VINTE

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    Halstead e Ruzek olhavam para a detetive confusos. Burgess que tentava não chorar respirou fundo.

— Como assim ela está morta? – Halstead perguntou.

— Ela está morta. – Burgess olha para King Lee que está com um sorriso no rosto. — Vamos levar ele pra delegacia.

— Eu disse que sempre consigo o que quero. King Lee cantou e Halstead revirou os olhos. Halstead puxa King Lee e leva ele até o carro irritado com o sorriso que estava estampando em seu rosto. — Não se preocupe! A próxima é Geórgia.

— Geórgia está salva? – Halstead pergunta para Burgess.

— Sim! – Burgess entrou no carro. — Vamos, as coisas não estão boas no hospital.

— Como está o Antônio? – Halstead perguntou preocupado.

— Inconsolável.

       Antônio não podia acreditar, Faith estava morta. Todos os momentos em que viveu com ela passavam por sua cabeça, ele perdeu o amor da sua vida.
Todos estavam ao seu lado o consolando enquanto ele sentia toda sua dor tomar conta do seu corpo, ela se foi, o amor da vida dele, Faith Diaz morreu.

"Sinto muito! Nós fizemos de tudo, mas Faith não resistiu aos ferimentos e morreu".

As palavras do médico não saiam de sua cabeça. Antônio ainda acreditava que Faith sobreviveria e que veria seu sorriso mais uma vez. Gabby segurava seu irmão em seus braços na sala de espera onde todos estavam em silêncio e somente se escutava o choro de Antônio. Gabby segurava o choro. Ela se odiava por saber que Faith se foi antes das duas se acertarem.

— Eu preciso vê-la! Antônio disse secando as lágrimas. — Eu preciso me despedir!

— Eu também, irmão. – Gabby disse passando a mão nas costas de Antônio, o consolando.

"Eu disse que a amava! não se preocupe, Antônio! Sempre foi você"

— Sempre fui eu. – Antônio sussurrou.

— O quê? – Gabby levantou sua cabeça e perguntou. — Sempre foi você o quê?

— O amor da vida dela. – Antônio deu um sorriso triste. — Eu nunca tive a sorte de falar que sempre foi ela.

— Ela sabia, irmão. – Gabby sorriu. — No fundo ela sabia.

   Assim  que o médico disse que Faith estava morta, Anne correu para o apartamento do Severide e arrumou suas coisas, Assassina, era o que ela ouvia em sua cabeça.
     Anne arrumava tudo em aos prantos, ela precisava sair daquele apartamento e sumir de Chicago.
      Ela deixou King Lee entrar em sua mente e não sentia nada além de ódio. Ódio dela mesma! Do pai biológico! Apenas ódio.
Anne decidiu escrever uma carta para Bodden. Ele precisava saber que estava bem e salva.

"Pai, eu estou bem! Não se preocupe! Eu precisei sair de Chicago, você disse que íamos passar por tudo juntos mas eu não consigo ficar em um lugar onde todos vão me odiar. Especialmente você. Faith morreu e a culpa é minha, você perdeu uma filha sem ao menos conhecer e a culpa é minha. Eu matei minha própria irmã pai, por isso, eu nunca vou me perdoar! Fica bem! Nana te ama."

Anne deixou a carta e a chave do apartamento em cima da cama que dormia e saiu do apartamento.

     O funeral de Faith aconteceu no dia seguinte, com o caixão fechado. Todos jogaram suas rosas e deram seu último adeus a morena. Em seguida foram para o Molly's. O bar não tinha música como sempre. Era apenas o silêncio. Todos presos em seu próprio luto.

— Eu quero dizer algumas coisas. – Hermann levantou seu copo com cerveja e todos olharam para ele. — Quero fazer um brinde à Faith, nossa amiga, irmã e filha. Quando Faith chegou aqui ela não conseguia acompanhar os pedidos e até pensou em desistir, mas eu insisti e disse que antes da experiência, vinham os erros e que não havia problema em cometer erros. – Hermann se emocionou e lágrimas começaram a descer em suas bochechas. — Faith nunca desistiu! Faith sempre foi forte, alegre. É a única que entendia as divagações do Mouch. – Todos riram. — Ela vai fazer falta, mas eu tenho certeza que onde quer que ela esteja, ela está feliz. Para a Faith. — Hermmann levantou seu copo e todos acompanharam.

— Para Faith! — Todos gritaram.

      Antônio estava em um canto do bar bebendo seu whiskey... perdido em seu próprio luto! Seus amigos sentaram perto de onde ele estava e ficaram lá em silêncio, apenas o consolando. Seria difícil a vida sem Faith, uma vida que Antônio nunca imaginou que teria que viver.

— Eu sei que você está triste, eu não faço ideia de como você está se sentindo... — Burgess segurou a mão de Antônio. — Mas, estamos aqui.

— Todos nós. — Kevin disse.

Antônio encarava seu copo de whiskey imóvel sem saber o que fazer. Ele sentia sua falta.

   Voight entrou no apartamento e viu a a mulher  sentada à mesa da cozinha com uma cerveja em sua frente.

— Todos acreditaram que você está morta. Disse Voight sentando-se à mesa. — Faith Diaz não existe mais.

Faith olhou para baixo se sentido mal por fazer seus amigos passarem por isso, especialmente Antônio. Tudo que ela queria nesse momento era correr em direção aos braços  do detetive e falar que estava viva e que nada iria separar os dois, mas era inevitável, Faith Diaz precisava morrer.

— Eu espero que isso acabe logo. – Faith disse. — Quando vai acabar?

— Eu não posso falar amanhã ou daqui um mês, então, você precisaria ir para outro país. – Faith levantou sua cabeça surpresa. — Eu não posso te manter salva aqui em Chicago, Faith, você vai ficar com a proteção de testemunhas e quando tudo acabar você pode voltar para Chicago.

— Tudo bem. – Faith suspirou derrotada. — E qual vai ser a minha nova identidade?

— Vitória Martinez. –Voight pegou o passaporte e a identidade e lhe entregou.

— Obrigada. – Disse Faith olhando para o sargento. — Sei que começamos com o pé errado, mas eu sou grata por você salvar minha vida. — Voight deu um sorriso de lado. — Alguém além de você sabe que eu estou viva?

— Não! — Voight olhou sério para a morena. — Eu não posso arriscar, eles estão muitos envolvidos.

— E mesmo assim você se arriscou por mim.

— Sim, eu acho que sim. – Voight levantou da mesa. — Vai dormir porque amanhã bem cedo você irá viajar.

Amanhã Faith Diaz estaria morta.

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