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Desculpem pelo capítulo pequeno, estou doente e não consegui escrever um cap grande, prometo compensar no próximo!! Estamos chegando a quase 1k de visualizações, continuem lendo,votando e compartilhando isso é muito importante!!
Agora fiquem cm o capítulo.

GABRIEL BARBOSA

Sábado pela manhã, após a costumeira briga para Carol levantar, tomamos café e saímos para dar uma volta pela fazenda. Ela estava encantadora com a cara amarrada, chapéu e óculos escuros.

— Venha, você vai gostar do passeio.

— Eu juro que tento gostar de você. - Ela me empurrou, para eu não abraçar sua cintura. - Mas você vai e fode com tudo, cara. Em pleno sábado, e eu tendo que acordar às sete da manhã.

— Às oito.

— Que se foda.

Conseguir agarrá-la e segurei seu corpo contra o meu.

— Cuidado com essa boca suja, ou vou tomar medidas drásticas. –  Carol rosnou, mas decidiu não brigar comigo. Eu a soltei, passei o braço em seu ombro e continuamos a caminhada. - Além do mais, você me adora. Toda manhã está agarrada a mim. Acho que por isso se recusa a levantar, o caubói aqui é muito gostoso, impossível desapegar.

— Sim, eu amo esse jeito cretino, porque faz com que eu me sinta bem superior.

Chegamos ao estábulo e de longe pude ver Laerte trazendo putão e uma égua que era interesse do meu cavalo. Ele era um cavalo à moda antiga, gostava de escolher a parceira, depois paquerava, deixando -a se render aos seus encantos, e só então caía para o bote. Já havia presenciado a égua se esfregando nele, totalmente seduzida, e putão ignorando um pouco. Ao lado de Laerte, vinha Isabela. Tinha caroço nesse angu? Parecia que não era só meu cavalo que estava flertando, meu funcionário estava disposto a levar a garota da cidade para uma visita ao íntima ao celeiro.

— Bom dia. – Laerte cumprimentou de modo contagiante. Carol se limitou a murmurar.

— Eu e a cara de pamonha aqui, viemos dar um passeio pela fazenda. - informei a eles e acariciei meu cavalo.

— Parece que não dormiu bem, Carol? –questionou Isabela, mas antes que ela pudesse usar essa brecha para fazer palanque e discursar sobre os malefícios de acordar cedo, eu fui mais rápido.

— Essa daí dorme igual pedra. Se deixar, mora na cama. Laerte ajuda a Carol, a montar na égua.

— Ela sabe cavalgar? - ele perguntou inocentemente, e no mesmo instante meu olhar se encontrou com o dela. Carol até revirou os olhos diante da minha ironia em forma de sorriso.

— Sabe, e muito. Vamos. - Montei em Putão e esperei Laerte ajudar Carol e dar algumas instruções. A égua era mansa, qualquer pessoa poderia montar nela.

Esperei que ela me acompanhasse e fiz o cavalo marchar tranquilamente em direção ao grande haras um pouco mais adiante. Carol emparelhou comigo, com nariz empinado, tentando parecer fria, o que não combinava com alguém tão expressivo como ela. Observei-a por um instante. Esbelta, parecia um pouco mais em forma, creio que por causa dos treinos três vezes por semana. Tinha a pele macia, e os cabelos tão bonitos, que eu podia toca-los o dia inteiro. Ela olhou para o lado e me flagrou a observando.

— O que foi?- Carol perguntou.

— Você não é uma mulher extremamente dependente da modernidade.

— Por que diz isso?

— Já completaram três semanas que está aqui, e parece adaptada ao ambiente natural.

Ela deu de ombros e ficou pensativa, depois me olhou e concordou.

— É. Eu não sou muito fã de locais movimentados. Achava um porre trabalhar naquela lanchonete em SP.

— Então te fiz um favor.

— É o que parece.

Chegamos na cerca branca bem construída. Lá dentro, alguns peões treinavam cavalos. Desci de Putão e ajudei Carol a descer. Os dois cavalos foram pastar e nos aproximamos da cerca, para ver os cavalos sendo adestrados.

— Concorda comigo sobre eu ter feito um favor para você? - perguntei para ela.

— Apesar dos contratempos que você cisma em criar, eu estou aqui de boa, sem precisar trabalhar como um burro de carga, morando em uma mansão, roupas novas, comendo do bom e do melhor.

— Sendo comida pelo melhor. - ri da cara que Carol tentou fazer, sem sucesso.

— Não ferra. Apesar de que a liberdade não se compra.

— Você é livre.

— Aham - ela desdenhou, e notei as sobrancelhas subindo por cima dos óculos. - Eu posso, por acaso, ir embora?

— Não. - falei na lata, sem nem me preocupar em esconder. Eu me apoiei na cerca e olhei para o céu enquanto pensava sobre isso. - Em hipótese alguma deixarei você ir, Carol. Te dou a permissão de ir visitar seus pais, ir comprar alguma coisa, desde que volte pra cá. - em vez de brigar, surtar e se descabelar, os lábios dela se curvaram de lado, um sorriso de provação.

Carol fingiu olhar os cavalos e perguntou:

— Se por acaso aparecesse outra mulher?

— Não estou procurando para encontrar.

Minhas palavras a pegaram de surpresa, mas ela continuou:

— Mas se alguém aparecer?

— Não sei se percebeu, mas eu já tenho uma mulher. Descarte os meios que te trouxeram, até aqui e leve em conta só o nosso relacionamento. O resumo é que você é minha mulher.

Eu estava certo disso, desde que a vi na festa na casa dos meus pais. Era a minha acompanhante legitima, a mulher que eu dividia a cama, a mesa, o teto. A única capaz de me ferir com a praga do ciúme e provocar sorrisos involuntários. A única que conseguiu colocar ânimo no meu dia mesmo que ele estivesse uma merda.

— E você é meu homem?

— Ainda duvida disso?

Ficamos nos encarando, calados, até ela sevirar, escondendo o rosto para eu não ver o sorriso de contentamento. Passei obraço em seu ombro, a puxando para mais perto de mim. Dessa vez, Carol nãotentou me repelir, apenas abraçou minha cintura.

— Ah abacaxi, eu sou um homem bem resolvido epoderoso por aqui. Acha que eu perderia tempo mantendo uma mulher presa naminha fazenda se eu não sentisse nada por ela?

— Você sabe me deixar sem palavras, caubói.

— De várias formas. - Beijei os cabelos dela e continuamos ali, observando os cavalos.




MINHA REFÉMOnde histórias criam vida. Descubra agora