34°

438 26 2
                                    

Eu estava sentado no chão, olhando à minha frente, a mesa de trabalho virada, assim como minha alma estava trucidada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava sentado no chão, olhando à minha frente, a mesa de trabalho virada, assim como minha alma estava trucidada. O escritório parecia um pandemônio. Eu podia destruir uma casa inteira, e mesmo assim, não aplacaria nada a minha fúria e mágoa. Senti que perdia o controle das coisas à minha volta e isso me deixava destruído. Só uma vez aquilo havia acontecido, quando meu pai me trouxe para a fazenda e eu fiquei incapaz de ajudar meus outros irmãos. Em algo que não estava ao meu alcance. E, naquele momento, me sentia da mesma forma.
Eu me levantei, tirei a camisa, e me deparei com Tereza na sala, olhando as malditas fotos. Ela tinha acabado de voltar de lá de fora, tinha ido acompanhar Carol.

— Chame alguém para arrumar meu escritório- falei e caminhei para a escada.

— Eu fiquei pensando em como aquela menina deve ter um poder gigantesco.

— Como é que é? - me virei para ela, disposto a discutir, mas ela deu de ombros e continuou.

— Como ela conseguiu armar tudo isso, tramando com seu cunhado, entregando fotos da empresa para ele. - Balançou as fotos e as jogou no sofá. - Bem debaixo do seu nariz. Sem colocar os pés na rua e estando na sua cola dia e noite. Devo parabeniza-la, esse feito é de alguém bem inteligente, um espião profissional, eu diria. - Ela me olhou com pouco caso e caminhou para a cozinha. - Pena que eu não possa arrumar todas as suas bagunças.

Fiquei de longe olhando as fotos no sofá. Desistir de subir para o quarto e me sentei no sofá. Li o bilhetinho mais uma vez e peguei as fotos, agora com mais calma, uma por uma. Minha mesa, meu computador, o mural que montei para a apresentar ao gringo, os documentos. Com ódio mortal bombando o sangue em meu corpo duro de tensão, amasse uma foto na mão, pensei um pouco e são da sala, subindo para meu quarto.

Enquanto tomava um banho, pensei no que faria. Letícia estava desaparecida, e eu tinha que saber melhor sobre a tal gestação. Tinha que, de alguma forma encontrá-la para conversar. Por enquanto, eu não podia nem ver Carol e duvidava que ela fosse querer me ver.Saí do banheiro, olhei o quarto em volta, que por longas semanas tinha se tornado diferente. Um quarto acolhedor e bem animado. Sabendo já o que eufaria, peguei o celular e liguei para Franco, que tinha acabado de sair da fazenda.

— Diga patrão.
— Preciso que entre em contato com Matheus, meu ex amigo.
— Ah, eu acho tenho o telefone dele. Um momento, Gabriel.- Ele demorou alguns minutos e, quando retornou, me passou o número do telefone do filho da puta. Desliguei a chamada de Franco e digitei o número que acabará de receber. Ainda de toalha, me sentei na cama, e Matheus atendeu.
— Oi.
— Matheus, aqui é Gabriel Barbosa.
Gabriel? O que quer? Não tenho nada para falar com você. - Em um tom amedrontado, ele se adiantou.
— Tem, claro que tem. Você vai me contar onde está Letícia, ou eu pego um vôo agora e até aí. Você decide.

 Você decide

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
MINHA REFÉMOnde histórias criam vida. Descubra agora