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Quinta-Feira 23:30
21/07/2022

—  Sr. Henrique – a mulher chamou em alto e bom tom. — Está na hora, me acompanhe.

Mal podiam acreditar que Marília conseguiu mesmo segurar os gêmeos até os quase nove meses, e este feito dava-se ao fato de Ricelly e Dona Ruth a proibir de fazer qualquer coisa. Estava sempre na cama, e, por incrível que pudesse parecer, todo o resto de sua gestação foi tranquila.

Henrique havia conversado com Wander e obviamente com os fãs, para se afastar por pelo menos dois meses. Queria poder cuidar da esposa e das crianças quando nascessem, Juliano apoiou sua decisão, Marília não.

Ela sabia o que era sentir falta dos palcos, e, por Deus, como sentia falta. Não via a hora de poder subir em um.

Contudo, durante uma noite calma, feliz e muito significativa - pois a casa estava cheia, o que não é novidade já que onde Marília está sempre tem bagunça e muito amor -, a mulher em questão começou a sentir fortes dores.

Talvez estivesse na hora do nascimento, e sim, a casa estava cheia exatamente por isso. Todos sabiam que a data estimada para o nascimento dos gêmeos era o dia do aniversário da mamãe, por este motivo os amigos mais próximos resolveram aparecer.

Ficando no hospital somente o papai e a vovó, não queriam muito alvoroço e Marília precisava de calma.

Henrique acompanhou a enfermeira até o centro cirúrgico, já que seria um paro cesário, lavou bem as mãos e vestiu um avental, colocou uma toca, uma máscara e luvas. Marília começou a rir quando viu ele entrar, não era possível que nem em um momento sério como aquele a mulher fosse ter uma crise de risos.

— Ou, cê num é o doutor não moço, devolve meu marido caipira – ela disse rindo e ele gargalhou.

— Deixe de besteira – ele disse se aproximando e segurando sua mão. — Tá nervosa? – perguntou fazendo carinho na mão dela.

— Não – sorriu confiante. — Você está aqui, e isso me basta para ficar tranquila.

— Vamos ser papais – Ricelly disse todo bobo.

— Já somos papais amor...

— Estou falando de um bebê nosso, meu e seu – ele fez um carinho rosto dela. — Com você eu sou o homem mais feliz do mundo minha flor.

— Você me faz a mulher mais feliz deste universo, meu beija-flor – ela sorriu.

Os profissionais que já se encontravam na sala ficaram maravilhados com tanto amor, carinho e cumplicidade entre eles.

Ninguém ousava falar nada, aquele momento era deles e deviam ficar quietos. Apenas observando. Era realmente uma cena linda e invejável, sabiam que uma amor assim era difícil de encontrar, mas ainda assim... Ali estavam eles, vivendo o que para muitos seria impossível, o que para muitos não existe.

O que raramente alguém encontra: amor e paixão na mesma pessoa.

Era possível enxergar de longe a devoção de ambos, a necessidade de estarem sempre grudadinhos, mulher nenhuma encontraria um Ricelly Henrique e homem algum poderia encontrar uma Marília Mendonça.

Eles era um em um milhão.

— Prontos para conhecerem os gêmeos? – o médico perguntou entrou na sala.

Marília olhou para o marido com os olhos brilhando, estavam prontos? Sim, desde que estivessem juntos. Sempre estariam prontos, ele para ela e ela para ele.

— Eu te amo – ele disse se posicionando um pouco atrás da cama para não vê o médico cortando ela.

— Eu te amo – ela sussurrou e se deixou levar, se perdendo nos olhos dele.

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