Fox

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[Sana]

— Sana? Você está me ouvindo?

— Sana! – senti um puxão me trazendo de volta a realidade.

Pisquei duas vezes e vi minha tia me olhando juntamente de Momo que tinha o semblante fechado.

Mina estava mesmo morta?

Eu não aceito.

Estava tudo tão confuso, eu havia desassociado.

O seu corpo ainda estava inerte no chão frio da clareira.

— Momo? – falei num fio de voz — O que aconteceu com Mina?

— Sua tia conseguiu estabilizar os batimentos dela mas está mal.

— Sana, preciso que você vá buscar uns ingredientes para eu fazer uma poçao para Mina, ela está muito mal.

Vi minha tia limpar o suor na testa.

Depois de quase uma hora de tentativas, ela conseguiu tirar a adaga que estava encravada no ombro da Mina, mas ela ainda não respondia com bons sinais.

Ainda estava em coma.

E meu psicológico estava junto com ela.

— SANA PELO AMOR DE DEUS!

Momo gritou comigo e me trouxe novamente a realidade.

— Você precisa ser forte, Sana – Momo me olhou nos olhos.

Ela disse com preocupação na sua voz.

Claro que não ia confiar em mim com uma tarefa tão importante como essa.

— O que você precisa, titia? – perguntei ainda sentindo meu corpo tremer.

Ela se levantou limpando as mãos de sangue da Mina na calça jeans e me entregou um papel.

— Temo que essas coisas você só irá conseguir na Travessa do Tranco em Londres – ela torceu os lábios.

Olhei os itens e percebi que eram todos de magia das trevas, certamente o antídoto para essa adaga amaldiçoada só poderiam ser encontrados num local onde bruxos das trevas faziam seus negócios como a Travessa do Tranco.

— Eu sei que é arriscado você voltar para Londres agora mas-

— Não tem problema, eu vou – falei séria — Se Mina precisa de mim, eu irei.

— Vou com você – Momo avisou.

— Não – respondi dura.

— Mas-

— Não posso perder você também, Momorin – senti as lágrimas querendo aparecer e engoli seco.

Minha tia, que prestava atenção em toda a cena colocou a mão no ombro de Momo como conforto.

— Preciso de você aqui comigo, Momo – ela sorriu pequeno — Mina também precisa.

Assenti agradecendo mentalmente à minha tia que ajudou a convencer Momo a ficar com ela nos EUA.

Eu jamais ia me perdoar se perdesse mais alguém importante.

— Bom, vou agora – sorri ansiosa — Me desejem sorte.

Num instante Momo me puxou para um abraço apertado e chorou copiosamente como se estivesse prestes a me perder.

Talvez ela esteja mesmo..

Deixei ela desabar por uns minutos e a afastei minimamente para olhar em seus olhos.

— Não se preocupe, ok? – limpei as lágrimas que caiam em seus grandes olhos — Volto antes de você sentir que demorei.

Amortentia - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora