91. Ramos de oliveira

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O escritório do diretor tinha sido varrido e polido pelos elfos domésticos depois de terem consertado as cozinhas. A segurança proporcionada pela escadaria e pela gárgula de guarda manteve o local intacto. Os dois homens se sentaram em frente um do outro, em ambos os lados da mesa do diretor, em silêncio.

Severus supôs que o Grifinório não teria vindo a essa reunião se não tivesse sido Pomona quem o convocara. Longbottom observava Severus com cautela.

— A professora Sprout deve ter explicado que gostaria que você terminasse como aprendiz dela, já que seu último mês foi truncado — disse Severus.

— Sim. — Longbottom ainda não havia relaxado a postura. Ele havia cortado o cabelo curto para combinar com o que havia sido queimado pelo Lorde das Trevas.

— Com base na avaliação dela, eu gostaria de contratá-lo como assistente permanente até que ela se aposente. Nesse momento, se você continuar a se destacar, eu lhe ofereceria o cargo de professor.

A boca de Longbottom se abriu.

— Vou avisá-lo, no entanto — o rosto de Longbottom imediatamente se transformou em uma carranca cautelosa, — as estufas precisam de muito trabalho e imagino que haverá mais trabalho pesado do que o normal.

Longbottom voltou a ficar confuso. — Você... quer que eu trabalhe aqui?

— Sim.

— Para você?

Severus entrelaçou as mãos sobre a escrivaninha. — Entendo que minha presença pode afetar sua decisão. Se preferir trabalhar com a professora Sprout nos detalhes, você é livre para fazê-lo e isso não mudará minha oferta.

Ele evitou o olhar de Severus quando disse: — O senhor foi um grande canalha comigo, professor — Resignado com o fato de que já havia chamado o diretor de canalha, ele pôde encará-lo para concluir: — Não quero muito passar por isso de novo com o senhor como meu chefe.

— Peço desculpas pelas coisas mais... hediondas que fiz com você.

Longbottom não ficou nem um pouco impressionado. — Não por tudo o que você me fez?

Severus aproximou o copo de água. — Um pedido de desculpas falso não é muito diferente de mentir. Eu sei que, independentemente da posição em que eu estivesse, não fui um bom educador para você. — Ele teve de fazer uma pausa para beber água e ver se Longbottom queria lhe dar uma reprimenda há muito esperada. Ele não quis.

— Aceitar a oferta de emprego não é aceitar minhas desculpas - e não espero nem exijo que você o faça. Entretanto, eu seria negligente se não dissesse nada.

— Pomona acredita que você seria "um ótimo professor de Herbologia" — repetiu Severus com as aspas necessárias. Longbottom aceitou o elogio de segunda mão com um sorriso de escárnio. — Se não fosse por mim. Mas eu lhe garanto que não vou ficar atrás de você nas estufas.

Longbottom soltou um grande suspiro em seus pulmões antes de deixá-lo sair. — Eu gostaria de ter um tempo para pensar sobre isso.

Severus empurrou o pergaminho com os requisitos para o cargo (para terminar o aprendizado neste verão, para o cargo de assistente de Herbologia e para o cargo de professor) e disse: — Com certeza.

Longbottom deu uma olhada na pilha de papéis em sua mão. — Quando o senhor precisa de uma decisão? Senhor.

Severus levantou as mãos. — A escola, nesse ritmo, não estará estruturalmente sólida para o início das aulas em setembro. Acho que um mês seria apropriado.

Longbottom fez para ele a mesma cara que todos faziam: Triste, mas não surpreso, com o fato de a escola ter sido danificada.

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Lives Intertwined | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora