Antônio e Faith estavam em silêncio no frio congelante de Chicago. Os dois não sabiam como começar aquela conversa sem discutir. Faith queria contar seu segredo, mas ainda achava que Antônio não confiava nela. Antônio só queria Faith de volta na rotina da sua vida maluca.— Eu...– Antônio começou a falar, mas parou ao perceber o que ele iria falar.
— Você?
— Eu sinto sua falta. – As quatro palavras deixaram Faith com suas bochechas avermelhadas. — Eu sei que não tem nem mesmo um dia que você foi morar com Severide, mas eu sinto sua falta. – Antônio se aproximou de Faith e a abraçou sentindo o cheiro de morango do seu cabelo cacheado. — Aquele apartamento não é a mesma coisa sem você.
— Eu sinto muito, Antônio, mas as coisas não vão se resolver com um abraço. – Faith se afastou do abraço do detetive sentindo seu corpo reclamar pela distância.
— Preciso que você confie em mim e conte o que você está escondendo.
— Depois de tudo o que aconteceu? Você só pode estar brincando. – Faith coloca a mão na testa desacreditada. — Você não entende? –Faith começou a andar de um lado para o outro nervosa. — Eu não confio em ninguém.
— Faith... – Antônio tentou abraçá-la novamente.
— Não! Faith se afastou. — Eu vou viver minha vida e você vai viver a sua!! – Disse ela com a voz alterada. — É o melhor a ser feito.
— Então, é isso? Acabou?
— Nós nunca começamos algo para finalizar! – disse Faith.
Faith entrou de volta no bar e deixou Antônio atônito e para trás. O policial não acreditava no que havia acabado de ouvir, ela havia desistido dos dois.Entrando de volta no bar Faith foi direto ao banheiro, se trancou e deixou todo sentimento que ela estava sentindo através de um choro incontido, mas abafado. Ela sempre escutava que chorar era o melhor remédio pra curar um coração partido. Coração partido, Faith riu, quão irônico.
Depois de chorar tudo o que tinha que chorar Faith jogou uma água em seu rosto e abriu a porta dando de cara com Gabby.
— Você está bem?– Ela pergunta ao ver o rosto de Faith inchado, como o de quem havia chorado.
— Argh! Você também! – Faith já estava cansada de todos que lhe rondavam. — Eu preciso que você não fale comigo.
— Eu estou preocupada.
—¿Como si estuvieras preocupada hace días? – Faith deu uma gargalhada carregada de sarcasmo. — No necesito tu preocupación, guárdala para ti.
— Você pode conversar comigo? – Gabby falou sem paciência. — Por que você está falando em espanhol?
— Isso acontece quando eu estou nervosa. –Faith gritou sem paciência. — Estou cansada de vocês dois! Merda! Déjame en paz!
Severide, que escutou a discussão das duas sem entender parte das coisas que Faith dizia levantou de sua cadeira e foi em direção onde as duas discutiam.
— O que está acontecendo? – Severide perguntou ao ver o estado de Faith que estava extremamente irritada.
— Nada!! – Faith disse sem estender a conversa. — Eu vou embora.
— Vou me despedir da Anne e te encontro no carro.
— Por favor, não, eu não quero estragar seu encontro, ela parece ser muito legal.
Severide pensou em corrigir Faith e dizer que ele não estava em um encontro mas sua amiga estava muito nervosa, então ele apenas concordou e a deixou ir.
Antônio passava pela porta do bar quando Faith passou como um furacão por ele, sem tempo de falar algo Antônio viu Faith desaparecer na rua brilhante de Chicago. Voltando sua atenção a sua irmã viu Gabby respirar fundo e Herrmann conversando com ela, imediatamente ele soube que as duas haviam tido uma discursão.
— O que houve? – Gabby estava inquieta, esfregava as mãos e demonstrava nervosismo. — Ei! Antônio colocou a mão em seus ombros fazendo com que ela olhasse para ele. — O que aconteceu?
— Eu acho que perdemos ela. – Gabby abraçou seu irmão. Antônio, perdido em seus pensamentos, beijou a cabeça da irmã na intenção de consola-la e de compensar a dor que sentia. — Eu sinto...
— Não. Antônio interrompeu Gabby. – Ele não deixaria a culpa cair sobre ela. — Nada disso é sua culpa. Antônio olhou nos olhos da irmã que estavam cheios de lágrimas. — Ela só precisa de tempo, precisamos dar isso a ela.
— Certo. – Gabby concordou e limpou as lágrimas.
Anne bebia sua cerveja quando Severide sentou em sua frente parecendo preocupado, ela sempre sentiu algo por seu amigo. O sentimento nunca pôde se concretizar, ele era para ela, apenas um crush.
— Está tudo bem? – Anne pergunta receosa. Ela não queria invadir o espaço de seu amigo.
— Faith saiu daqui como um furacão. –Severide olhou para Antônio e Gabby que estavam conversando. — Eu acho que algo sério aconteceu, mas ela precisa de tempo.
— Você realmente se preocupa com ela. –Anne afirmou com um pouquinho de ciúmes do amigo.
— Sim, ela está sozinha. – O bombeiro falou respirando fundo. — Ela passou por algumas coisas aqui em Chicago.
— Bom, se ela precisar de um ombro amigo eu tenho certeza que você vai estar lá. – Anne tocou o ombro de Severide e o mesmo sorriu agradecido.
Severide pela primeira vez prestou atenção nos traços de Anne. Sua pele morena com sardas e olhos verdes eram perfeitos. Naquele momento, seus traços, eram tudo que podia ver.
Como não tinha prestado atenção nela antes? Talvez por ela ser a filha do comandante.
Anne foi deixada por sua mãe no quartel cinquenta e um apenas com uma fralda e um lençol, imediatamente o comandante Bodden sentiu a conexão com a pequena e a adotou, o processo foi doloroso e, apesar de toda a demanda judicial, o comandante conseguiu a guarda daquele pequeno bebê.
— Sabe, deveríamos fazer isso com mais frequência.
— O que? – Anne perguntou.
— Isso, beber e conversar. – Severide sorriu. — Qual é? Você está livre quase toda noite, certo?
— Ei! Eu tenho meus casos para estudar.
— Tudo bem, uma vez por semana, que tal?
— Tudo bem. – Os dois começaram a sorrir. — Mas é por sua conta.
— Sempre é. – Severide tomou um gole de sua bebida.
— Ei! – Anne fingiu estar ofendida. — Não é verdade.
Antônio andava na rua de Chicago sem pressa em voltar para casa, ele precisava respirar.
Seguindo seu caminho, Antônio percebeu que estava sendo seguido. Começou a andar rápido enquanto pegava sua arma no bolso interno de sua jaqueta. O home que o estava seguindo percebeu que Antônio estava armado apontou a arma que estava sua mão em direção ao detetive.
— Pare! Ou eu atiro. – O homem gritou fazendo Antônio parar imediatamente. — Você acha que não sabíamos que você era um policial?
— Abaixa a arma! – Vamos conversar cara. Antônio ainda estava de costa para o homem.
— Estamos de olho em você e toda a sua unidade.Antônio sussurrou: — merda — lembrando de Faith.
— Esse foi apenas um aviso, da próxima vez você morre! – O homem fez menção de ir embora, mas voltou ao se lembrar de algo. — Ah! eu estou de olho nela também, o chefe tem planos para ela.
Antônio apertou a arma em sua mão com força ao ouvi-lo falar de Faith. Ele não faria mal a ela. Não com ele para protegê-la.
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A TESTEMUNHA
FanfictionFaith Diaz teve seu destino mudado ao por seus pés em Chicago. Sozinha e em perigo, ela vai precisar da proteção de um Detetive da polícia de Chicago para manter-la segura.