Nossa História

08

— Ouvi meu nome ser chamado durante quase todo o show. — A voz do Ricelly ecoou, mas ninguém o via em lugar algum.

— Ô amor, onde cê tá? — Ela perguntou olhando para todos os lados. — Tô com saudade! — Fez beicinho e voz de criança.

— Estava preparando a sua surpresa, uai! — Ela riu abobada. — Cê tá preparada, vida?

— Venha logo, homi! Quero olhar pra esse rostinho bonito!

Marília andava de um lado para o outro arrancando risadas.

Ela estava em um perfeito vestido branco e longo. Ela sentia-se confortável em estar descalça, ninguém podia ver mesmo.

Henrique logo apareceu em seu campo de visão, vestido em um lindo terno preto e com um buquê vermelho e uma caixa aveludada em uma de suas mãos. Maraísa olhou para sua gêmea e as duas riram, sabiam bem o que estava acontecendo.

— Olha que homem lindo! — Marília abriu um sorriso enorme. — Todo meu! — o público gritou.

— Uma flor para a flor mais linda do meu jardim. — Ele disse entregando o buquê a ela, que estava trêmula. — Em 2011, conheci uma menina de apenas dezesseis anos… Uma compositora sem igual, uma amiga, uma parceira para todas as horas, mas acima de tudo… O grande amor da minha vida!

— Ô amor…

— No dia em que nos conhecemos, falei uma coisa que só meu irmão escutou e apenas ele pode confirmar. — Ele olhou em seus olhos e depois se voltou para o público. — Eu disse: essa menina vai conquistar o mundo. Essa menina vai ter o Brasil como reino. Essa menina vai virar minha vida de cabeça pra baixo e depois vai se tornar a minha vida. E eu vou casar com ela! — Mais uma vez, o público gritou animado. Henrique passou rapidamente a mão no rosto enxugando as lágrimas. — E, olha onde estamos… Seremos pais de duas crianças lindas. Somos uma família linda! Você, eu e nossos quatro filhos, porque sim, o Léo não tem o meu sangue, mas também é meu, assim como Helena é sua! E, cara, eu me sinto o cara mais bobo do mundo quando ela te chama de mamãe Lila!

Marília chorava, seu olhar atento para o homem ao seu lado.

Seu coração estava acelerado.

A plateia não sabia se gritava ou prestava atenção nas palavras do Henrique, o homem estava nervoso e isso deixava a noiva nervosa.

— Hoje quero te coroar Rainha! — Ele declarou, abrindo a caixinha onde estava a coroa. — Rainha da Sofrência! Rainha do Sertanejo! Rainha desse Brasil! Rainha do meu coração! — Ela sorriu e Maraísa ajudou a segurar a caixa enquanto Henrique tirava a coroa e colocava na cabeça de Marília. — Rainha da minha vida e mais do que tudo isso, rainha do nosso lar! — Ele mostrou as chaves da casa deles e ela riu se jogando em seus braços.

Ela não esperava por tudo aquilo, não conseguia parar de chorar.

Mãos trêmulas, respiração descompensada, risos nervosos. Tudo o que se passava em sua mente era: pra ser perfeito só faltava uma pessoa ali, Juliano Tchula, seu melhor amigo e companheiro.

Que saudade que Marília estava daquele ser praticamente insuportável, mas que ela amava demais. Já fazia um bom tempo que eles não se viam, apenas conversavam por mensagens ou ligações. Estava triste por não tê-lo  presente ali, mas sabia de seus compromissos e tinha certeza de que o amigo estava apresentando-a em suas orações.