Capítulo 33- Por que eu não sabia?

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Quando Chuck foi pego por aquele verdugo, Alby foi quem nos ajudou a livrar o garoto; sem ele nós não teríamos conseguido. O objeto que caiu da calda metálica, quando ele acertou o Verdugo, era na verdade um tipo de ferrão, que o Verdugo usava para perfurar quem pudesse. Chuck tinha esse objeto em mãos quando saímos da Sala do Conselho. O Thomas pegou aquilo, e, picou a si próprio.

Quando descobri isso, minha dor só aumentou, como se fosse eu em seu lugar. Eu achei que o perderia. Mas graças ao líquido que veio com a Teresa, minha esperança voltou a ficar de pé.

Foi burrice o que ele fez? Talvez. Mas eu entendi. Eu entendi tudo.

Quando alguém é picado, acontece a transformação; o Clareano que passa por isso recupera suas memórias. Não se são todas, mas lembra de algo. O motivo pelo qual o George me atacou- ou pelo Ben ter feito o mesmo com o Thomas- foram suas memórias recordadas. E o Alby também estava certo em tudo o que disse. Nós fazemos parte do Cruel, e isso era angustiante só de pensar.

Gally havia assumido o posto de líder, colocando todos os Clareanos contra nós. Eu, Thomas e Teresa fomos mandados para o amansador, pois, segundo ele, somos os culpados. Talvez ele tenha razão. E assim foi o resto daquela noite fatídica: eu a todo momento ao lado do Thomas, com a preocupação me rondando.

Ao amanhecer, Thomas ainda estava desacordo e minha preocupação pareceu querer aumentar a cada minuto. Minho, Newt, e Chuck vieram nos ver enquanto o resto da Clareira ainda dormia.

─ Ele ainda não acordou?- perguntou um deles, recebendo um não em resposta.

Meus olhos não desviaram nem um minuto de seu rosto. Seu semblante calmo, como sempre era. Eu admirava isso nele. Mesmo em meio ao caos, como foi ontem, a sua calma reinava e isso de certa forma me transmitia paz.

Talvez esse seja o motivo para não estar tão em pânico a àquela altura do campeonato. Quando pensava no que Alby havia dito, sentia vontade de gritar; pensar nele também só piorava a dor. Eu queria chorar. Chorar por tudo que aconteceu, principalmente pela maior perda que tivemos. Tentava me conter ao máximo. E dessa vez sim eu quis correr pela Clareira me descabelando feito a maluca que diziam. Mas eu não conseguia.

Passei uma das mãos nos cabelos negros do rapaz, os observando e acariciando. Incrivelmente eles eram lisos e sedosos, o que me deu um certo pingo de inveja; o não via, mas sentia que os meios viviam arrepiados. Isso é provável.

Ao descer meu olhar para seu rosto sereno, senti como borboletas no estômago ao perceber aqueles olhos brilhantes me observando. Meu rosto se aqueceu e me senti envergonhada, por algum motivo. Mas isso logo foi substituído pelo calmaria.

─ Finalmente...- sussurrei com um leve sorriso nos lábios. Ele finalmente havia acordado, e eu acredito que nunca me senti tão aliviada em toda a minha vida.

Thomas retribuiu o sorriso de um jeito fofo.

─ Isso é um sonho?- murmurou ele. Isso me arrancou um sorriso, e quando eu menos esperei, as lágrimas vieram e eu não consegui mais segurar. Thomas se levantou assustado com meu choro repentino.

─ Stella, o que houve?- não consegui responder a pergunta. Lágrimas desciam sem controle; sentia como se algo estivesse entalado em minha garganta. Eu apenas botei pra fora enquanto ele aguardava pacientemente, me consolando.

─ E-eu sou um deles.- minha voz sai como um fiapo.- O Alby disse...

─ Stella! Você não tem e nunca teve culpa disso tudo que aconteceu. Você apenas tentou ajudar.- levantei o olhar para ele, enquanto minhas lágrimas eram enxugadas.- Eu lembrei. Lembrei de tudo. O Gally tinha razão esse tempo todo.- murmurou com o olhar baixo.

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora