Capítulo 11- Bônus.

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THOMAS

Se você for colocado em um lugar cercado por muros gigantes de pedra, sem saber quem é, aonde está ou de onde veio, acredite, você vai querer sentar em um canto longe de todos e chorar feito um bebê. Digo isso pois, foi exatamente o que senti.

Depois que fui tirado daquele elevador sinistro, a primeira coisa que pensei em fazer quando tive oportunidade, foi correr. Corri feito um animal enjaulado que acabara de ser solto. Só não muito longe, quando eu tropecei em meus próprios pés e caí.

Após isso, fui jogado num tipo de calabouço fundo e frio. Eu poderia ao menos tentar me libertar, já que a porta é feita com varas amarradas de forma cruzada, mas eu estava nervoso de mais para pensar em qualquer maneira de fugir. Esse lugar é cercado por muros gigantes, então eu nem teria chances, a não ser que eu saia pela única abertura na muralha.

Me aproximei da porteira, e tudo o que vi foi vários garotos espalhados para todos os lados. Sem sinal de algum ser humano do sexo oposto.

Um deles surgiu na minha frente de surpresa. Cambaleei para trás, caindo no chão duro de pedra feito um trouxa assustado. O rapaz, que aparentava ser um pouco mais velho que eu, fez algumas perguntas, como qual era o meu nome, de onde vim ou se eu lembrava de algo. Nada. Me senti completamente confuso com a situação. Disse ele que isso era normal. Então pra quê perguntou?

O Alby, como é chamado, me tirou daquele buraco e me levou para mostrar o lugar. E mais uma vez me peguei pensado na existência de alguma garota. Mas nem sinal. Motivos.

???

─ Nós comemos aqui, dormimos aqui, plantamos a nossa própria comida aqui. Construímos nosso abrigo, e, o que mais precisamos, a Caixa nos fornece.- ele vira para mim com um sorriso no rosto- O resto depende de nós.

─ A Caixa?- volto o olhar para o buraco de onde saí. Parecia um tipo se elevador escuro e sinistro que rangia a cada vez que subia.

─ Todo mês ela sobe, trazendo suprimentos e, um novo Fedelho. Mas dessa vez foi diferente.

─ O que... o que quer dizer?- me viro bem a tempo de ver uma garota correndo em minha direção e... Pera. Uma garota?

Distraída e sem me perceber em seu caminho, nossos corpos se dão de encontro e eu acabo indo ao chão com ela por cima de mim. Quase grunhi de dor com o baque em minhas costas e o peso de seu corpo. Eu deveria estar irritado agora, ela certamente não olha por onde anda, mas eu não me senti assim.

─ Eu tenho que parar de fazer isso...- a voz dela. A sua voz me fez sentir algo estranho. Não iria conseguir ficar irritado com ela, de forma alguma.

─ Então não é a primeira vez?- a palavras simplesmente saíram da minha boca e eu inevitavelmente sorri com o que ela disse.

A garota levantou seu rosto apressada, como se só agora ela tivesse se dado conta de que me atropelou e ainda me usou como amortecedor. Ela arregalou os seus olhos ao me ver e seu rosto ficou inteiramente vermelho. Meu sorriso aumentou, mas ainda de um jeito discreto. Acho.

Ta. Talvez nem tanto.

Poderia dizer que meu batimento cardíaco teve alguma falha, muito fora do comum, mas seria pouco para descrever. Quer dizer.... ela é linda. Simplesmente.

Sua pele era tão clara que seus olhos castanhos ganhavam um certo realce. Os cabelos no mesmo tom dos olhos estavam envoltos em um amarrado, deixando pequenas mexas caídas nas laterais do rosto delicado. E os lábios rosados, me fizeram ter... fizeram ter um pensamento relance de como seria tê-los aos meus. Suas bochechas haviam ganhando uma nova cor avermelhada, como se de alguma forma ela lesse meus pensamentos. E ta, esse pensamento final não foi legal. Mal a conheço.

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora