VINTE E QUATRO

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        Exausta de estar naquela delegacia Faith estava no maior tédio que ela já havia sentido em toda sua vida, ela não via a hora de toda aquela bagunça acabar e finalmente ficar livre para ir onde quisesse.

— Faith! – Hank estrala os dedos em seu rosto trazendo a morena de volta à realidade. — No que você está pensando?

— Vida. – Faith colocou seu rosto entre suas mãos. — Pensando nos meus amigos, no meu verdadeiro pai que não tive a oportunidade de conhecer.

— Isso vai acabar em breve e você vai poder conhecer o Bodden.

— Eu sei.

Antônio observava Voight e Faith conversarem na sala como melhores amigos, o policial de alguma forma se sentia incomodado com a amizade dos dois, mas não considerava ciúmes. Ele estava com raiva do seu sargento por esconder algo tão importante, e com raiva de Faith por permitir, mesmo ela não tendo a opção.

— Eu preciso sair daqui. – Antônio disse e levantou da sua mesa sendo seguido por Ruzek.

— Ei! – Ruzek chamou Antônio. —Onde você vai?

— Eu preciso bater em algo. – Antônio virou para o amigo. — Eu estou indo para a academia.

— Eu vou com você! – Ruzek voltou à mesa pegou suas coisas e seguiu o amigo.

— Então...– Faith olhou para o espaço vazio. — Olívia...– Faith levanta uma de suas sobrancelhas. — Ela é sua...

— Amiga. – Voight rapidamente respondeu à morena e Faith riu do sargento. — Ela vai estar aqui em alguns minutos.

— Claro... – Faith  disse rindo. — Eu vou ter que dormir aqui na delegacia?

— Não! – Voight revirou os olhos. — Eu ainda não resolvi essa questão.

— Eu deveria dormir no apartamento de Antônio sabe... – Faith deu a dica para Voight que a olhou sério. — Eu só estou falando. Faith levantou as duas mãos em rendição. — De qualquer forma eu preciso conversar com ele a sós, e acho que não vou conseguiria fazer isso com ele na delegacia.

— Eu não posso confiar sua segurança a Antônio, Faith. – Hank disse sério. — Eu não posso confiar sua segurança a ninguém além de mim.

— Eu sei... – Faith disse triste, mas compreensiva. — Eu sei.

       Na academia Antônio batia no saco-de-pancadas descontando toda sua raiva e frustração, todos os dias em que sofreu pela morte de Faith, todos os dias em que se culpava e todos os dias que sentia sua falta.

O suor descia por o seu corpo e seus olhos gritavam a fúria que ele estava sentido. Do outro lado do saco Ruzek olhava seu amigo treinar com pena do pobre saco, ele não queria ser a pessoa a receber um soco de Antônio.

— Então...– Ruzek começou a falar. — Voight já decidiu onde Faith vai ficar?

— Eu não quero falar sobre isso. — Antônio disse e continuou a treinar.

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