NOVE

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    Severide chegou em menos de dez minutos no distrito dando de cara com Antônio. Severide empurra Antônio e o põe contra a parede, seu rosto vermelho transbordava raiva. Antônio por outro lado não estava muito preocupado com a reação do bombeiro.

— O que você fez com ela? — Severide pergunta bravo.

— Ela é a pessoa que está escondendo as coisas da gente. — Antônio diz empurrando Severide. — Ela não quer conversar.

— Eu estou tirando ela daqui. – Antônio olha para o bombeiro desconfiado, porque toda aquela preocupação com Faith? — Ela não vai mais ficar no seu apartamento.

— Não depende de você Severide. – Antônio gritou, ninguém tiraria Faith de perto dele.

— Eu não ligo! – Severide gritou de volta. — Ela só vai falar com a polícia  na presença de um advogado. — Antônio cruzou seu braços e olhou sério para o bombeiro. — Agora, ela está liberada ou não?

— Ela está. – Antônio respira fundo e olha para Severide. — Cuida dela.

— Esse era o seu dever.

   Faith estava sentada na jaula esperando em completo tédio, não havia conseguido dormir nem um minuto e não parava de pensar em Antônio, ela foi muito ingênua a acreditar que Antônio e os outros estavam lá para ajudar ela, eles não estavam, todo esse tempo eles desconfiavam dela e ela boba se apegou a todos.

Faith escutou passos vindo em direção a cela, mas não se preocupou em ver quem era. Apenas levantou, virou seu corpo e colocou suas mãos para trás.

— Eu não vou te algemar. – A voz que estava por trás dela era irreconhecível, Antônio. Seu corpo se arrepiou ao sentir seus lábios em seu pescoço. — Me perdoa.

Lagrimas saiam de seus olhos, mas ela não conseguia virar seu corpo, ela sabia que se o encarasse iria ceder aos beijos e isso era última coisa que ela queria, ela estava magoada, e seria muito difícil o perdoar.

— Eu estou livre para ir? — Faith pergunta com seus olhos fechados.

— Severide está aí, eu liguei para ele. – Faith percebeu pelo tom de voz que Antônio não gostava da amizade entre eles, mas isso não era problema dela. — Se cuida. – Antônio virou Faith e a fez ficar de frente para ele. — Vamos conversar depois.

— Não temos nada para conversar.

— Sim, nós temos.

    Depois de assinar alguns papéis Faith estava livre, ela encontrou Severide na saída do distrito e o abraçou forte, ela precisava daquele abraço, ela precisava de um amigo mesmo não acreditando que havia um para ela naquele momento.

— Você vai ficar comigo na minha casa. — Faith o soltou de seu abraço discordando.

— Não posso, eu tenho um dinheiro guardado dos dias que trabalhei no Molly's, eu vou alugar um lugar para mim.

— Faith você não pode ficar sozinha ainda é muito perigoso. — Faith levou as duas mãos a sua cabeça e olhou pro céu.

— Todo esse tempo eu estava sozinha. – Faith olha para Severide com o rosto cheio de lágrimas.

— Eu achei que eu tinha amigos e talvez um namorado, mas todos, o tempo todo estavam me tratando como uma suspeita, eu estou sozinha aqui, sempre estive.

— Ei, eu estou aqui com você! – Severide põe sua mão no rosto de Faith. — E eu não vou para lugar nenhum, tudo bem?

— Sim.

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