TENOCHTITLAN,
1445 d.C.O DIA ERA claro, de um calor insuportável, e Druig se convencia de que aquilo não era ciúmes.
Da primeira vez, ele estava ainda mais certo de que o que sentia ao ver Persephone conversando com outros homens, e sorrindo, não era ciúmes. Quando via outros caras olhando para ela, quando ouvia o pensamento das pessoas que a olhavam de cima a baixo com luxúria, ele tinha certeza de que não estava enciumado. Apenas a protegendo da maldade humana.
Ele não era um homem ciumento, de fato. Sua teoria de que a racionalidade dos sentimentos era a chave de tudo quase sempre funcionava.
Mas, quando viu Persephone e Ikaris, conversando bem ali ao seu lado, na mesa de jantar, seu coração bateu mais rápido. E claro, em 7 000 anos de existência e convívio, obviamente os dois já haviam se conversado antes em algum momento. Não precisava se aterrorizar ao ver Persie e Ikaris se aproximando aos poucos com o tempo, tendo conversas longas e frequentes.
Mas isso não significava que não estava incomodado com o jeito que ela sorria ao falar, que seu corpo estava inclinado e a morena parecia interessada de fato no que Ikaris tinha a lhe dizer. Ele percebia tudo isso encostado em um canto oposto da sala, de braços cruzados e os olhos azuis semi-cerrados.
Mas o que realmente o assustava era a totalmente provável possibilidade daquela mulher estar aos poucos se "desapaixonando" por ele, sem notar. Como, por exemplo, como ele já havia notado estar acontecendo entre Sersi e Ikaris, que não eram mais vistos tanto juntos. Talvez isso também estivesse acontecendo mais perto que Druig imaginava, o pensamento fazia os dentes do homem trincarem.
O olhar interessado e sério que os olhos azuis dela davam para Ikaris, a movimentação corporal, tudo agora parecia um sinal óbvio demais para ele não notar. Tinha que intervir, agora.
Primeiro, ele se sentou discretamente ao lado dela no sofá que estavam, mas nenhum dos dois pareceu notar sua presença ali. A mão dele devagar escorregou ao encontro da dela, que não percebeu sues dedos a entrelaçando.
— Oh, oi! — Persephone pausou sua frase ao sentir a mão gelada do namorado em contato com a sua. Ikaris apenas pronunciou o nome do homem com um aceno de cabeça.
— Posso roubar você por um minuto? — esse, por vez, não deu muita atenção a Ikaris. Sua frase não era muito bem um pedido e sim uma afirmação, ele a roubaria por um minuto.
— Ah, okay. Estarei de volta em um minuto, Ikaris. — a morena concordou, logo sendo arrastada para fora do Domo pelo ciúmes expresso de Druig. Ele segurava a mão dela forte, não a deixando escapar.
Ele só pareceu parar de trovejar quando os dois viram a luz do sol fora do Domo, que brilhava incandescentemente.
— O que aconteceu? — ela perguntou intrigada, não o via descontrolado assim a muitos anos. Ele não a respondeu, ao invés disso entortou a cabeça para o lado e deu um sorrisinho tentando controlar seja lá o que ele estivesse sentido. Confusão, um pouco de raiva e medo e um tiquinho de nada de ciúmes. — Pode me responder? O que era tão importante assim, Druig?
Ele a empurrou até uma parede do Domo, a prensando lá enquanto dava uma pausa para a admirar. Principalmente o sorriso confuso e vitorioso dela e o jeito que o vento batia nos cabelos pretos de Persephone. Seus olhos estavam quase totalmente pretos de luxúria.
Ele avançou, a prendendo num beijo furioso, correndo as mãos fortes das costas dela até seu rosto. Seu beijo era apaixonado, um pouco forte e... violento? Ela não sabia muito bem explicar, mas o retribuíra de qualquer forma. Ele não costumava ser assim, pelo menos não do nada.
Quando se separaram, ele apoiou a testa na dela, recuperando a respiração afobada antes de começar a falar finalmente.
— Está enjoada de mim? — ele perguntou, no tom mais suave e quieto possível. Estava sensível, machucado e confuso.
— Espera aí... o quê?! — ela foi rápida em responder, se afastando com um movimento brusco e confuso. Não sabia o que responder, achava que aquele cenário era algo impossível de se acontecer. — Homem, o que nesse mundo te faria pensar que não o amo mais?
— Se você não se lembra, vou refrescar sua memória: você e Ikaris. Toda hora, juntos. Conversando, conversando e conversando. Todas essas horas. Te juro que passa mais tempo com ele do que comigo. — ele deu um longo suspiro, depois continuou. — Não foi tão difícil entender, foi?
Persie procurou um lugar para se sentar ao ouvir a fala. Estava em choque, suas sobrancelhas estavam levantadas, tudo que queria agora era rir do que Druig acabara de dizer.
Ikaris? Druig achou que estava apaixonando-se por Ikaris?!
— Não ri. Ele está tendo problemas com Sersi, sabe? Provavelmente está te escolhendo como próxima conquista. E mais que ele te conhece por muitos anos, e sabe que estamos juntos a muito tempo. Aquele sujeito nunca gostou de mim.
— É, de fato eles estão tendo problemas. Isso é o por quê de eu estar falando tanto com ele ultimamente, mas não é o que pelo motivo que você pensa. — ela começou, notando a expressão do homem se alterar. — Ele só precisa de conselhos amorosos. Ele viu que estamos juntos a tanto tempo, e nos mantemos firmes, sem muitos problemas, e queria saber se eu tinha algum conselho. E então estamos conversando todos os dias sobre isso porque o ajuda, ter alguém para conversar. Embora eu também nunca tenha falado muito com ele até agora. Mas eu tenho experiência, muita experiência em relacionamentos.
Ele a encarava sem se mexer, piscar ou tentar dizer algo. Persie se levantou para enroscar o pescoço dele com seus braços, os juntando ainda mais.
— Eu acho fofo quando é ciumento, mas não tem necessidade disso. Você sempre teve meu coração, e sempre terá. Será seu até não querer mais. — a mulher sussurrou perto do rosto do moreno, com os olhos fixados na boca.
— Eu não estava com ciúmes. — murmurou Druig, reclamando.
— É claro que estava.
— Não estava! Só fiquei com medo que você me deixasse. — ele passou os braços pela cintura dela devagar.
— Isso é ciúmes, Druig! — ela exclama, rindo da teimosia dele ao confessar que estava com ciúmes sim.
— Não, não é! E, a propósito, eu não sou "fofo".
— Claro que é! E além disso, também é meu. E eu sou sua. Entendeu? — a deusa sorriu para o homem, puxando-o pela gola da camisa. — Só você e eu.
OII!! atualizei finalmente
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|| 𝐑𝐇𝐀𝐏𝐒𝐎𝐃𝐘 𝑑𝑟𝑢𝑖𝑔 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛
Fanfic𝐏𝐄𝐑𝐒𝐄𝐏𝐇𝐎𝐍𝐄| 𝑛𝑎 𝑚𝑖𝑡𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎 𝑒́ 𝑓𝑖𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑒́𝑡𝑒𝑟, 𝑒 𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑙𝑎 𝑒́ 𝑎 𝑑𝑒𝑢𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑔𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜. 𝐸́ 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑒́𝑚 𝑎𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑎�...