"Afinal de contas, o amor sempre
diz mais sobre quem o sente do
que sobre a pessoa amada."
— O Melhor de Mim✰
CRIS
O som da água do mar era de longe — depois do som da risada dele —, meu som favorito. A brisa suave que vinha de lá, enquanto sentia o carinho de Luciano em minhas mãos, com algumas músicas misturas dos quiosques atrás de nós, comigo sentada entre suas pernas, na areia branca. Tudo estava em seu devido lugar e de forma perfeita.
Queria conversar com ele, termos um tempo a sós antes de sábado, que seria nosso primeiro encontro, gostaria contar-lhe tudo aquilo que tinha vontade, e respondeu tudo o que ele a mim perguntasse, mas não sabia como começar. Apesar de sentir a necessidade de colocar meus traumas e demônios exposto para ele, tinha medo de que aquilo o afastasse de mim de uma forma negativa.
Sentia que se ele fizesse tal ato, eu provavelmente iria chorar um pouco — mentira, eu não choro, não pouco — pela saudades e a falta que faria. Gostava da troca de beijinhos, bilhetes e mensagens, gostava de todo os carinhos leves que ele fazia sempre que estávamos perto um do outro, mesmo achando que estávamos correndo ao invés de andar.
— Onde você está, Cacau? — Sussurrou ao meu ouvido, acariciando meus braços. Deitada com a cabeça em seu peito, não poderia me sentir mais perdida e segura, tudo ao mesmo tempo. — Cacau?
— Estava pensando sobre nós. — Digo, dando um ênfase na última palavra que saiu da minha boca, Luciano não se pronunciou para que eu continuasse. — Eu tenho medo e algumas inseguranças, e temo que isso afete o que temos ou o que possivelmente teremos.
— E porque está pensando nisso? — Questionou, me aconchegando mais em si. — Não vejo necessidade de bater cabeça com isso, não agora.
— Eu sei. — Suspirei, tendo a certeza de que não era exatamente o que eu sentia em meu peito, desde minha última decepção, eu me deixava ter o ar da dúvida sempre que necessário. — Mas, é difícil pra mim.
— Porque é difícil? — Falou com cuidado, se inclinando e beijando minha bochecha. — Se não quiser responder, está tudo bem.
— Eu quero responder. — Digo rápido, lhe arrancando uma risada baixa bem próxima ai meu pescoço. Respirei fundo tentando ignorar o arrepio gostoso que senti com aquilo, e me concentrando no que iria dizer. — A algum tempo, namorei um cara que parecia ser o cara, sabe? — Ele assentiu. — Ficamos juntos por um bom tempo, namoramos e quase noivamos.
— Caraca, então foi bem intenso. — Ele disse, apertando mais seus braços em mim, que agora estavam ao redor da minha cintura.
— Minha mãe o adorava de verdade, vivia dizendo que queria netinhos e quando eu suspeitei estar grávida, fiz um teste que deu positivo. — Continuei, o fazendo me olhar com os olhos arregalados. — Foi um falso positivo.
Luciano suspirou, parecendo aliviado, talvez. por achar que eu lhe tivesse escondido um filho de quase quatro anos. Voltei a me arrumar em seus braços, respirando fundo para não chorar ai me lembrar de tudo aquilo.
Claro que era necessário para nós dois aquela conversa, assim poderíamos saber dos medos e inseguranças um do outro. Conversa é essencial para quem quer iniciar algo.
— Então ele arrumou todas as minhas coisas, e me deixou na frente da casa que moro hoje com a minha mãe, me dando a aliança e um último, beijo. — Digo, lembrando da seminação horrível que foi sentir aquilo. — "Quero ter um filho, só não com você", foi o que ele disse.
— Que cara babaca. — Murmurou bravo, bufando em seguida. — Se um dia eu o ver na rua, quebro com carinho a cara dele. — Soltei uma risada com sua fala, imaginando a cena.
Os beijinhos de Luciano voltaram, quando o silêncio pairou entre nós após minha risada se cessar, como sempre, todos seus toques eram delicados e carinhosos, o que me derretia facilmente.
— É disso que tem medo? — Perguntou baixo, me fazendo assentir devagar. — Cacau, eu não vou te abandonar e isso nem se passa na minha cabeça. — Garantiu e sabia que era verdade, ele me passava segurança. — Quero construir algo duradouro com você, e para isso eu jamais magoaria seu coração, ou te deixaria em um momento de fragilidade, pelo contrário, eu ficarei até quando estiver de mau humor. — Beijou o topo da minha cabeça.
— O que me garante? — Retruquei, o ouvindo bufar mas dessa vez não era de raiva, e sim de frustração.
— Cris, eu quero ficar com você e nada vai mudar isso. — Disse, virando e movendo o corpo para ficar de frente para mim, segurou minhas mãos e olhou no fundo dos olhos. — Eu quero estar, participar e ver de perto seu crescimento, se isso é uma insegurança sua, podemos trabalhar devagar até você se sentir bem novamente.
Um sorriso involuntário nasceu em meus lábios, me fazendo querer beija-ló naquele mesmo instante.
— Faria isso por mim? — Indago com cuidado, o vendo sorriso e trazer sua mão para o meu rosto.
— Eu gosto infinitamente de você, Cacau — suspirou ao falar —, e é claro que eu farei o impossível, para você ficar bem com seu coração de novo, ok?
— Ok! — Respondo animada, me aproximando mais dele. — Agora posso te beijar?
— Só se for beijar de verdade. — Fez bico, mudando totalmente o clima melancólico que havia ficado após sua última fala.
— E eu beijo de mentirinha, Luciano? — Cruzei os braços, o vendo gargalhar e me puxar para si outra vez, aproximando nossos rostos.
— Posso te mostrar como eu quero ser beijado por você? — Pediu segurando meu rosto, eu estava incapaz de negar-lhe algo, sentindo minhas pernas dormentes.
— Uhum. — Foi a única coisa que consegui murmurar, antes de sentir seus lábios aos meus.
Luciano foi cuidadoso ao pedir passagem com a língua, quando entreabri meus lábios para aprofundar o beijo. Um arrepio sem igual, percorreu meu corpo ao sentir sua língua dançando com a minha, lenta e preguiçosamente, me atiçando a aproximar nossos corpos ainda mais.
Quando dei por mim, já estava em seu colo, levando as mãos a sua nuca e arranhando a pele sensível do local. Luciano arfou e grunhiu, mordendo meu lábio inferior e puxando para si, nos separando brevemente para que respirássemos, logo voltando aos seus beijos.
O ar deu por faltar outra vez, e nos separarmos por fim com alguns selinhos e sorrisos bobos, grudei nossas testas, não conseguindo me afastar demais dele.
— O que você está fazendo comigo, Cris? — Sussurrou ao perguntar, acariciando meu rosto com o polegar da mão.
— Eu não sei, mas que você está caindo no meu golpe, você está. — Digo em tom brincalhão, fazendo ele rir e me dar outro selinho em resposta.
— Disso não tenho dúvidas, meu amor. — Respondeu, fazendo as borboletas se agitarem em meu estômago, e o frio congelar o pé da minha barriga.
**
meu amor 🦋🦋🦋🦋
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐌𝐞𝐧𝐬𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 & 𝐁𝐢𝐥𝐡𝐞𝐭𝐞𝐬 ━━ Luciano Neves
Fanfiction✽+†+✽ ━━ "Desde o momento que te vi com aquele vestido banco, soube que estava apaixonado." Luciano Neves, Luciano Neves, jogador atual do São Paulo futebol clube, um homem que desacreditou do amor e de todas as coisas que envolvessem o sentimento...