Pesadelo

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[Sana]

Escuridão, uma floresta densa, a chuva forte caindo no meu sobretudo de couro preto. Eu olhei em volta e não reconhecia o lugar que estava, o que exatamente é isso?

— Sana, venha.. Chegou a sua hora.

Uma roda de pessoas se abriu e vi meu pai vestindo um manto negro estendendo a mão para mim.

— Ande, venha logo – falou impaciente.

Eu olhei para os lados e vi Momo chorar, ela parecia ter apanhado,  pois seu lábio inferior estava cortado. Ela desviou os olhos quando eu tentei descobrir o que era isso tudo.

Logo, caminhei até o centro do círculo de pessoas encapuzadas e meu queixo caiu.

Kim Dahyun estava jogada no chão perto de uma grande fogueira com amarras em suas pernas, mãos e boca.

Ela parecia estar muito machucada, o olho direito fechado por estar inchado e o sangue escorria de sua sobrancelha dificultava mais a visão da garota.

Dahyun, quando me viu se ajoelhou chorando, ela parecia falar algo, mas não emitia som algum por causa da mordaça em sua boca.

— Por que ela está aqui, e está tão machucada? – perguntei ansiosa ao meu pai que sorria para a cena.

— Porque ela é um verme, e o que nós fazemos com vermes?

Uma voz de velho me respondeu e todos abaixaram as cabeças quando Nott apareceu, o velho sorriu para meu pai e deu um tapinha orgulhoso no meu ombro.

— Senhorita Minatozaki, eu te fiz uma pergunta – ele falou com um sorriso cínico.

— N-nós matamos – respondi com um fio de voz.

Minha garganta tinha um nó doloroso.

— Então, faça as honras – Nott disse num tom gélido e apontou para Dahyun que chorava no chão.

Ver Dahyun ali daquele jeito me fez querer berrar, pedir ajuda.

— N-não posso – respondi negando com a cabeça.

— Sana, você não vê que ela só está aqui por sua causa? – Nott perguntou em tom cínico novamente — Graças ao seu ótimo trabalho para os Sagrados Vinte e Oito nós conseguimos sequestrar e matar vários sangues-ruins!

Ele começou a bater palmas e foi seguido pela multidão encapuzada na roda.

O que? Eu fiz isso?

Meu coração acelerou e comecei a chorar.

— VAMOS! MATE LOGO ESSA CRIATURA DESPREZIVEL! – Nott berrou irritado.

Olhei novamente para Dahyun, ela implorava com os olhos, o terror tomava conta da sua feição.

Neguei com a cabeça fechando os olhos.

Isso era demais para mim!

— Ugh, chegue pra lá.

Senti que meu pai me empurrou e estendeu a varinha apontando diretamente para Dahyun.

— Se você é fraca demais para isso, eu faço – então ele sorriu gélido para Dahyun que chorava desesperada.

— AVADA KEDAVRA!

Amortentia - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora