39. Data

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Alecto e Severus ficaram perto dos degraus do castelo para monitorar o terreno enquanto as crianças iam de uma aula para outra. O vento tornou o dia amargo. Severus odiava quando o chão estava branco de neve e o céu pálido de nuvens. Isso deixava tudo muito claro.

— Você parece mais adequada para a aula de Defesa do que seu irmão — Severus comentou.

Um grupo de calouros estremeceu ao sair da umidade das estufas.

— Amycus detesta trouxas — ela explicou. — Então ele não seria capaz de ensinar nada sobre eles sem voar da vassoura. Seja verdade ou não — acrescentou ela com um olhar aguçado.

— E você simpatiza? — ele perguntou.

Ela observou uma coruja atacar uma árvore. — Eu não sei. Eles estão abaixo de nós. Mas se eles não estivessem por perto, como nos mediríamos?

— E eu admito, eles pensam em coisas que não podemos, em virtude de não termos magia para fazer isso. Mas essas são apenas ferramentas. A magia é, para nós, como um braço.

Severus ficou surpreso com tudo o que ela havia divulgado.

— Não conte a Amycus — acrescentou ela, inclinando-se para encobrir o segredo.

— Eu te dou minha palavra.

Eles observaram o último aluno retornar da área de Hagrid antes de Alecto falar novamente.

— Sempre pensei que você fosse gentil por dar uma chance àquela sangue-ruim.

Severus não gostava quando seus... colegas mencionavam Lily. Ele sabia que isso o marcava como diferente.

— Você não precisava ser amigo dela. E o resto de nós não facilitou as coisas para você, mas você continuou mesmo assim — disse Alecto. — Você usou o que tinha para tentar: ajudá-la a caminhar pelo nosso mundo. Você fez o que pôde, enquanto pôde — Ela franziu a testa para ele. — Achei que sua generosidade não duraria muito.

Ela não disse mais nada. Ele assentiu, os olhos ainda na floresta.

— Deveríamos conversar sobre coisas melhores? — ela perguntou com uma risada.

— Devemos também encerrar lá dentro?

Quando eles entraram, Alecto se aproximou novamente. — Você quer irritar Amycus tanto quanto eu?

— Provavelmente mais — ele respondeu.

Ela riu e colocou a mão no braço dele por um momento. — Acompanhe-me à festa de Natal.

Ele tirou o cabelo do rosto para olhar para ela. — Puramente para irritar, Amycus, é claro.

Ela deu-lhe um sorriso satisfeito e malicioso. — Devemos sair do castelo?

— Você vai ficar aqui? — Ele não precisava agir confuso sobre isso.

Ela assentiu. Então ela olhou para ele antes de tirar o lenço do pescoço.

— Assim como eu — disse ele.

— A festa nos dará algo para conversar, então.

Ele tinha a sensação de que ela não estava pensando em conversar.

.

— Hermione, por que seu marido estava flertando com Alecto Carrow? — Ginny sussurrou no caminho para a reunião.

Hermione sentiu um tremor percorrer sua espinha. — Eu não sei e não me importo — ela fungou.

— ... Realmente? — Ginny perguntou.

— Só somos casados, então não precisamos nos casar com outras pessoas. Nunca concordamos que estaríamos desinteressados ​​por outras pessoas — Essa era a única maneira que ela poderia expressar.

Ginny não acreditou. — Sim, mas ele ainda é seu marido. E ela estava tipo... — Ela colocou o pulso na testa e pressionou o peito no braço de Hermione como uma donzela desmaiada. — Leve-me para a festa de Natal, estou desesperada por você!

As bochechas de Hermione ficaram vermelhas.

— Quer que eu a azare? — Ginny estalou os nós dos dedos.

— Não, obrigado.

— Porque eu vou.

— Eu sei e agradeço isso — Hermione riu.

.

Depois que Hermione voltou de sua reunião extracurricular da Armada, os Snapes sentaram-se um de cada lado da mesa do professor para corrigir os trabalhos.

Hermione espetou a pena em cada exame.

Severus estreitou os olhos na ponta da pena dela. Ele só conseguia raciocinar que ela sabia que ele iria a uma festa com outra mulher, mas não conseguia descobrir como. Alecto não parecia o tipo de pessoa que contava a crianças em idade escolar sobre sua vida privada, muito menos aos Grifinórios.

— Devíamos conversar sobre as férias — disse ela.

Aí está, ele pensou.

— Eu ainda acho que você deveria ficar aqui.

— Concordo

— Eu irei para Grimmauld Place.

Ela não se encolheu diante de seu rosto impressionado. — Discordo.

— Eu não posso ficar aqui. Com base no que vi na lista, os únicos homens que ficarão serão você, Dumbledore, Carrow, Hagrid e talvez três Corvinais estudando para os NIEMs

Ela circulou um erro. — Nós apenas teremos que sofrer até que você possa vir ao Grimmauld Place por um tempo.

Ele não gostou muito dessa ideia. A última vez que estiveram separados, ambos ficaram vulneráveis.

Ela estudou seu rosto. — Eu sei que não é o ideal. Se você esperar até depois do dia de Natal, acho que a maioria das pessoas terá ido embora, se isso ajudar.

— Muito tempo — disse ele. Ele não gostou do sabor. Ele parecia um idiota obcecado que não conseguia ficar longe da esposa.

Hermione se apoiou nos cotovelos. — Suponho que você não precise ficar aqui. Com Carrow pensando que sou casada com Harry, ninguém pensaria que você está comigo.

Severus manteve intencionalmente os olhos na redação. — Alecto espera que eu esteja aqui.

Quando ele olhou para cima, Hermione estava balançando a cabeça para o papel, as sobrancelhas levantadas como as de Minerva quando encontrou um aluno com uma bomba de esterco.

— O que? — Ele demandou.

— Eu só acho que você poderia fazer melhor.

Ele jogou a pena sobre a mesa e cruzou os braços.

— Eu - ela é horrível, Severus.

— Talvez você não tenha percebido, mas essa é a companhia que mantenho.

— Tudo bem, é justo — ela concordou. — Mas depois de tudo isso, você realmente não deveria se contentar com os tipos Alecto Carrow.

Se ele fosse sobreviver a isso - e quisesse se casar com alguém - ele seria um tolo se deixasse a bruxa que já estava presa a ele.

Ele pegou a pena, enojado por ter se permitido pensar isso. — Estou acompanhando ela à festa de Natal dos Malfoy.

— Divirta-se — ela disse com uma pequena risada.

Ele ficou desapontado por ela não estar inchada de indignação.

— Estarei em Grimmuald Place, lendo, sem ninguém me incomodando.

Isso soa melhor.

— O Weasley... — Ele parou.

— O que?

Agora que ele já havia aberto a boca, precisava terminar. — Os gêmeos Weasley estarão lá.

Ela deu-lhe um sorriso travesso. — Eles sabem que não devem me incomodar quando estou lendo.

Lives Intertwined | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora