Capítulo 29

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Antoniette Topaz Point Of View.

Senti meus olhos abrirem lentamente me despertando de um sono profundo, cocei os olhos devagar e pisquei tentando focar em alguma coisa. Mexi meu corpo na cama e senti um aperto em minha cintura.

Fiquei estática, minha respiração ficou presa na garganta, meu coração acelerou assim que olhei para baixo e vi uma mão branca com suas unhas pintadas de vermelho, fechei os olhos e respirei fundo me lembrando que dormi com Cheryl noite passada. Enquanto estava respirando fundo senti minha garganta arder e algo subir por ela, me levantei bruscamente sem me importar de acorda a mulher ao meu lado e fui em direção ao banheiro.

Me pus de joelhos no chão e levantei a tampa do vaso e não demorou dois segundos para eu começar a vomitar, ouvi passos pelo quarto se aproximarem ao banheiro e mãos ágeis segurarem meu cabelo pegando todos os fios soltos que ficaram em meu rosto os levando para trás. Vomitei tanto que já sentia minha barriga doer, senti Cheryl alisar minha costa lentamente como se estivesse tentando aliviar aquele enjôo. Assim que senti que não iria mais vomitar fechei a tampa do vaso e dei descarga. Cheryl fez um coque no meu cabelo o prendendo com uma mecha solta, me sentei na tampa olhando para meus pés, eu estava envergonhada por Cheryl ter visto aquela cena, por mais normal que seja uma pessoa grávida fazer isso, pra mim era humilhante

– Aqui. — ela esticou a sua mão me entregando um pedaço de papel higiênico, provavelmente pra limpar minha boca, o paguei rapidamente me limpando e o joguei no cesto de lixo com dificuldade já que até pra mexer minhas mãos eu me sentia fraca. – Está melhor? — perguntou atenciosamente.

– Não... — murmurei. – Me sinto fraca. — senti um nó se forma em minha garganta, eu queria chorar? Eu não conseguia fitar Cheryl que estava ao meu lado, em nenhum momento, vi pela visão periferia ela se movimentar e parar em minha frente, ela se ajoelhou naquele chão gelado e abaixou a cabeça na altura da minha para me fitar.

– Consegue tomar banho sozinha? — a fitei negando com a cabeça e senti meus olhos marejarem de lágrimas e uma fungada sair por minhas narinas, ela me fitou confusa unindo suas sobrancelhas. – O que? Por que está chorando? — ela levantou suas mãos para limpar as lágrimas que escorriam por meu rosto, seu olhar era preocupante, ela ficou esperando por minha resposta.

– Porque isso é humilhante... — minha voz saiu trêmula pelo choro, mais lágrimas teimaram em cair por meu rosto, as fungada e soluços se misturavam, eu não sei o por que, mas eu sentia uma vontade absurda de chorar. – Não era pra você estar cuidando de mim, não me leve a mal Cheryl, eu estou muito grata, mas era pra ele estar aqui, era pra Michael estar aqui comigo como qualquer outro homem que tenha um pouco de caráter. — pausei, Cheryl me olhava com compreensão, seus olhos estavam marejados, me senti pior ainda por descarregar minhas mágoas nela, mas ela não se deixou chorar, em nenhum momento e a agradeci, eu não suportaria a vê chorando. – Eu me sinto horrível todos os dias com os enjôos e o mal-estar enquanto ele tá vivendo por ai sabe se lá Deus aonde, normalmente. — minha voz estava totalmente embargada e falando entre tropeços nas palavras. Cheryl suspirou fechando os olhos e ela abaixou sua cabeça, vi uma lágrima solitária cair por seu rosto. Era loucura pensar que ela estaria sentindo a minha dor, mas eu pensei nisso. Ela tratou de passar rapidamente sua mão por seus olhos e levantou a cabeça me fitando novamente. Suas mãos agora estavam em meu rosto fazendo um carinho com os polegares.

– Eu queria poder fazer você se sentir menos horrível agora, não fazendo você sentir dor, enjôos e todas essas modificações que a gravidez trás, mas não posso... — falou tudo calmamente sendo atenciosa em cada palavra. – Eu pedi ontem e peço mais uma vez para deixar eu cuidar de você Toni e fazer isso não vai me incomodar em absolutamente nada. — pausou. – Deixa? — seus olhos me olharam cautelosamente e ansiosa por uma resposta.

𝑶 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 •𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora