90. Trabalho árduo

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Severus e Pomona replantaram cada raiz e iniciaram cada bulbo. Quando voltaram do almoço no Três Vassouras, trataram de cada semente.

No final do dia, a camisa de Severus já não estava mais branca. O cabelo cacheado de Pomona estava cheio de sujeira.

— Como na época em que você era estudante, hein? — Pomona riu para ele.

— Eu me vestia um pouco mais apropriadamente para a tarefa naquela época. — Esse jeans estava arruinado. Qualquer sujeira nele havia se transformado em lama quando ele teve contato com a água.

Pomona estendeu a mão para lhe dar um tapinha no ombro. Seu pescoço balançou um pouco. Uma nuvem de poeira soprou em seu rosto e se afastou. Ela tossiu, mas sorriu.

— Vou ver isso amanhã e depois vou ver como está o Willow. Boa noite, Severus.

— Boa noite — respondeu ele.

Ela o viu sair da estufa com várias camadas de segurança.

Severus foi direto para o banheiro. Quando entrou na sala de estar, encontrou Hermione meio adormecida no sofá.

Seus cabelos haviam inchado com a fermentação do dia, mas ainda estavam bem presos na cabeça. Seus sapatos estavam jogados ao acaso pela sala. Bichento ronronava em seu colo.

A noite ainda estava quente. Ela vestiu uma saia e se livrou das vestes de trabalho antes de tirar um cochilo improvisado.

Severus tomou cuidado com a porta, mas ela acordou mesmo assim.

Ela esticou o pescoço. Ele gostou do olhar sonolento que ela lançou sobre ele enquanto fazia isso.

— Dia difícil no escritório? — brincou ela.

Mesmo quando ele estava aqui, partículas de sujeira e pedaços de folhas caíam dele para o chão. — Não entrei em casa o dia todo.

Os olhos dela percorreram a sujeira espalhada sobre ele, da cabeça aos pés. — Você não disse.

Severus se sentia, em geral, bem. Um pouco cansado. Aqueles músculos doloridos vinham do trabalho árduo e não de um Cruciatus ou de uma cobra sangrenta abraçando sua traqueia.

Ele desenrolou as mangas a caminho do chuveiro. Parte do que havia sido enrolado ainda estava branco. Ele só tinha que fazer isso - arrancar a camisa de uma só vez e torcer para que a sujeira não voasse para todos os lados.

Essa era uma bagunça para mais tarde, ele decidiu, jogando a camisa branca no armário.

— Precisa de ajuda? — Hermione perguntou por trás.

— Não. — Ele era perfeitamente capaz. Se Hermione ia continuar a sufocá-lo...

— Não sei — ela resmungou. — Isso parece uma bagunça para duas pessoas — Ela caminhou até a bancada em frente a ele. Ela enfiou a ponta dos dedos na bainha da calça jeans dele.

Ele havia dito que estava cansado? Absolutamente não. Ele estava bem.

— Quem deve me ajudar? — perguntou ele.

Os dedos indicadores dela estavam frios contra a pele repentinamente quente dele. — Se você pedir a alguém que não seja eu para ajudá-lo, vou ficar um pouco brava.

— Eu nem sonharia com isso.

Ela examinou o peito dele. Uma de suas mãos subiu para traçar uma cicatriz. Foi um castigo por ter desobedecido a Bellatrix alguns anos atrás.

— Você sonha comigo? — ela perguntou baixinho.

— E se eu sonhar? — ele murmurou.

Ela levantou a cabeça para sorrir para ele. — Eu não me importaria.

Lives Intertwined | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora