Amortentia - SaiDa

Protego

[Dahyun]

— Sana?

Chamei atenção da linda garota deitada na minha frente e a vi piscar várias vezes como se estivesse voltado em si de um pensamento ruim.

— Dahyun, eu adoraria aceitar o seu pedido – Sana respondeu se sentando na cama e fazendo um coque alto no cabelo loiro.

— Mas? – perguntei me sentando também de frente à ela.

— Mas nós não podemos namorar, é perigoso demais – Sana completou e vi que os olhos da sonserina marejaram.

Eu sabia que pedir Minatozaki Sana em namoro era um tiro no escuro, porém eu tinha que tentar em nome do amor que sinto por ela.

— Perigoso para quem? – grudei os meus olhos nos dela — Você sempre me deixa com questões em aberto, eu preciso saber por que você foge tanto de mim.

Vi Sana suspirar de olhos fechados, ela parecia exausta psicologicamente.

Eu sei que a família dela é o problema, mas preciso que ela fale comigo.

Com Sana ainda em silêncio e o quarto mais iluminado pelo raiar de uma nova manhã, eu pude então reparar melhor na garota à minha frente, o corpo dela estava cheio de manchas roxas como se tivesse levado uma boa surra e a clavícula dela tinha uma grande cicatriz cortando o meio onde fica o osso.

Como eu não havia visto isso antes?

— Sana – chamei e ela me olhou assustada.

De novo eu parecia ter despertado ela de pensamentos obscuros.

Droga, eu só queria poder ajudá-la com o que quer que esteja tirando a paz dela.

— Dahyun, desculpe eu não consigo ser essa pessoa que você espera que eu seja – Sana chorou escondendo o rosto nas mãos.

Eu me aproximei trazendo o corpo frágil dela até os meus braços onde a segurei com força tentando passar a segurança que Sana parecia tanto precisar nesse momento.

— Shh – passei a mão pela cabeça dela num gesto carinhoso — Tudo bem, minha linda.

Sana desatou a chorar mais ainda, um choro triste de soluçar.

Eu confesso que nunca havia visto ela assim, nem mesmo quando ela não conseguiu salvar Somi do Basilisco.

[...]

Um tempinho depois dela se acalmar eu me afastei um pouco para poder perguntar o que me afligia.

— Sana, o que é isso? – apontei para a grande cicatriz perto do ombro dela.

Sana limpou o rosto e torceu os lábios.

— Ganhei saindo da festa mais cedo – ela me respondeu, evitando meu olhar.

Os raios da manhã entravam na Sala Precisa atingindo a cama onde estávamos, eu pude ter o prazer da linda cena do sol batendo no rosto de Sana, fazendo os olhos cor de avelã dela brilharem.

Ela é mesmo a mulher mais linda desse mundo e eu não canso de admirá-la.

— Como você se machucou? – perguntei já sentindo raiva de ter deixado ela sozinha na festa.

— Não importa mais, meu bem – Sana piscou dando de ombros — Estou bem.

Sana se levantou vestindo suas peças de roupa como se tivesse me dito algo corriqueiro, não que tinha se ferido feio saindo da festa mais cedo.

— Sana, fala comigo caramba!

Puxei com força da mão dela o moletom que ela ia vestir, então ela parou para me olhar.