09. Momento

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Os retratos dos ex-diretores estremeciam toda vez que o pé em forma de garra de Alastor Olho-Tonto Moody batia no chão de carvalho polido. O atual diretor estava sentado atrás de sua mesa, observando placidamente.

— Boa noite, Alastor.

— Albus — Olho-Tonto rosnou em resposta, caindo em uma cadeira.

— Lamento dizer que você nunca passa por aqui simplesmente para uma visita social.

— Mais negócios da Ordem, receio.

— Acho fascinante que os bruxos e bruxas da minha Ordem sintam a necessidade de filtrar suas preocupações através de você primeiro — Dumbledore comentou distraidamente. Um elfo doméstico apareceu no escritório próximo à mesa de Albus.

Moody se encolheu, seu olho azul girando até pousar no elfo, que se chamava Winky, se Albus se lembrava corretamente. Ela colocou um serviço de chá na mesa do diretor, fez uma reverência e desapareceu.

— Quer um pouco de chá, Alastor?

— Não, obrigado —, ele disse brevemente.

Albus se ocupou em servir duas xícaras de qualquer maneira, caso mudasse de ideia.

Alastor pigarreou como se Albus não estivesse mais prestando atenção. — Eles estão recebendo cartas de seus filhos, Albus - eles sabem mais sobre o que está acontecendo do que você pensa. — Sua voz implicava que algumas pessoas pensavam que Albus estava deliberadamente ocultando informações deles.

— Ah? Você acredita que eu não tenho conhecimento do que acontece dentro da minha escola? — Embora o velho permanecesse calmo, havia um toque de desafio em sua voz.

— Você não pode saber tudo, Albus — Moody rosnou, sua paciência se esgotando rapidamente, como sempre acontecia nas conversas com Albus Dumbledore.

— Eu nunca afirmaria tal coisa, Alastor — Dumbledore respondeu. — Mas eu apostaria uma boa quantia de dinheiro que sei quase tudo que acontece dentro deste castelo.

Os retratos assentiram, relembrando os truques do ofício e a rede de informações às quais o diretor sempre teve acesso.

— Então por que há pequenos Comensais da Morte correndo por aí enfeitiçando todo mundo que está ao alcance da varinha? — Moody exigiu.

— Se você já tivesse sido professor, Alastor, saberia que abrigar centenas de bruxos armados às vezes leva a conflitos entre adolescentes — Não houve nenhum indício de malícia em sua declaração, mas o insulto estava lá.

O Auror cerrou os punhos cheios de cicatrizes. Sua boca torta se curvou em um sorriso de escárnio. Ele foi até uma das cadeiras diante da mesa do diretor e sentou-se, pretendendo estar ali para uma longa conversa.

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Hermione teve uma sensação desconfortável quando ela e Ron entraram no banheiro dos monitores. Tomar banho em público nunca foi a melhor parte do internato, mas tinha que ser feito. E o banheiro do monitor era tão privado quanto um estudante poderia ter – no máximo, só haveria outros vinte e três estudantes por perto.

Havia uma banheira enorme no centro do lugar, que raramente era usada durante o dia, por motivos óbvios. Depois que as alunas foram autorizadas a entrar nas fileiras de monitores, a sala foi dividida ao meio por meio de um conjunto de feitiços de repulsão e camuflagem, com um conjunto de dez chuveiros de cada lado.

Hermione se sentiu um pouco tola pedindo a Ron para acompanhá-la. Ela teve que explicar rapidamente que simplesmente não queria ficar sozinha no banheiro, não que precisasse ou quisesse um companheiro de banho. Lavender não achou toda a interação tão engraçada quanto Ginny.

Lives Intertwined | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora