Thirtieth-second Chapter

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"É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas."
Antoine de Saint-Exupéry, 
O Pequeno Príncipe

CRIS

— Você só tem que se cuidar e passar essa semana de repouso, é algo delicado e... — A médica obstetra explicava, enquanto eu olhava a chuva caindo lá fora através da janela de vidro que tinha em meu quarto.

Com a mão acariciava minha própria barriga vazia, fazendo com que eu relembra-se do dia que eu questionei Luciano se ele havia notado se engordei, aí estava o motivo dos meus quilinhos a mais na balança, e de tantas dores de cabeça. Meu útero carregava um bebê, um menininho, que de acordo com as Médicas, seria saudável.

— Ainda vou poder ter filhos? — Pergunto, ainda sem olhá-la e pedindo ao universo, por uma respostas positiva.

— Claro que vai, o bebê só foi expelido por conta do choque. — Assegurou com cuidado. — Você terá vários fininhos lindos. — A olhei e sorri aliviada.

Luciano segurou minha mão e a beijou com carinho, o que levou a médica a se despedir e avisar que o Neurologista viria me ver em breve, pra ver como estava meu desempenho cerebral, já que por conta da pancada, perdi brevemente a memória de quem eu era e do porque eu usava aliança, mas durou menos de uma hora.

Voltei a olhar para a chuva, que percorria livremente pelo vidro, sem nenhum tipo de preocupação. Já eu, tinha que me preocupar com tudo o que houve no pós acidente.

A polícia veio mais cedo, perguntar sobre como havia acontecido mas disso, eu realmente não lembrava, estava andado normalmente pela rua, respeitando os sinais de trânsito, mas no segundo seguintes, meu carro foi atingido por outro carro, bem na porta do motorista. Quando acordei, estava com o corpo coberto do sangue da minha cabeça cortada, e bastante entre minhas coxas, mas julgava ser do corte e das escoriações.

Como eu iria adivinhar que estava grávida e que estava perdendo meu bebê? Não tinha como saber.

— Está com fome? — Meu namorado perguntou, virando o rosto na direção que ele estava, dando um sorriso leve. — Seu almoço chegou a um tempo e você ainda não comeu.

— Estou sem fome. — Respondo, levando minha mão até seu rosto e o acariciando. O amava tanto, e era muito grata por ele está passando por tudo isso comigo, mesmo que perder o bebê fosse um baque pra nós dois, ele me passava a força necessária.

— Você sem fome? — Questionou incrédulo. — Nunca te vi sem fome Cris, até porque, vive dizendo que está faminta por onde quer que vá. — Disse e gargalhei, foi a primeira vez que ti de verdade desde que fui internada.

— A verdade é que eu detestei essa comida horrorosa, sério, sopa não é almoço. — Resmunguei, fazendo careta e o vendo sorrir negando com a cabeça. — Bem que você podia, comprar um hambúrguer do Mc pra mim. — Me fiz de inovando, e Luciano semicerrou os olhos.

— Não quero te deixar aqui sozinha. — Falou e choraminguei. — Mas posso pedir a dona Sida, que traga algo feito por ela pra você comer. — Sugeriu e me encolhi um pouco na cama, antes de assentir. — Vou ligar pra ela. — Levantou e me deu um beijo na testa, antes de sair o quarto.

Minha mãe ainda não tinha vindo me visitar, eu a pedi que não viesse se fosse trazer o homem que se dizia meu pai, não queria vê-lo não mais. A única vez que eu o procurei, ele fugiu de mim, e ainda mentiu para ficar com os novos filhos e esposa, porque eu o daria ouvidos?

Meu coração e corpo doíam, não só por conta da batida mas pela dor de conseguir o desculpas por tudo que fez eu e minha mãe passar, por toda a dor que causou, por toda as desordens e traumas que irei gerou. Aquilo não era amor.

— Beleza, ela disse que vai trazer a melhor sopa que São Paulo já viu. — Luciano disse animado, entrando novamente no quarto, seu sorriso se desfez assim que me viu com os olhos marejados. — O que foi, meu amor? Está com dor? — Se aproximou rapidamente.

— Não quero vê-la. — Respondo com a voz falha. — Não se ela trouxer ele aqui.

— Meu amor, eu sei que isso é a causa da sua dor mais íntima, mas ela ainda é sua mãe e ele ainda é seu pai. — Sentou-se à beira da cama, dizendo enquanto me olhava nos olhos. — Independentemente dele ter sido um escroto com vocês.

— Sofremos tanto com a partida dele e agora ele quer agir como se nada tivesse acontecido. — Falo brava, enxugando a lágrima que caiu com força, voltando a olhar para a janela. — Eu fui procurar por ele, mas ele não queria me ver.

Suspirei fundo, e senti apenas ele deitar junto a mim na cama, me envolvendo em seus braços, igual como quando chegou ao hospital no dia anterior, após o acidente.

*

Luciano conversava normalmente com minha mãe, enquanto eu me deliciava com a comida que ela havia trazido, aliviada por ela não ter trago consigo o cara que se dizia meu pai.

— Eu vou buscar a Lirio que está na recepção e já volto. — Meu namorado disse, beijando minha testa e logo saindo do recinto, deixando os duas lá dentro.

— Como você está minha menina? — Perguntou ela, segundos depois que Luciano havia saído. — Eu soube do bebê, fiquei arrasada.

— Imagina como eu e o Lulu ficamos, nosso sonho tem sido ter um bebê desde que praticamente nos conhecemos. — Respondo, suspirando fundo e repousando novamente a minha mão sobre a barriga. — Seria um menino, a médica disse, ele estava de oito semanas.

— Então ele já estava grandinho. — Falou e assenti. Dona Sida sentou-se à beira da cama e segurou minha mão, olhando nos meus olhos. — Desculpa por ter sido a causadora disso, não queria que isso acontecesse.

— Mãe, não foi culpa sua. — A asseguro. — Eu não soube lidar bem com a situação e acabei sendo emotiva de mais. Não estava apta a dirigir.

— Cris ele é seu pai, eu entendo a dor que ele causou e que ele deixou em nós duas, mas ele ainda é o homem que lia histórias pra você dormir, e...

— Não mãe, ele não é meu pai. — A corto com cuidado, lhe vendo suspirar cansada e então assentir.

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lucianoneves18 "você é o amor da minha vida, eu não posso te deixar", te amo infinito, minha cacau, e vamos passar por tudo isso juntos, essa será uma das histórias épicas que contaremos aos nossos filhos e neto

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lucianoneves18 "você é o amor da minha vida, eu não posso te deixar", te amo infinito, minha cacau, e vamos passar por tudo isso juntos, essa será uma das histórias épicas que contaremos aos nossos filhos e neto. Estou aqui.

👤 cris.santana

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ok, já vai se despedindo aí

𝐌𝐞𝐧𝐬𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 & 𝐁𝐢𝐥𝐡𝐞𝐭𝐞𝐬 ━━ Luciano NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora