Tempo

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[...]

[Sana]­

Eu sentia meu coração bater inquieto enquanto andava de um lado para o outro no lobby à espera de Dahyun, ainda não sabia se ela iria aceitar conversar comigo e isso me deixava enjoada.

Eu vacilei na única coisa que ela sempre teve insegurança.

Mais uma vez eu tinha que estragar tudo.

— Sana.

O som da voz dela fez meu corpo gelar e me virei para ver uma
Dahyun bem séria e diferente do que eu havia me acostumado.

Antes se a gente se encontrasse, a primeira coisa que ia me receber seria o sorriso radiante dela.

Dessa vez ganhei apenas um levantar de sobrancelha e os braços cruzados em defensiva.

— Oi, podemos conversar? – me aproximei receosa e tentei pegar as mãos dela.

Dahyun deu um passo para trás me evitando.

Tudo bem, calma Sana, respira.

— Vim aqui pra isso, né?

— Sim, vamos para a Sala Precisa? – perguntei ansiosa segurando minha vontade de abraçar ela ali e pedir desculpas pelos meus erros.

— Não – negou rapidamente — Vamos para um lugar público.

Dito isso, Dahyun apenas seguiu pelo corredor e eu a segui para onde quer que fosse.

Talvez ela não confiasse mais em ficar sozinha comigo.

Perdi minha garota.

[...]

[Dahyun]

Droga, droga, droga!

Como me manter consciente com Sana tão sensível e pequena assim perto de mim?

Não posso ser frouxa e aceitar a traição dela, por isso resolvi conversar com ela no campo de quadribol.

Não sei o que eu faria se fosse para a Sala Precisa com ela, provavelmente iria ceder.

Olhei rapidamente para o espaço vazio ao lado dela na arquibancada e suspirei antes de me juntar.

Era isso.

O que ia acontecer depois dessa conversa nem eu mesma sei.

— Então – falei ansiosa.

— É – ela respondeu olhando as longas unhas bem feitas com esmalte preto.

— Vai me contar o que aconteceu ontem? – perguntei.

— Me desculpa, Dahyun – ela ainda olhava para as mãos no colo — Fui uma otária.

Isso me doeu.

Ela não negou.

— Disso eu sei, quero saber o que aconteceu e porquê? – falei tentando manter a calma.

— Não gostaria de entrar em detalhes, se for tudo bem – Sana respondeu ainda sem me olhar.

Isso esgotou minha paciência!

— Não, não 'tá tudo bem! – me irritei — Sana, olha pra mim?!

Quando Sana finalmente levantou a cabeça eu vi que ela chorava copiosamente, coisa praticamente rara.

Ela não era muito de demonstrar "fraqueza", nem pra mim.

— Dahyun, não me faz reviver a noite de ontem! – ela limpou as lágrimas com a manga do suéter — Eu não lembro do que aconteceu, só sei o que Momo me contou.

Amortentia - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora