Capítulo 11

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Antoniette Topaz Point Of View

Hoje era uma quarta-feira chuvosa aqui em Miami, coisa rara de se ver. Fazia quase três dias desde o encontro inesperado com Cheryl no Hospital, Betty tinha ido embora na segunda-feira e estou sozinha desde então.

Desde que Cheryl me mandou um boa noite por mensagem não tinha mais falado com ela, confesso também que ainda estou pensando sobre o convite de aniversário da sua irmã Sofia, e o quão próximo está para acontecer, faltava dois dias ainda, ou seja, tenho ainda mais de 48 horas para pensar sobre o assunto.

Na manhã seguinte que acordei e pude reler a mensagem com clareza eu senti aquelas borboletas em meu estômago e meu coração acelerar como todos as vezes que algo se trata de Cheryl Marjorie Blossom.

É ridículo, eu sei. Não respondi o seu boa noite, mas o que eu iria falar para ela? Eu não tinha pensando em nada na hora que acordei e depois de dias vinham várias palavras que eu poderia ter dito, mas estava com vergonha de mandar mensagem, já que eu literalmente a ignorei.

Com o celular na mão estou com a conversa aberta relendo a simples mensagem que Cheryl tinha me mandado naquela noite, confesso que nesses últimos dias isso tá se tornando um vício, lê e reler essa mensagem me faz esquecer todos os problemas ao meu redor e me faz sentir bem, é engraçado como as emoções que eu sinto por Cheryl não mudarem ao decorrer dos anos, essa sensação de familiaridade, de proteção e conforto me faz bem, até em uma simples mensagem, um simples apelido que ela falou duas vezes para mim depois de anos, mas confesso que o medo e o receio ainda estavam presentes, bastante. Coloquei o meu celular no bolso e adentrei a loja para roupas de bebês do shopping.

Hoje vim comprar roupas para minha filha e vários outros acessórios, eu queria ter chamado Betty para vim, mas não queria lhe perturbar, ela está a todo momento ao meu lado, onde eu vou ela vai comigo, sinto que deveria dá um tempo, ela precisa de um momento a sós com ela mesma.

- Boa tarde, posso ajudar? - uma moça simpática que trabalha na loja estava ao meu lado, usava um uniforme preto, cabelos negros soltos e ondulados e olhos verdes.

- Queria olhar as roupas para menina.

- Ok, qual a idade?

- Hum... recém nascido?!- é estranho isso ainda.

- Eu tenho umas peças lindas aqui, venha. - falou a moça animada.

Passei horas e horas com Paola, a funcionária da loja, estavamos vendo várias peças de roupas lindas, nunca tinha visto peças de roupas tão pequenas em toda a minha vida.

Depois de horas sai da loja com uma sacola enorme de compras, desci para o  estacionamento subterrâneo e adentrei meu carro e pus as sacolas no banco de trás. Quando cheguei em casa retirei as sacolas e as deixei a cima do sofá, subi para o andar de cima e tomei meu banho e me arrumei com um vestido flórido amarelo. Me encarei no espelho me preparando mentalmente pelo que estava por vim nas próximas horas.

Depois de ter falado a verdade a Betty e dito que não tinha falado ainda com meus pais, tomei coragem agora de ir até a casa onde cresci e fui criada. É o que mais pensei nesses dias, em como abordar esse assunto para a minha família, em como abordar esse assunto para minha mãe.

A viagem de carro até a casa dos meus pais foi tranquila, apenas parei uma vez para abastecer o carro e acabei chegando em 30 minutos. Assim que cheguei na rua pude vê a casa da cor branca com o seu jardim na frente. Vi o balanço que tanto usei quando era mais nova ainda ali, dei um sorriso com lembranças do meu eu brincando quando era mais nova, a grama verde muito bem cuidada e a árvore de aroeira bem podada.

𝑶 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 •𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora