DOZE

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       Parado na rua há trinta minutos Antônio repassava em sua mente todas as palavras ditas a ele. Eles a querem a todo custo!  King Lee não vai descansar enquanto não se livrar dela. Lee era conhecido por não deixar testemunhas. Saber que tem uma testemunha protegida por policiais não o deixava muito contente. Antônio discou o número de Hank Voight, sabendo da bronca que iria tomar, mas ele não se importava.

— Voight.

— Nossas suspeitas foram confirmadas. – Voight continuou em silêncio. — Eles sabem que eu trabalho com a polícia e onde Faith está.

— São uma da manhã, Antônio. – Voight disse sonolento.

— Voight, você não está entendendo! – Antônio disse exasperado. — Eles querem matá-la!

— Tudo bem! Te vejo na delegacia.

    Severide entrou em seu apartamento tarde da noite e viu Faith sentada no sofá enrolada em um lençol e tomando o que ele achava ser café.

— Nós precisamos conversar. – Ela disse olhando para o bombeiro com os olhos cheios de lágrimas. — Eu preciso da sua ajuda.

— Tudo bem! – Severide sentou ao seu lado. — O que aconteceu Faith?

— Eu... – Faith ponderou e olhou para aquele que considerava ser seu amigo. Ela poderia confiar nele? — Eu preciso te contar porque eu estou aqui. – Disse Faith com alguma hesitação.

— Como assim? – Severide disse confuso.

—Eu vim para Chicago procurar meu pai. –Severide ainda parecia confuso e Faith respirou fundo. – Seu amigo não gostaria de ouvir o que ela diria em seguida. — Meu pai é King Lee! Que me sequestrou e que me quer morta.

Severide parecia atônito. Ele ainda estava processando a informação que havia acabado de receber. Faith, por outro lado, esperava que seu amigo não virasse as costas para ela, ela precisava de um ombro amigo e Severide era o único amigo em que ela podia confiar.

— King Lee é seu pai?

— Sim! Eu sei que eu escondi essa informação de você e da polícia, mas tenho meus motivos.

— E quais seriam esses motivos? – Faith se encolheu no sofá e Severide percebeu que sua amiga não confiava cem por cento nele. — Faith você precisa confiar em mim.

— Eu confio! – Ela se levanta do sofá exasperada. — Eu apenas...

— Você o que? – Severide estava tentando ser paciente com Faith.

— Eu tenho uma irmã.

— Uma irmã?

— Sim. – Severide olha a sua amiga que estava indo de um lado para o outro na sala. — King Lee sabe sobre mim, ele me quer morta.

— Você precisa contar para o Antônio.

— Não! – Isso está fora de cogitação. Faith voltou a sentar no sofá em que o bombeiro estava sentado. — Você precisa prometer que não vai falar nada para o Antônio.

— Faith, ele te quer morta. – Severide segura as mãos de Faith e ela olha triste para ele. — Eu não posso te proteger.

— Você não precisa.

— Faith... – Severide súplica.

— Não Kelly, No digas nada.

— Eu não falo espanhol. – Faith rir. — O que significa?

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