Capítulo 9

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Antoniette Topaz Point of View

Estamos agora fora do consultório da Dra. Arizona. Em minhas mãos estavam uma foto da ultrassom onde eu podia vê nitidamente a cabeçinha e os dedos das mãos da minha filha, minha filha...

O quão estranho é falar isso agora? Talvez só depois de meses minha ficha realmente tenha caído quando coloquei os olhos na ultrassom e eu vi um pequeno ser crescendo em minha barriga, dentro de mim.

– Você está melhor, Toni? — perguntou Betty preocupada.

– Sim, tô melhor. — suspiro com um sorriso. – Nunca estive tão bem como estou hoje, nos últimos meses.

– Que bom. — ela me dá um abraço de lado. – Já contou pra Dona Kátia sobre o sexo do bebê? — e lá se vai o meu sorriso.

Merda, merda, merda.

Como explicar que nesses meses eu também ignorei a minha mãe e todas a suas ligações?
Nem ao menos contei a ela sobre meu divórcio e que agora vou ser mãe solteira. Com certeza ela ficara chateada já que a sua religião não permite divórcio, essa foi a maior preocupação que tive depois que Michael pediu a separação.

– Promete que não vai gritar comigo? — paro no meio do corredor movimentado daquele hospital para olhar pra Betty. Ela entreita os olhos e assente, puxo o ar para ter coragem de falar a ela a verdade. – Eu não contei pra minha mãe sobre o divórcio e o bebê. — digo quase em um sussurro.

– VOCÊ FEZ O QUE ANTONIETTE?— grita.

– Fala baixo, quer que todos vejam a gente? — tampo rapidamente sua boca, Betty estava com os olhos arregalados para mim. – Eu ia contar pra ela no mesmo dia que descobri que estava grávida, mas depois eu fiquei deixando pra outro dia e bom... — dou um sorriso amarelo. – esse outro dia é hoje. — Betty tira minha mão de sua boca de uma forma bruta.

– Você é louca, sabe que sua mãe vai pirar quando descobri isso, ainda mais agora depois de meses. Céus, você tá muito fudida.

– Isso foi bem legal da sua parte, me ajudou muito, Betty. — digo com um sorriso irônico.

– Não venha com ironias agora. Quero ver ser irônica com a sua mãe.

reviro os olhos.

– Deixa que com minha mãe eu me resolvo. — digo e volto a andar e ouço um "aham" vindo de Betty o que me faz revirar os olhos mais uma vez.

Voltamos a andar pelos corredores e logo passamos por outro bloco do hospital, hoje estava bem mais movimentado do que na última vez que vim. Quando estávamos perto de sair pela entrada principal vejo uma figura conhecida por mim, também adentrar a porta, por que pra onde eu vou ela também tá?

– Toni? — essa voz...

Eu travei, Betty ficou também parada ao meu lado com os olhos mais arregalados do que a minutos atrás, ela ainda não tinha conversado com Cheryl desde que ela apareceu novamente.

– Oi, Cheryl. — respondo com minha voz trêmula, estavamos uma enfrente a outra nos olhando sem desviar o olhar, ficamos paradas ali sem dizer mais nada, até que Betty resolve quebrar o silêncio.

– Oi, Cheryl. — Diz Betty chamando a atenção de Cheryl a nossa frente, a vejo sacudir a cabeça e responder Betty.

– Oh, me desculpa, não vi você. — ela vem para perto de nós e abraça Elizabeth. Olhei de canto para ela torcendo que não faça o mesmo comigo, os abraços dela sempre tiveram efeitos sobre mim.

– Toni...— murmurra e me deu um sorriso lindo, saiu do abraço de Betty para me abraçar, droga. Ponho as mãos no seu pescoço e sinto ela colocar as suas na minha cintura. Tive que ficar na ponta do pé já que ela é maior que eu. Senti o seu perfume de, cereja?! o mesmo de anos, me permiti fechar os olhos, o abraça se tornou mais aconchegante do que me lembrava. Senti ela enterrar sua cabeça em meu pescoço e puxar ar, arrepios se espalham pelo meu corpo dos pés a cabeça, por que ela sempre faz isso?

Cuf Cuf, vocês estão se abraçando a três minutos e tem gente olhando, não quero passar vergonha porque vocês são duas gays. — olho para Betty repreendoa, sinto meu rosto esquentar quando olho para os lados e vejo uma senhora idosa e um homem mais novo nos olhando, ouço uma risada vinda de Cheryl. Desfazemos o abraço, eu não conseguia olhar para ela, fitava meus próprios pés, sim eles estavam bastante interessantes hoje.

– Não muda né, Betty. — Diz Cheryl rindo.

– Não mesmo... — joga o cabelo pro lado, reviro os olhos. – Mas o que você tá fazendo aqui?

– Betty! — tiro a atenção dos meus pés e a repreendo com um olhar.

– O que foi? — pergunta sinicamente.

– Tudo bem, Toni. — Responde Cheryl com um sorriso largo no rosto. – Bom, eu trabalho aqui.

– Opa, pera ai. — digo confusa. – Mas você queria ser engenheira!

– Sim... — vejo seu sorriso sumir e dá lugar a uma cara triste. – Muitas coisas mudaram, Toni. — ela olhava nos meus olhos, ela estava tão diferente...

– Mudaram mesmo, você tem mais bunda agora, o que você fez? Plástica? — pergunta Betty se enclinando mais para frente pra poder vê o traseiro de Cheryl.

– Céus, eu vou morrer de vergonha. — tampo o meu rosto com as mãos, com certeza estava vermelho. Ouço a risada bem mais auditiva de Cheryl, abro uma brecha em minhas mãos e a vejo vermelha de tanto rir.

– Você continua sendo hilária. — ameniza a risada. – É só academia, Elizabeth.

– Eu preciso ir fazer essa academia que você faz. — admitiu Betty.

– Poderiamos marcar um dia. — disse Cheryl esperançosa.

– Eu e você, Toni não precisa já que ela sempre teve bundona.

- Verdade. — Cheryl murmurou bem baixo, mas não tão baixo assim já que ouvi, ela deu um sorriso que não consegui entender.

– Ok, eu vou embora se vocês continuarem a falar sobre minha bunda. – digo fingindo está irritada.

– Bom... — diz Cheryl já querendo mudar de assunto. – eu estava indo deixar um relatório... — mostra uma pasta que só agora notei que estava em sua mão. – mas acho que dá tempo da gente tomar um café e eu posso pagar, vocês me acompanham? — sugeriu insegura.

– Café de graça, óbvio que acompanho. — responde Betty, Cheryl olhou para mim esperançosa.

Estava em dúvida se aceitava o convite ou não, se fosse com ela iria permiti que Cheryl entrasse na minha vida mais uma vez, pois sempre era assim, quando brigávamos e ela tentava achar uma brecha pra se aproximar e quando dou conta ela se encontrava ao meu lado de novo, como se nada tivesse acontecido.

Eu estou incerta disso, eu estou com medo? Medo de talvez ela se aproxime e depois vá embora como fez da última vez?
Eu odeio sentir isso, esse medo e essa insegurança, mas se ela for mesmo embora eu quero que pelo menos depois de anos a gente consiga ser amigas e ter momentos felizes, eu sinto falta dela, na verdade acho que sempre senti, mesmo que seja complicando admitir isso agora. Respiro fundo e digo:

– É, um café é bom. — respondi insegura com um sorriso.


Consegui escrever um cap, estou em semana de prova então vai demorar para que eu solte novos.

Você estão gostando?
E eu queria saber se o tamanho dos capítulos então bom ou se querem eles maiores! Podem falar.❤️

𝑶 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 •𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora