.- sorri fraco. Óbvio que eu não estava tão confiante assim, mas precisava acreditar nisso, caso contrário, enlouqueço.

Aquela noite era de lua cheia, e ela estava linda no céu. Ao fitar o Thomas, consegui ver seu olhar preocupado para mim. Não era tão nítido, mas podia enxergar sua silhueta em alguns detalhes. Mordi o lábio inferior, percebendo cada um desses detalhes. Ele estava lindo. Muito lindo.

Thomas se aproximou, sentando-se ao meu lado e passando um de seus braços por cima do meu ombro. Assim, ele me puxou para mais perto, me fazendo deitar a cabeça em seu peito.

Quase enfartei? Sim. Mas isso foi no primeiro segundo, no seguinte, me senti mais... leve. Como se toda a preocupação, o medo, fossem desaparecendo. Me senti segura, confortada e protegida; como se entrasse em um mundo diferente, e, bom. Só queria isso, apenas, sem precisar voltar para a realidade de questionamentos, dores, perdas...

─ Ah! Já ia esquecendo...- ele se afastou um pouco, me fazendo o encarar com curiosidade e desespero por ele se afastar tão cedo assim. Thomas enfiou a mão no bolso, tirando dele algo brilhante. Um colar. O meu colar.- Encontrei isso no meu bolso no primeiro dia aqui. Eu não soube bem o motivo de estar comigo, ou a quem pertencia até ver seu caderno de desenhos.- ele olhava para o colar em suas mãos com um sorriso satisfeito.- Você tem uma bela mania de querer segurá-lo quando está pensativa.

─ An... é tão óbvio assim??- o encarei fingindo incredulidade. Mas na real, aquilo não perecia surpresa.

Thomas se aproximou de mim e fez menção de colocá-lo em seu devido lugar. Virei de costas e levantei o cabelo para facilitar o processo. Ele passou o colar pelo meu pescoço calmamente, fazendo-me sentir o toque frio do pingente. Enquanto ele tentava afivelar o objeto, seus dedos roçaram levemente em minha pele, o que me causou pequenos e agradáveis arrepios.

Assim que terminou, me virei para ele sorridente, sem ter muita noção do quão próximo ele estava de mim. Eu podia até sentir sua respiração quente bater em meu rosto.

Eu não soube muito como reagir enquanto ele me olhava como se quisesse gravar na memória cada pedacinho meu. Cada detalhe. Eu sentia isso.

Sua mão moveu-se até minha bochecha, acariciando-a com levez; seu polegar deslizou até chegar em meu queixo, me fazendo soltar um pouco do ar preso em meu peito. E ele sorriu. Um sorriso lindo que me fez perder todos os sentidos; era tão cativante que me faz desejar ficar assim, a observar por horas.

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora