Capítulo 8

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Oi gente, desculpa não ter postado capítulo novo nesse final de semana, é que meus finais de semanas eu não paro em casa pra poder escrever. Enfim, fiquem ai com mais um cap.💕

Antoniette Topaz Point of View

Era 13h quando sai de casa junto com Betty para ir ao Hospital Mercy. Optei por vesti apenas uma blusinha de alça e um short de elástico bem soltinho já que eu iria fazer uma ultrassom. Fomos de carro pois o trajeto iria ser mais longo, Betty estava dirigindo e eu estava sentada ao seu lado no banco do passageiro, o céu estava cheio de nuvens cinzas hoje, talvez chovesse no final da tarde, o carro estava em uma velocidade razoável, agora o trânsito pode se dizer ao contrário, no rádio tocava Rihanna para deixar o clima melhor e confesso que cantei algumas partes junto com Betty.

Chegamos ao hospital depois de quarenta minutos — eu disse que o trânsito estava péssimo— eu estava aguardando junto com Betty que estava ao meu lado sentada em uma daquelas cadeiras que ficam na sala de espera, confesso que estou começando a me sentir incomodada com a companhia repentina de Betty, mas eu fiz ela prometer não sair ao meu lado e pelo que parece que ela não vai quebrar essa promessa tão cedo, talvez ela ache que precisa fazer o papel de Michael já que ele não está aqui.

– Antoniette Topaz. — diz Dra. Arizona na porta do seu consultório com uma pasta na mão me esperando. Arizona é uma mulher realmente muito linda, tenho que confessar. Talvez ela esteja em seus 30 anos de idade, tem olhos azuis e cabelos loiros e um sorriso lindo, com certeza se eu fosse lésbica flertaria com ela.

[ N/S: Sim, é a Arizona de Grey's Anatomy kkkkkk. ]

Levanto e Betty faz o mesmo, entramos no consultório e a médica pediu para que eu me deitasse na maca, mas era uma maca macia e aconchegante e não aquelas duras que eu imaginei ser. O consultório estava muito frio, não consegui segurar os tremores do meu corpo e a médica pareceu notar isso.

– Quer que eu desligue a central? — pergunta gentilmente.

– Por favor. — balanço a cabeça freneticamente o que arrancou risadas das duas mulheres a minha frente.

Depois de desligar a central eu fui olhar a sala atentamente, tinha uma escrivaninha e a frente duas cadeiras e a trás somente uma, ao lado onde estava deitada tinha várias máquinas.

As cores das paredes do consultório eram totalmente brancas igual ao piso, isso estava até me dando dor nos olhos com aquela claridade intensa, na parede vazia ao meu outro lado tinha um quadro com a foto de uma flor — talvez eles achem que isso acalma os pacientes de alguma forma. —

– Você está com quantas semanas mesmo, Antoniette? — pergunta Dra, Arizona.

– Toni. — digo querendo corrigir já que me sinto mais a vontade quando me chamam de Toni, não queria parecer rude então logo tratei de terminar a falar. — Se não me engano 13 semanas.

– Bom, você pode saber o sexo do bebê depois de oito semanas, então você vai querer descobri se é menino ou menina? — pergunta com aquele sorriso branco e uma animação que eu procuro um dia ter.

Olho para Betty que estava em pé ao meu outro lado, ela estava animada e ansiosa para saber o sexo do bebê. Suspiro e assenti para a médica. Ela começou a mexer nas máquinas e logo vi uma luz vermelha informando que ela tinha ligado.

Ela pegou um recipiente que continha um gel e pediu gentilmente para que eu levantasse a blusa e eu fiz isso de imediato, o gel estava gelado, ela pegou um aparelho que logo identifiquei ser o que ela passaria na minha barriga. Betty pegou minha mão e sorrio para mim, ela estava tentando me acalmar já que eu estava começando a dá indícios de está ansiosa.

– Hummm. — diz a médica, o que chama a atenção minha e de Betty, ela estreitou os olhos e se aproximou da máquina. Eu podia vê agora na máquina uma cabecinha bem pequena e os dedos perto da boca, meu coração estava acelerado, senti Betty aperta minha mão. — Bom, eu posso falar? — perguntou a médica ainda com aquele sorriso no rosto.

– Sim, Sim. — digo eu e Betty já muito ansiosas, senti algo quente escorrer pelos meus olhos e notei que estava chorando, o não.

– Parabéns, você tá esperando uma menina! — ouço um grito e vejo que foi Betty que o deu.

– Eu sabia! — diz Betty dando murrinhos no ar.

Eu não queria chorar, eu nunca quis tanto não chorar na minha vida, mas meus olhos começaram a arder e suspiros saiam da minha boca para tentar controlar tudo, eu não queria chorar logo aqui, mas isso foi inevitável.

Eu chorei depois de meses e foi ali que coloquei tudo para fora, entre soluços senti alguém me abraçar e logo reconheci ser Betty. Eu estava feliz, mas ao mesmo tempo triste pois queria que quem estivesse me abraçando agora fosse Michael, queria que ele estivesse dando os pulos de alegria, gritos e ansioso para saber o sexo do nosso bebê. Queria poder estar agora chorando só de felicidade e não por mágoa, a tristeza do meu coração inundou aquela sala, eu não conseguia parar de chorar, segurei tanto isso por meses e meses que agora que eu consegui por pra fora veio tudo junto, toda a angústia, tristeza, mágoa e infelicidade, mas ao mesmo tempo me sentia mais leve e liberta daquelas emoções que eu guardava a meses. Eu queria, mas como eu queria que Michael estivesse aqui comigo e de pensar que ele queria que eu abortasse é o que mais me machuca e o que me deixa ainda mais horrível foi porque por um momento, por um dia em uma tarde eu realmente pensei nessa possibilidade.

FLASHBACK ON

2 dias depois de Michael ter pedido o aborto.

Estava de novo naquele banheiro, antes era com um teste de gravidez e agora é com uma pílula que se eu tomasse mudaria completamente o rumo dessa história e não teria mais volta.

– Vai tomar? — pergunta Betty ao meu lado.

– Não sei. —murmuro.

Olhei para a caixa da pílula de abortar em minha mão, milhões de coisas se passavam em minha mente, meu casamento era a principal delas. Se eu abortasse Michael voltaria? Meu casamento iria ser como era antes?

Suspiro frustada e ponho a mãos na cabeça, apoio os cotovelos no mármore do banheiro e me olho pelo reflexo do espelho a minha frente.

– No que você tá pensando? — pergunta Betty curiosa.

– Se vale apena isso que estou prestes a fazer.

– Não vale... — olho para Betty que suspira. — Você fazer isso não vai fazer seu casamento voltar ao mar de rosas, Toni.

Volto meu olhar para o comprimido a minha mão, se eu fizer isso vai valer a pena? Vou fingir que isso nunca aconteceu depois? Eu queria ter minha vida e meu casamento de volta?

– Queria que Michael estivesse aqui. — digo em um fio de voz que me restava, consegui controlar a vontade de chorar naquele momento.

– Eu sei, ele foi um babaca com você! Mas não faz isso, pelo que te conheço, se você fizer isso amanhã mesmo estará chorando e se arrependendo dessa decisão, não estraga sua vida por um idiota como o Michael.

Fecho os olhos derrotada, ouvir tudo isso foi como se eu estivesse andando em um mar de espinhos. Com as mãos trêmulas jogo o comprimido no lixo ao lado do vaso e me viro para Betty mais uma vez e digo.

– Só prometa que vai está aqui...

– Eu prometo. — diz Betty, caminho até ela e a abraço.

Flashback off

A mágoa faz parte do amor, já perdi as contas de quantas noites chorei pela Cheryl quando ela foi embora, eu me privei de fazer o mesmo agora com Michael, de está na cama e chorar até que eu não aguentasse mais e acabar dormindo, de senti aquela dor no peito como se estivessem enfiado uma faca nele, como se alguém estivesse o espremendo com a mão.

Aprendi que ninguém nessa terra é para sempre, e o amor não dura por toda eternidade, não é como um conto de fadas que no final da história tem os felizes para sempre. Estou em um tempo difícil e eu sei que ele não vai durar por muito tempo, então decidi hoje ser forte, pois pessoas fortes duram, se não for por mim vai ser pela minha filha.

𝑶 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 •𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora