61. Como poupar

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Hermione sentou-se no centro do sofá, cercada por profetas amarelados. Um grosso álbum de fotos estava aberto sobre a mesa de centro. Ela recortava cuidadosamente artigos ou fotos e os colava com o auxílio de um feitiço.

Severus sentou-se na cadeira mais próxima da lareira. Ele tinha quarenta e sete minutos antes de ter de cuidar da poção antiparalítica. Com a cabeça apoiada na mão e o fogo o banhando de calor, ele pretendia tirar o menor dos cochilos. Mas sua loquaz esposa tinha outras ideias.

— Quando você descobriu que tinha magia?

Severus suspirou pesadamente pelo nariz. — Isso é outra coisa que você vai escrever?

Ele abriu um olho para ver o rubor que se espalhava pelo rosto dela.

— Não — disse ela, com firmeza, apesar de ter sido pega em qualquer projeto bizarro que estivesse montando.

— Encontrei a varinha da minha mãe embaixo da cama dela — ele murmurou enquanto se colocava em uma posição melhor para cochilar.

Afinal, seu pai também não fazia ideia de que Eileen era uma feiticeira até aquele momento. Severus empurrou essa lembrança para trás com Oclumência. E, ao fazê-lo, adormeceu.

Ele acordou uma hora depois. Não se deu ao trabalho de descer correndo as escadas para tentar salvar a poção - mesmo sessenta segundos de atraso nos próximos passos arruinariam o lote.

Mas ele deveria saber que Hermione estaria lá embaixo para terminar a poção.

A Ordem não queria mais ter nada a ver com ele, muito menos aceitar suas poções. Hermione havia preparado poções para Poppy durante vários meses, para que eles não precisassem se preocupar até o último mês do semestre. O Lorde das Trevas moderou sua lista, agora que Severus dirigia a escola, mas ainda esperava coisas aleatórias dele pelo menos uma vez por semana.

Hermione não percebeu que ele estava parado na porta.

— Você sabe que não recebe mais nota por me ajudar.

Ela deu um pulo, e parte da poção se desprendeu da vareta de agitação quando ela a tirou do caldeirão.

Com a mão sobre o coração, ela disse: — Isso é bom, porque acabei de fazer esta que vai expirar em uma semana.

Severus esfregou a testa. Se isso a mantivesse ocupada, ela poderia fazer todas as preparações e marcações que quisesse.

— Volte a dormir, eu vou cuidar disso — insistiu ela.

Hermione não foi para a cama até várias horas depois. E, mesmo assim, sentou-se para ler à luz de uma vela apagada.

Quando Severus voltava aos seus aposentos para pegar um texto ou usar o banheiro, havia 50% de chance de encontrá-la cochilando ou com os nervos à flor da pele. Sem aulas ou qualquer outra coisa, na verdade, para ocupar seu tempo, ela lia constantemente - e quando não tinha mais o que ler, ficava olhando para um pergaminho sujo e para seu galeão favorito.

O castelo achou por bem dar a elas duas escrivaninhas. O velho pergaminho ficava aberto na dela sempre que Severus passava. Às vezes, havia plantas desenhadas nele. Às vezes, estava em branco.

Certa noite, depois do jantar, ele entrou e a encontrou agachada no chão, estendendo um livro para Bichento, pedindo sua aprovação.

Isso provavelmente não é um bom sinal, pensou ele. — Você está ensinando o gato a ler?

— Ha ha ha — disse ela. Ela folheou outra página, mas Bichento perdeu o interesse. — Eu fiz um álbum de recortes e queria mostrar a alguém.

— De como este ano foi miserável? — reclamou ele. Ele jogou suas vestes no cabide.

Lives Intertwined | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora