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POV Ricelly Henrique


Valia a pena cada esforço, cada noite sem dormir, cada suspiro de cansaço ou preocupação, se no final, um sorriso iluminasse seu rosto.

Marília tem um brilho encantador!

Nunca imaginei amar alguém com tanta loucura e intensidade…

Quantas vezes a fiz chorar? Não sei ao certo, mas acredito que foram incontáveis…

Assim como minhas lágrimas não poderiam ser contadas.

Magoei-me e a magoei.

Nos amamos, nos machucamos.

Brigamos e recomeçamos.

Idas e vindas, pontos finais que viraram pontos de continuação.

A distância nunca colocou um fim, apenas um até logo.

O destino sempre foi ao nosso favor, nós que nos sabotamos por longos anos. Ver tudo o que passamos para chegar aqui é algo que me deixa orgulhoso, porque só consigo enxergar o quanto amadurecemos. Crescemos como seres humanos, aprendemos a valorizar e a respeitar os limites, sabemos quando parar e a hora de pedir desculpas.

Evoluímos.

Depois do festival, precisei cumprir duas semanas de shows e durante esse tempo, deixei Marília com a tia Ruth, em Goiânia. Murilo e Amanda ficaram de levar as crianças para ficar com ela, já que eram os nossos quinze dias com as crianças — que iríamos passar na chácara da Marília.

Temos a guarda compartilhada dos dois, não foi preciso resolver isso em audiência e nem nada do tipo. Nos resolvemos bem, afinal, somos uma família.

Estamos todos tão bem que não sobra espaço para brigas em questão financeira, Murilo e eu decidimos que não é necessário pagar pensão.

Durante os quinze dias em que o Léo e a Helena estiveram com eles, é bem evidente que estão em um lar familiar, com pai e mãe carinhosos e responsáveis — assim como é quando estão conosco, não existe necessidade de tantos gastos.

Puxei o ar quando Silveira estacionou na frente da casa, ele havia ido me buscar no aeroporto. Estou cansado e precisando urgentemente de uma cama — e de um pouco de carinho também. O Silveira mal parou o carro e já desci quase correndo, a porta foi aberta e uma loira sorridente apareceu.

Loira.

Ela tá loira!

PUTA QUE PARIU.

— Eu te amo em todas as suas 'fases', mas esse loiro longo acaba com meu psicológico… — Falei me aproximando e lhe roubando um beijo.

— Você leva muito a sério essa história de “Ela gosta que repare no cabelo dela”. — Cantarolou rindo e encarou a sobrinha. — Tu tá loira desde quando que eu não vi?

— De hoje de manhã! — Lila respondeu sem desviar o olhar de mim. — Oi amor, tava com saudade…

— Também estava. Por favor, me fala que o Murilo atrasou e ainda não trouxe as crianças…

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