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09 de abril de 2022.
Festival das patroas — São Paulo.

POV Autora.

— Ainda acredito que deveríamos ter adiado o festival para quando os gêmeos nascessem. — Maiara falou parada ao lado da amiga.

— Lila, você tá bem mesmo? — Maraísa perguntou.

— Vem cá, vocês querem cancelar o festival em cima da hora? — perguntou entrelaçando seus dedos aos de suas irmãs. — Estou bem! Os gêmeos estão bem, não me deixem agitada. — falou sorrindo. — Se fico agitada, eles ficam agitados e o Ricelly está no palco. — Elas riram.

Faltava pouco para ambas subirem ao palco. Marília estava começando a ficar nervosa, seria seu último show até os gêmeos nascerem. Ela seguiria o mesmo ritmo de como foi com a gravidez do Léo. Ficaria em casa e em repouso. Faria uma ou duas lives só para matar a saudade, mas o objetivo era descansar para que seus filhos nascessem bem.

Incrível como sua vida mudou durante esses seis meses de gravidez. Ela se mudou para a Fazenda, está levando uma vida de mulher casada, nunca imaginou que um dia poderia estar vivendo assim, feliz. Lembrando de tudo o que passou para chegar até ali: todas as lutas, todas as lágrimas, os nãos, os “eu te amo” não ditos de pessoas que amava e se perderam — foi impossível não sorrir.

Sim, sorrir.

Sorrir porque conquistou tudo o que queria.

Hoje ela é uma das cantoras mais bem sucedidas no meio sertanejo — um meio muito voltado para os cantores masculinos.

Atualmente, está levando para frente um dos seus maiores sonhos, o Festival das Patroas.

É a mãe do Léo, e mesmo que não seja de sangue, é a mãe da Helena. Mãe dos gêmeos que irão nascer em julho.

E esposa do grande amor da sua vida.

Ricelly Henrique.

Marília Mendonça conquistou seu maior sonho, e nem era ser cantora, mas ser família. Ser a casa e a morada de alguém. Ser o amor, o sonho e o motivo do sorriso de alguém. Ela realizou o sonho de ser o sonho de milhares de pessoas, de ser amada e cuidada.

O Brasil a amava e ela amava o Brasil dela.

Um sorriso dançou em seus lábios. Seus olhos estavam fechados e seus pensamentos no alto — bem ao lado de Deus. Em prece, ela agradeceu por tudo o que conquistou. Por todas as ricas bênçãos com as quais Deus a abençoou. Pelo reconhecimento e mais, pela sorte de ser mãe.

E também, se Deus quisesse, permitisse e a abençoasse, seus filhos chegariam no dia do seu aniversário.

Existe um presente melhor?

Não.

Marília abriu os olhos quando sentiu um beijo ser depositado em seus lábios. Sabia bem quem a beijava, só não esperava por aquilo. Tão submersa em suas orações, não prestou atenção quando o som cessou. Nem mesmo se deu conta que havia soltado as mãos das gêmeas para tocar sua própria barriga, enquanto orava e sorria feito boba.

E era o que ela era…

Uma boba, apaixonada por tudo o que Deus lhe deu.

—  E isso? — perguntou sorrindo.

— Isso? — Ricelly beijou mais uma vez seus lábios.

— Sim.

— Isso é só para lembrar que você é a razão da minha vida e, que sem você, eu não seria absolutamente nada. E isso — a beijou mais uma vez — é só um lembrete, de que agora, eu posso te beijar sempre que quiser. Porque você é tão minha quanto sou teu e isso — mais um beijo — ah, meu amor… Isso é por tanto orgulho que sinto. Você é extraordinária!

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