Lives Intertwined | Sevmione

21. Excursões à meia-noite

Os Snapes não dormiam muito próximos. Por um tempo, Hermione dormiu tão longe dele que os dedos dos pés dela se projetavam para fora da borda do colchão. Ela tinha o costume de dormir de lado, mas a aura incômoda mantinha seus músculos rígidos a maior parte da noite.

Severus também dormia de lado, de modo que as costas de ambos ficavam voltadas uma para a outra a maior parte do tempo. Mas Hermione estava acostumada a dormir do lado da cama que Severus havia reivindicado (o que não a incomodava - afinal, aquela era a cama dele).

Em sua própria cama, ela se encolhia para a direita - e, se tivesse que adivinhar, Severus geralmente ficava de costas para a porta de seu quarto quando dormia. Assim, um mês depois de casados, os dois haviam - lentamente - retomado suas posições normais de dormir. Ela jogava uma perna mais para fora, como se estivesse jogando uma bola de futebol no joelho. A perna dele mal se afastava do corpo; ele era todo angular, mesmo quando dormia.

Hermione acordava com frequência e via que agora eles estavam de frente um para o outro. Certa vez, ela ficou horrorizada ao perceber que seus dedos frios estavam pressionados contra o tornozelo dele.

O fato de Hermione ter se encolhido mais no meio da cama, onde a maior parte do calor do corpo se acumulava sob o edredom que compartilhavam, poderia ser atribuído ao clima amargo dessa época do ano ou talvez ela estivesse apenas... acostumada com ele, agora.

Ambos se abstiveram de falar um com o outro assim que se deitaram na cama. Era uma regra com a qual nenhum dos dois havia concordado, mas que, de alguma forma, ambos conheciam. Mas em um dia de outubro, ela acordou e percebeu que seus ombros não estavam doloridos. É claro que eles não dormiam como outros casais casados, mas Hermione, pelo menos, não passava a noite em claro, com medo de cruzar a linha invisível no centro da cama.

No entanto, ela estava preocupada em morrer de frio nas masmorras. Sua lareira ficava na sala de estar - bem longe dali. Não, ninguém diria que Severus Snape gostava de se aconchegar - mas, sabe, isso não seria tão ruim no inverno.

Hermione começou a rir com isso, no meio da biblioteca. As broncas que recebeu não diminuíram sua diversão.

Ginny morreria se Hermione conseguisse, de alguma forma, convencer o Professor Snape a se abraçar à noite.

Hermione abaixou a cabeça em seu livro. Seus ombros tremeram, mas ela manteve o riso, um balão em seu peito. Severus Snape, que estava dando uma conchinha, circulava em seu cérebro. Será que eu estou fazendo uma conchinha ou ele está fazendo uma conchinha?

A bruxa não aguentou mais - arrumou suas coisas e saiu correndo dali. Assim que entrou no corredor, começou a dar risadas. Sem conseguir se concentrar, Hermione decidiu lavar a roupa.

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Duas horas depois, Hermione carregou a roupa lavada para o quarto. Hagrid dizia que não havia um feitiço que Hermione não pudesse aprender - e era verdade. Mas ela simplesmente não gostava desses feitiços domésticos. Assim, ela colocou todas as camisas sobre a cama e as enfiou em cabides à mão. Ela encontrou um ritmo para isso com a ajuda de seu Walkman encantado e das Spice Girls.

O feitiço para os amassados ela dominou imediatamente. Hermione tinha o infeliz hábito de levar um livro com ela para o banheiro. E se fosse um bom livro, ela se esqueceria do que estava na máquina de torcer encantada.

Quando todas as camisas estavam penduradas no armário, ela encantava cada uma delas para que ficassem bem passadas e com linhas definidas.

— I'll tell you what I want, what I really really want (Vou te dizer o que eu quero, o que eu realmente quero) — ela cantou baixinho.