Capítulo 3

4.2K 195 28
                                    


2 SEMANAS DEPOIS

O barulho irritante do alarme invadiu meus ouvidos, fazendo-me acordar de um sonho maravilhoso que estava tendo com... oh merda... Com o Dr. Justin! Bem... sim, desde aquele dia eu venho tendo sonhos, meio que... Eróticos - vergonhosos, não, vergonhoso seria pouco. MUITO CONSTRANGEDOR - de vez em quando. Deslizei o dedo na tela do celular, desligando o alarme.

Eu não posso acreditar nisso, não posso acreditar que isso está acontecendo comigo, não posso! Ter sonhos eróticos com meu ginecologista? Isso é constrangedor e me gera uma vergonha alheia.

Tipo, mas que merda é essa?

Demorei um pouco para levantar, mas assim que me dei conta que estava deitada a tempo demais dei um pulo, não poderia me atrasar.

Entrei no banheiro já despida e coloquei uma touca nos cabelos, liguei o registro do chuveiro deixando a água gelada cair sobre meu corpo, fazendo meus pelos arrepiarem-se enquanto eu dava vários pulinhos, batendo meus dentes.

Não demorei muito pois era capaz de congelar, sai do banheiro e fui direto para o guarda-roupa, peguei uma legging preta, tirei uma camiseta branca com símbolo preto da nike bem sútil do lado esquerdo do peito, vesti a roupa rápido e penteei meu cabelo, coloquei uma meia nos pés e peguei um All star branco que havia largado embaixo da cama. Passei um pó-base rápido no rosto só para disfarçar as olheiras das noites mal dormidas. Me olhei no espelho, fixando meus olhos ali por alguns segundos, deixando meus pensamentos voarem.

Justin! Justin! Dr. Justin!

E novamente estava pensando nele. Droga! Balancei a cabeça negativamente, dispersando-me dos pensamentos.

Desci as escadas desengonçada, a casa estava silenciosa, com certeza meu pai já havia saído para trabalhar. Tomei um suco de laranja e peguei uma maçã pra comer no caminho, olhei no relógio do celular vendo que faltava apenas vinte minutos para 8 AM.

Joguei a mochila nas costas e sai de casa trancando a porta em seguida, apressei meus passos e enquanto andava fiz um rabo de cavalo nos cabelos.


[...]


Cheguei a escola e como sempre, tinha várias pessoas no jardim e no portão - desocupados e despreocupados -, algumas pessoas me olharam, mas não me importei, fui até meu armário e peguei o material da primeira aula, que no caso seria filosofia, e que eu considerava uma boa matéria. Era muito boa na mesma. Fechei meu armário e caminhei em direção à sala na qual começaria o dia.

- AMIGA! - Ouvi um gritinho histérico, era Melyn, minha melhor amiga. Virei para trás para vê-la e a mesma correu até mim, sorri e a abracei - Você não sabe da maior. - pulou contente, enquanto entrávamos em nossa sala - que por sinal estava vazia -, tínhamos sempre esta aula juntas.

- Acho meio óbvio eu não saber, você ainda não me contou. - ela me deu um tapa no braço - Ai. Ta, já sei, você já deu para o garoto novo da escola? - constatei óbvia, ela fez uma careta.

- Não, ainda não. - riu alto.

Melyn é bem popular aqui na escola, e eu, bom, eu sou apenas a garota que ANDA com a popular. Mas ainda assim, nunca passei despercebida.

- Sabe o Mathew? - assenti - Mathew é um dos jogadores de basquete, e devo dizer que é lindo. Negro, alto, cabelo afro sempre impecável, corpo dos Deuses e super simpático - ela prosseguiu: - Ele me pediu em namoro! - bateu palminhas, e eu sorri feliz por ela, já estavam ficando a algum tempo.

- Que sorte, amiga, ele é um gato. - disse, com um sorriso malicioso - Mas e ai, você aceitou, né?! - perguntei empolgada.

- É claro né, Mel. - respondeu óbvia, a olhei com uma cara de decepção. - O que foi, amiga?

- Mas... E agora? Como você vai dar para o aluno novo? - indaguei inocente.

Na realidade nem sei quem é o aluno novo ainda, o que eu sei, na realidade, é que ele veio aqui na escola ontem tratar algumas pendências com a direção, não cheguei a vê-lo, nem sabemos se ele é mesmo aluno novo, mas pelo que tudo indica, sim. As garotas afirmaram que é lindo. - quem não é lindo para elas? Por isso pode ser duvidoso.

Mas enfim, Melyn não condiz com o tipo que "namora".

Até concordo que já estava mais do que na hora de ele a pedir em namoro, já que eles ficam a bastante tempo, eu apóio, ele é uma ótima pessoa. Mas o que me preocupa é a senhorita Melyn.

- Vai se foder, Mel. - fez cara feia e eu gargalhei, ouvi o sinal bater e logo começou a baderna dos alunos adentrando na sala - Mas e ai? Continua tendo sonhos com o gostosão do Dr.Bieber? - gargalhou, mostrei o dedo para ela, sequer o tinha visto - Vai, amiga, me conta. - revirei os olhos.

- Depois a gente conversa. - murmurei.

Logo depois o professor de filosofia adentrou também, o Sr. Hamylton - não o julguem, a culpa é da mãe dele, ele era só um bebê, não podia escolher seu próprio nome -, careca e baixinho, só não era gordinho.

- Bom dia, turma. - o professor saudou a sala, apagando a lousa que estava toda rabiscada.

Melyn se ajeitou mais em sua cadeira e antes de virar para a frente murmurou um: "Sei que sonhou com ele hoje de novo, sua safada", eu apenas gargalhei baixinho.

Melyn sentava na minha frente - amiguinhas inseparáveis, quem não imaginava? -, a mesma odeia filosofia, então sentar na minha frente nessa aula super facilita a troca de cola nas provas, e na verdade, ela não gosta de nenhuma matéria.

...

Estávamos na terceira aula, de matemática, se não me engano, mas, como não temos mais professor de matemática, acho que é aula-livre. A sala estava uma conversação só, até que ouvimos a porta ranger e olhamos, um garoto, por sinal muito lindo, entrou. Seria ele o aluno novo? Até pensei na possibilidade, mas quem seria o idiota que entraria na terceira aula?

Ele tinha os cabelos loiros que estavam em um topete, um corpo sarado, era bem charmoso. As garotas logo começaram a cochichar - assanhadas -. Observamos ele ir em direção a mesa do professor e colocar suas coisas em cima da mesma... Oi? Ok - alguns alunos costumam fazer brincadeiras quando os professores estão ausentes -. Ele pegou um giz que achou por ali e escreveu algo na lousa - que por acaso não consegui ler porque ele ficou na frente - logo se virando para nós.

- Bom dia, turma. - todos ficaram em silêncio - Meu nome é Christian, e eu sou o novo professor de Matemática de vocês. - a boca de todos abriram em um perfeito '0' - Mas, podem me chamar de Professor Chris e... - foi interrompido por alguém que batia na porta, andou em direção a mesma e a abriu.

Estiquei meu pescoço, curiosa para saber quem era e torcendo para que fosse rápido e o novo professor terminasse de falar logo. Assim que meus olhos cravaram na porta, arregalei meus olhos, não entendendo nada.

Eu só podia estar ficando muito maluca, mas...

O que o MEU Ginecologista faz aqui?

Love At First Touch Onde histórias criam vida. Descubra agora