Lives Intertwined | Sevmione

66. O medalhão

Era infinitamente estranho que Severus sentisse a pressão todas as noites, quando rangia os dentes - mas quando acordava pela manhã, sua mandíbula não doía. Às vezes, a relação entre eles o deixava perplexo. Mas suas constantes dores de cabeça haviam voltado. Ele era um homem paranoico por necessidade, mas não era fantasioso. Por isso, ele tinha que lembrar constantemente a si mesmo que Hermione não era a causa de suas dores de cabeça, mesmo que outra parte dele reclamasse que suas dores de cabeça batiam contra seu crânio sempre que ele olhava para ela por muito tempo.

Talvez fosse a culpa que se enfurecia de todas as formas possíveis para lembrá-lo de que ele fazia tudo isso por Lily. Que ele amava Lily. Que ela era a única parte dele que valia alguma coisa.

Ele realmente desejava que Hermione não tivesse desenterrado aquela foto dele e de Lily. Ele estava prestes a deixá-la ir embora. Lily estava morta e nunca mais voltaria para perdoá-lo.

Mesmo em uma vida após a morte, ela cuspiria nele por ter destruído sua jovem família. Não que ele e Lily jamais fossem para o mesmo lugar para o descanso final.

Por outro lado, um inferno viável seria estar sentado em um céu, vendo James, Lily e Sirius rindo dele, supôs ele.

Severus ficou deitado na cama por uns bons dez minutos, tentando ocultar esses pensamentos maldosos. Eles não serviam para nada além de distraí-lo.

.

O café da manhã imediatamente o deixou novamente irritado. Filius sentou-se de um lado e Minerva do outro. Nenhum dos dois falou com ele.

Rostos descarados o encaravam das mesas dos alunos.

O castelo havia se transformado em um mausoléu, agora que as crianças não podiam nem mesmo visitar Hogsmeade para descansar. Pelo menos, a escuridão combinava com o humor de Severus.

Mas isso refletia mal para ele. Seu nome seria escrito nos livros como uma nota de rodapé para quem quer que o substituísse; o diretor mais jovem em algum tempo, arruinou a escola e expulsou os alunos; deu início a um reino de terror; não conseguiu nem mesmo um novo mestre de Poções, apesar de ser sua matéria favorita.

A agitação de Severus aumentava enquanto ele se sentava atrás da escrivaninha em seu novo e ostentoso escritório. Enquanto ele se sentava à sombra do leito de morte de Albus.

Em vez disso, Severus se levantou para andar.

.

Hermione teve dificuldade para se concentrar na Poção do Sono Sem Sonhos que estava borbulhando diante dela. Ela estava aqui, bem alimentada por Dobby três vezes ao dia, preparando poções confortavelmente sempre que queria - e Harry e Ron estavam se virando sozinhos sem ela em Grimmauld Place. Harry estava cercado de lembranças de Sirius por toda parte, sem que ela estivesse lá para confortá-lo. Ron estava muito preocupado com sua família, principalmente com Ginny.

— Concentre-se — murmurou ela.

Mas isso não importava. No final do dia, ela havia conseguido apenas um lote. Foi então que Severus a encontrou.

E ela se lembrou instantaneamente de todas as coisas horríveis que ele havia dito. E aquela palavra. Não fazia o menor sentido.

Severus se levantou com os braços cruzados para zombar de seu caldeirão. Antes que ele pudesse fazer uma avaliação sarcástica, ela perguntou:

— Se vocês eram amigos, por que a chamou assim?

A careta hedionda que era sua marca registrada apareceu em seu rosto.

— Se Harry dissesse isso para mim, nós não seríamos mais amigos. Não posso culpá-la.

— Eu disse que a culpava? — ele esbravejou.