[...]— Bom, dia Senhorita Sana.
A voz aguda de Finty me acordou e abri um olho com dificuldade sentindo a dor de cabeça martelar a minha cabeça.
Nota mental para maneirar no vinho na próxima vez que tiver um jantar aqui em casa.
Logo, um raio de sol forte bateu diretamente no meu rosto quando o pequeno abriu minhas cortinas pesadas que impediam qualquer claridade entrar no quarto não importando a hora do dia.
— Finty!
Eu resmunguei me virando para o lado a fim de acordar Mina, mas minha melhor amiga já não se encontrava na minha cama.
— Cadê a Mina? – cocei meus olhos em meio a um bocejo.
— Levantou tem umas horas – o sorriso dele murchou — Ela insistiu em me ajudar a retirar as coisas da mesa do café da manhã.
Achei fofo, mas senti que Finty estava decepcionado.
Afinal ele só conhecia esse trabalho como seu único dever na vida, o que eu achava super errado.
— Ela é assim mesmo, sinto muito.
— Se ela fizer o trabalho do Finty então pra que serve o Finty? – os olhões dele se encheram de lágrimas.
Por Merlin, coitadinho.
— Finty, ela não fez por mal ok? – levantei da cama me esticando — Onde ela está? Vou falar com ela.
— A senhorita Myoui está na biblioteca desde cedo – arrumou a minha cama e dobrou minhas roupas num agito das mãos mágicas — O que a senhorita deseja comer? Posso preparar sua comida favorita.
— Não to com fome, pequeno – sorri, mas vi o ajudante segurar o choro.
Saco, toda vez eu sinto que tô explorando o pobre coitado.
— Pensando bem... – vi o elfo sorrir de orelha a orelha em expectativa — Acho que quero um daqueles crepes de chocolate que só você sabe fazer, Finty.
O pequeno ajudante bateu palmas animado e num estalar de dedos ele sumiu do meu quarto, já eu rumei para o meu banheiro fazer minha higiene matinal e depois ir em busca da minha melhor amiga pela imensa mansão dos meus pais.
[...]
— Achei você.
Falei com a boca cheia de crepe para Myoui que analisava com curiosidade a enorme tapeçaria dos Minatozaki, toda a linhagem sangue-puro da família estava gravada nela.
Mina se virou sorrindo.
— Oi, amor – zombou — Quando casarmos eu vou entrar nessa tapeçaria também?
Virei os olhos cortando mais um pedaço do crepe no prato que estava na minha mão e enfiei um bom pedaço na boca para não dar uma resposta malcriada para ela assim.
— Essa é a tradição da nossa família, espero que você entre assim que se casarem –ouvi a voz grave do meu pai atrás de mim.
Isso fez o pedaço de crepe descer quadrado na minha garganta e me virei para ver meu pai com as vestimentas elegantes de sempre.
— Bom dia, papai – cumprimentei séria.
— Você quer dizer boa tarde, né? – ele respondeu sério — Afinal, são quase duas da tarde.
Sorri sem mostrar os dentes e enfiei mais um pedaço na boca.
— Você deixou sua namorada sozinha a manhã inteira nessa biblioteca – ele continuou o sermão aumentando o tom de voz — Não é assim que te educamos.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Amortentia - SaiDa
FanficNo mundo mágico, onde existe hierarquia entre sangue bruxos e famílias poderosas, nasceram duas garotas em realidades distintas, uma no mais alto padrão da sociedade bruxa e outra vista como inferior. Minatozaki Sana a Sonserina mais respeitada de...