DEZESSETE

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Amarrada em uma cadeira Faith olhava Lee apontar a arma em sua direção e Severide continuava desacordado. Ela não tinha ideia do ele que iria fazer ou de como iria sair dali.

— Anne foi tão esperta ao deixar aquele envelope na sua cama. – King Lee estava orgulhoso de sua filha. — Ela é realmente minha filha.

— Anne? – Faith perguntou confusa. — Ela é sua filha?

— Sim, consegue acreditar? – Lee continuava sorrindo orgulhoso. — Ah! – Ele colocou a mão na sua testa lembrando de algo... — Sim, ela é sua irmã.

— Anne? – Faith não podia acreditar que Anne era sua irmã e que armou para ela.

— O único erro dela foi ter deixado o bombeiro vir com você. – King Lee colocou a arma na bochecha de Faith. — Todos vão sentir falta dele. – Ele continuou a passar a arma em sua bochecha. — Você? Não tenho certeza. – King Lee guardou a arma em sua cintura foi em direção as escadas. Faith finalmente soltou o ar que estava segurando. — Não se preocupe querida, eu vou voltar.

Severide sentiu sua cabeça doer e lembrou do que havia acontecido, rapidamente ele se levantou e viu Faith sentada com suas mãos amarradas para trás.

— Graças a Deus você acordou. – Faith respirou aliviada.

— Eu vou te soltar dessa cadeira e descobrir como sair desse porão. — Faith concordou com a cabeça enquanto Severide desatava o nó. — Tenho certeza que Anne já deve ter sentido nossa falta e chamado a polícia.

— Eu não teria tanta certeza. – Faith disse e Severide a olhou sem entender. — Anne colocou o envelope na minha cama.

Severide se lembrou de quando King Lee mencionou o nome de Anne e tudo começou e todas as peças do quebra cabeça começaram a se encaixar.

— Ela estava ajudando ele esse tempo todo? –Faith confirma e Severide engoliu o misto de emoções que estava sentido. — Vamos sair desse lugar.

O bombeiro puxa a morena em direção a porta do porão, mas ao abrir, os dois dão de cara com King Lee.

— Indo para algum lugar? – King Lee chutou Severide o fazendo cair da escada.

— Severide! – Faith gritou preocupada com o amigo, mas antes de poder chegar até o amigo ela sentiu seu cabelo ser puxado. — Deixe ele ir, eu prometo cooperar.

— Cooperar? – Lee perguntou. — Eu não quero que você coopere em nada Faith, eu quero você morta!

— Porque? – Faith gritou aos prantos. — Tudo que eu queria era encontrar minha irmã.

— Marianne me deixou quando você nasceu– Lee gritou de volta. — Você é a razão do porque eu não tenho a pessoa que eu mais amo do meu lado.

— Ama? – Faith sentia nojo do homem que estava em sua frente. — Minha mãe me contou todas as coisas horríveis que você fez com ela. – Lee sentiu a raiva crescer em seu corpo. — Você tentou vender Anne sua própria filha!

— Eu nunca quis uma filha! – Lee disse com nojo. — Tudo que eu queria era sua mãe!

— Você é nojento! – Faith gritou com uma fúria que ela não sabia que estava dentro dela. — Eu odeio ser sua filha!

— Filha? Você nunca foi minha filha! – Faith parou de gritar e olhou para o homem confusa. — Você nunca foi minha filha e nunca vai ser!

Lee levantou sua arma é apontou para Faith, ela sabia que ali naquele momento não teria como escapar, era a hora dela ir. Lee apertou o gatilho e Faith fechou seu olho caindo no chão em seguida.

— Vamos ver como seu namorado detetive vai reagir ao ver seu corpo. – Lee diz pegando seu celular.

Gabby subiu as escadas do distrito encontrando seu irmão sentado em frente ao computador e todos os policiais ao seu redor assistindo o vídeo que Lee havia mandado.

— Antônio! – Gabby chamou seu irmão. — Faith sumiu! Ela não apareceu para trabalhar hoje e não atende o celular.

— Ela não sumiu. – Antônio respondeu sua irmã, sua voz estava fria. — King Lee está com ela e Severide.

— Eu quero saber onde esse cara está. – Voight disse furioso e sem paciência. — Ele já brincou de pega-pega o suficiente.

— Estamos quase localizando ele sargento. –Burgess disse de seu computador.

— Halstead traz a sua informante aqui, eu quero conversar com ela. — Voight ordenou e Halstead logo levantou de sua cadeira negando.

— Deixa ela fora disso. – Halstead disse brusco. — King Lee não pode saber que Geórgia está por aqui.

— Ele não vai saber.— Voight garantiu ao detetive.

Gabby olhava seu irmão com a cabeça no meio de suas mãos preocupado. Ela não sabia o que dizer ou como confortá-lo. Gabby podia dizer que tudo ficaria bem, mas ela não poderia dizer tais coisas sem ter certeza.

— Ei! Gabby levantou a cabeça de Antônio para que ele a olhasse. — Eu não vou falar que tudo vai ficar bem, mas você precisa reagir e procurar por ela antes que seja tarde demais.



Anne andava de um lado para o outro preocupada com Faith e Severide. Os dois não haviam voltado e Anne estava ficando cada vez mais preocupada, a morena cogitou de os dois terem ido ao endereço do envelope, mas sabia que sua irmã não levaria seu amigo até lá. Anne decidiu ligar para o Voight e avisar que seus amigos estariam desaparecidos. Ao discar o número, a morena escutou a campainha.
— Finalmente vocês...– Anne interrompeu o que ela estava falando ao ver Antônio e Ruzek do outro lado. — O que aconteceu?

— King Lee está com a Faith e o Severide. – O coração de Anne começou a acelerar ao ouvir o nome do seu amigo. — Mas você já sabia disso certo, Anne?

— O-o-quê? — Anne gaguejou e Antônio não estava conseguindo segurar a raiva que estava dentro dele.

— Você estava ajudando King Lee todo esse tempo? – Anne tentou se explicar, mas Antônio a interrompeu. — Poupe o seu discurso Anne, você vem com a gente pra delegacia.

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