Capítulo 13- Déjà-vu.

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THOMAS

Stella me olhou de forma admirada antes de se levantar e sair andando pela Clareira. Olhei para o resto dos Clareanos, esperando que eu não tivesse sido o único a ver isso, mas todos estavam dormindo. Coloquei meus sapatos apressado e vesti minha camisa enquanto seguia na mesma direção em que ela foi. Precisava saber o que aconteceu, se ela estava bem.

Quando a encontrei, Stella estava sentada no gramado, em baixo de uma pequena árvore, com seus olhos fechados. Ela parecia contente enquanto apreciava o clima da manhã. E eu devo admitir, era realmente boa.

Me sentei ao seu lado, mantendo uma distância confortável entre nós dois. Não evitei em olhar para ela; aproveitei o momento para apreciar seus detalhes, sem que tenha alguém me pegando em flagrante.

─ Ta me seguindo agora, Sr. Thomas?- quase tive um torcicolo de tão depressa que eu virei o pescoço ao ouvi-la. Não queria que ela achasse que sou maluco.

─ Er... eu fiquei preocupado.- ao abrir seus olhos, finalmente, confesso que minha barriga gelou ao tê-los focados em mim.- Você me pareceu assustada quando acordou.- murmurei fitando-a com ansiedade pela resposta.

Stella não só teve uma reação aturdida ao acordar, ela tremia enquanto dormia, e, parecia querer falar algo, mas não conseguia.

No momento em que eu ia acorda-la, ela já tinha o feito por si só.

─ Eu estou bem.- ela sorriu de forma calma ao me lançar um olhar rápido e por incrível que seja, isso conseguiu me acalmar.- Foi só um sonho ruim. As vezes tenho sonhos assim.- comentou, parecendo refletir sobre algo. Isso me fez lembrar do meu próprio sonho.

Não ousei perguntar o que era, talvez por falta de coragem. Com outra pessoa, eu teria jogado facilmente uma enxurrada de perguntas, mas com ela? Stella simplesmente me fazia travar na fala. Saber o motivo é que é complicado.

─ Sempre adorei o clima do amanhecer da Clareira.- ela quebrou meus devaneios ao voltar a falar. Quando levantei a cabeça, a garota tinha seus olhos admirados no céu; como se aquilo fosse alguma joia rara e brilhante.- É lindo, não é?

─ Sim...- a Stella era linda. A mais linda joia que possa existir. E eu poderia adira-la por horas.

O sorriso estampado em seu rosto, deixava bem claro o quanto ela gostava de apreciar a vista. E ficou ainda mais linda quando percebeu que eu a admirava feito um bobo, corando completamente. Desviou seu olhar por um instante, envergonhada.

─ Por que tenho uma sensação diferente quando olho pra você? É como se...

─ Nos conhecêssemos?- ela me fitou de forma sugestiva, sorrindo com minha provável cara abismada.- É, também tenho essa sensação.

Curvei levemente os lábios ao ouvir isso. Será que nós realmente tínhamos algo antes? E se fossemos próximos? Isso continuaria mesmo não tendo nossas memórias antigas?

─ Eu tive um sonho também.- comentei, olhando para o gramado a minha frente.- Eram coisas vagas, mas... real.

─ O que você sonhou?

─ Com você.- a fitei bem a tempo de capturar sua expressão admirada. Seus lábios se abriram e fecharam novamente, sem dizer uma palavra, por falta delas.

─ C-comigo?- sorri inevitavelmente, assentindo em resposta.

─ Tudo que eu via eram passadas rápidas de imagens meios aleatórias. Talvez, se eu tivesse minha memória, elas fariam algum sentido.- ironizo a última parte, arrancando um belo sorriso da garota.- A parte em que você apareceu foi o mais claro de tudo. Você se despedia de mim... e depois sumiu.- Stella pareceu refletir outra vez. Me sentia um bisbilhoteiro, só por querer saber o que ela tanto pensava.- E o mais estranho de tudo, foi quando uma voz de uma mulher ficou repetido "Cruel é bom". Sem parar.- voltei a pensar nos pequenos momentos desse sonho, difícil de decifrar.- O que isso quer dizer?

The Maze: A Single GoalOnde histórias criam vida. Descubra agora