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𝗦𝗼𝗺𝗲𝘄𝗵𝗲𝗿𝗲, 𝗔𝘂𝘀𝘁𝗿𝗮𝗹𝗶𝗮 𝟮𝟬𝟮𝟰
Os poderes de Persie eram, na maioria, desconhecidos pela deusa. Dos quais ela não nasceu com, mas Hades a presenteou com eles, e desde então ela segue tentando entender o que eles significam. Um deles era a habilidade de "desfocar", ou seja, ela perdia o foco naquela realidade e fazia algo como um tranporte de realidades, mas sem nenhum esforço. Ela habitava diversos universos, mas o preferido dela era uma realidade paralela à aquela, onde só havia paz e tranquilidade, um lugar perfeito para ela por os pensamentos em ordem.
Foi assim que ela conhecera Druig.
Conhecer não é o termo certo... mas se aproximou dele.
Sendo o "Eterno da Mente", era de se esperar que o cara tivesse algum poder assim, com isso de subconsciente e tal. E ele realmente passava muito tempo naquele lugar, muito mesmo.
Quase todas as vezes que Persie se conectara lá, ela acabava encontrando ele, sempre debaixo da mesma árvore, com a brisa suave do vento batendo nos cabelos morenos e os olhos azuis fechados.
Aquela vista era linda demais pra ser apenas descrita em palavras. E ela queria muito parar de revivê-la em sua cabeça e presenciar ao vivo e a cores.
Mas, ela nunca mais fizera isso desde que houve a separação do grupo. Foi muito difícil se separar do grupo, e especialmente dele. Ainda mais quando ela mesmo não tenha tido essa decisão, e não queria isso.
O relacionamento entre eles sempre fora algo complicado, os dois eram muito, e quando se juntavam viravam nada. Positivo e positivo sempre daria positivo, era um equilíbrio, mas quando alguém quebra essa harmonia, o valor negativo vem à tona.
Eram como uma bomba, e bombas costumam explodir. E o resultado não era tão bonito assim.
Mas é claro que os dois nunca entenderam isso até a bomba estourar, e nem depois disso
Ele queria ela. Ela queria ele. Os dois precisavam um do outro.
O reencontro com Thena não fora nada como ela esperava. A mulher estava em um dos seus estados de transe, e Gil disse que estavam piorando cada dia. De primeira vista, Thena pacíficamente pintava um quadro ou alguma tela, sentada em um pequeno monte do lado de uma árvore, mas ela dava pinceladas descompensadas, sem pensar no que fazia, estava hipnotisada e fora de si.
Não queria ir lá, não queria ver sua melhor amiga naquela situação. E não se importava se os outros acharam aquela decisão egoísta. Não conheciam Thena como ela, ninguém. Nunca passaram pelas mesmas coisas juntas com ninguém, a época do Olimpo, nos Eternos... tudo era incrível com ela. Não estava pronta para ver sua amiga morta, o que aconteceria — no amor ou no ódio.
Ela apenas ficou sentada, naquela mesa de madeira, encarando a torta estatelada no chão e pensando em tudo isso, quando sentiu uma mão em seu ombro, tamborilou dois dedos e parou. Persephone respirou fundo e virou a cabeça.
