𝐌𝐞𝐧𝐬𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 & 𝐁𝐢𝐥𝐡𝐞𝐭𝐞𝐬 ━━ Luciano Neves

Twenty-seventh Chapter

"Ela pegou minha mão e me tirou da escuridão, e me mostrou que seja lá do que nossas almas sejam feitas, a dela e a minha são a mesma."
— Hardin (After)

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CRIS

"Cacau, fui rapidinho no mercado para a Lirio, já que o leite do Titi acabou e só tinha eu de escravo disponível. Volto em quinze minutos pro nosso "almoço". NÃO COME O CREME SEM MIM VIU *tom de ameaca*. Te amo, já eu volto"
— 𝓛

Sorrio ao terminar de ler o bilhetinho e o guardo na capinha do celular, como vinha fazendo desde antes do Natal e Ano novo, já que toda vez que ele saia antes de mim, deixava um bilhete de bom dia, e sempre tinha o meu perfume favorito neles.

— Obrigada pelas dicas para o meu livro, vai servir muito. — Ouço e elevo o olhar vendo uma leitora minha sorrir, e balançar à sacolinha que continha meu livro. — Já vou indo.

— Tchau, volte sempre. — Digo, me aproximando e me despedindo dela com beijinhos na bochecha.

Fechei a porta e a tranquei, colocando a placa de que estava fechado. Como foi tudo muito cansativo, já que o lançamento lotou de mulheres apoiadoras do feminismo, decidi tirar o resto do dia de folga, e liberei Leila para fazer, seja lá o que fosse, com Igor. Provavelmente era transar, já que desde que voltei de Buenos Aires, não parava de ouvi-la dizer:

— Ele nem parece tão babaca igual ele foi aquele dia, mesmo que ainda ache que estava certo.

Ou também.

— Eu gosto do cabelo dele. — Ponderava. — Ele tem um cheirinho bom, né?

— Não sei Leila, nunca andei cheirando o Igor. — Respondia.

Na maioria das vezes ignorava, igual como ela fazia comigo quando eu babava pelo Luciano, no início do nosso relacionamento — que ainda era um fica —, que em breve, tomaria um rumo ainda melhor. Quando chegamos de viagem, tive a certeza de que queria ficar com ele, e já estava mais do que na hora de oficializar um namoro.

Comprei um par de aliança anteontem, eram douradas e finas, davam uma ar de delicadeza, e combinavam com a gente. Na virada de ano, a alguns dias, falamos sobre ser um ano de avançar no que tínhamos e no que queríamos. Estava disposta a me jogar de cabeça de novo no amor, porque sabia que com Luciano, teria a segurança de dar uma pausa as vezes e tentar de novo.

Já estávamos praticamente morando juntos, até porque eu não saia mais da casa dele, por mais que passássemos o dia na minha casa, íamos dormir na dele, até minha mãe já perguntou se não quero me mudar, de acordo com ela, pulei o namoro e me casei com o Lulu.

Voltei para o escritório e retirei os saltos, suspirando aliviada por sentir meus pés planos de novo. Soltei meus cachos e dei uma olhadinha no espelho, para ver se ainda estava bonita para pedir o homem que eu amo em namoro.

— Merda. — Murmurei brava ao lembrar que as alianças estava no meu carro, que consequentemente, estava com Leila. — Cadê a droga do meu celular? — Indago a mim mesma, começando a procurar pelo aparelho em cima da minha mesa, ao abrir a gaveta, dei de cara com a caixinha. — Acho que estou nervosa.

— Falando sozinha, Cacau? — Luciano pergunta e salto de susto, pela surpresa de ele ter chegado e eu não ter ouvido.

— Não, só estava pensando alto. — Respondo, o olhando com um sorriso de lado. — Senti saudades.