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O clima estava pesado — mas logo eu resolveria isso.
Entrei em casa e quase explodi de alegria. Meu tio e meu produtor estavam lá. Olhei para a pessoa mais próxima de mim e sorri ao ver Iolanda livre, entreguei minha princesinha a ela e agarrei o meu tio.
Vivo tão colada neles que quase surtei esses dias lá na chácara. A saudade que estou do meu pessoal é de outro nível. Acho que não sei viver sem minha equipe. Adoro quando estão por perto e amo quando a casa fica cheia das pessoas que gosto.
— Ô minha menina, que saudade!
— Eu tava morrendo de saudade d'ocê! — Apertei meu tio.
— Ei! Solta ele que quero um abraço também. — Bahia falou divertido e gargalhei.
— Ô menino ciumento. — Disse após soltar o senhor Abicieli. — Aproveita que nem sempre tô pra abraço.
Henrique me abraçou forte e aproveitei aqueles segundos como se fossem os últimos. Era tão bom estar na companhia deles, viajar com eles, sonhar, conversar, cantar, brincar, viver… Eles são meus melhores amigos em todo o mundo.
Estamos sempre juntos, não dou um passo sem que eles estejam ao meu lado. Não atrás, não na frente, mas ao lado.
Costumo dizer que Marília Mendonça não é nada sem a equipe dela.
E eles são a minha equipe.
São fiéis a mim assim como eu sou a eles. Os amo de uma maneira linda e pura.
Quando me afastei do meu produtor, enxuguei uma lágrima que nem percebi derramar. Olhei para a Laurinha e a peguei no colo.
— Como está a minha guerreira? Mas está tão linda, tão fofa! — Brinquei enchendo a menina de beijos. — Ai que vontade de apertar você. Ela tá bem? — encarei Nayara que sorria abertamente.
— Está bem, sim. Está forte. — disse rindo. — E você, como está? Parece cansada.
— Quase não dormi, tô cansadona. — Olhei para minha mãe. — Vocês olham meus filhos? Vou cuidar e conversar com meu bebê. — falei apontando para as escadas.
— O que rolou? Ele tá todo quebrado, mana. — Gustavo disse rindo e brincando com Helena. — E pelo jeito mudo, não falou com ninguém.
— Adianto que ele caiu de uma árvore, depois conto os detalhes. — disse revirando os olhos. — Vou lá me resolver com ele.
— Claro que estão brigados. — Devyd falou enquanto me ajudava a subir as escadas.
Tivemos uma rápida conversa e o meu padrasto apenas deu uma encarada no Ricelly antes de descer. Devyd gosta muito do meu “marido”, mas quando vê que algo mexeu com o meu psicológico ou me tirou o sono, fica puto.
— Ju, pode nos deixar a sós?
— Claro, maninha. — ele saiu e fechou a porta.
Suspirei.
— Que eu saiba a minha tia Maria te deu educação. — disse ríspida. — É feio não cumprimentar o povo quando chega nos cantos.
— Ô Marília, eu não tô pra gracinha.
— Eu muito menos. — bufei.
— Custava ter falado que queria vir pra casa da sua mãe?
— Custava e sabe por quê? — ele me encarou. — Porque nem um “bom dia" você me deu hoje. Está desde ontem puto com alguma coisa e isso está me irritando.
— Ah, claro! Porque a única pessoa que pode ficar puta e irritada aqui é você! — falou alto.
— Abaixe o tom porque eu não estou falando alto ou gritando. — Rosnei.
— Vai me fazer ficar aqui? Se for, peço que me deixe em paz, sozinho… Não quero brigar.
— Não quer brigar? — acabei rindo. — Olha, eu estou cansada. — sentei na poltrona e o encarei. — Ou a gente se resolve de vez e você me fala o que tá rolando…
— Ou o quê? Vai me deixar de novo? — me interrompeu irritado.
— Sim. Eu vou deixar você.
— Impressionante. — Ele riu sem humor e passou a mão no rosto.
Henrique ficou calado, talvez eu tenha pegado pesado na hora de falar que vou deixá-lo…
Tenho certeza que ele só está com ciúmes do Murilo, e mais certeza tenho do medo que ele tem em me perder e talvez dizer algo assim seja muito ridículo da minha parte.
Observei sua expressão triste e seus olhos encaram o nada. Pude ver que algo estava o incomodando e aquela ameaça foi o auge da discussão. Henrique pegou o celular e digitou algo. Eu queria poder falar com ele numa boa, mas ele estava puto e por minha culpa, agora estava triste também.
Uma batida foi ouvida na porta e em seguida a mesma é aberta revelando o Juliano, que apenas colocou a cabeça na brecha.
— Chamou?
— Chamei. — A voz do Ricelly soou baixa. — Consegue um avião pra fazenda? Quero ir pra casa.
Meu coração acelerou.
— Aconteceu algo? — entrou de vez no quarto.
— Aconteceu o de sempre, Marília com as ameaças dela. Então, antes que ela as cumpra… — me olhou com os olhos marejados. — Eu farei.
— O-o quê? — me levantei. — Henrique…
— Você está cansada, né? Tô facilitando as coisas pra você. — deu de ombros. — Não se preocupe, quando precisar de mim, estarei por perto. E vê se lembra de me ligar quando sentir que meus filhos vão nascer. — forçou um sorriso. — Aliás, você tem meu número e o pai sou eu, não o Murilo.
— Então, é isso? Você está assim por quê chamei o Murilo? — indaguei me aproximando. — Pra começo de assunto, quem te contou? — ele encarou o irmão e olhei pra ele também. — PORRA JÚNIOR, NÃO SABE GUARDAR A LÍNGUA NÃO?
— NÃO GRITA COM ELE! — Henrique gritou. — Eu sou pai deles! Eu sou a porra do teu noivo e mesmo assim você ligou pra alguém que estava na puta que pariu!
— Marido. — corrigi. — Você é o meu marido.
— Sou? Às vezes, não parece… — disse baixo. — Deixa eu te falar uma coisa Marília, a vez do Murilo passou! O pai dos gêmeos sou eu, e por mais que hoje goste muito dele, ainda lembro que ele não estava no dia que o Léo nasceu. — me relembrou o dia mais angustiante da minha vida. — E eu queria estar lá, eu estive lá mesmo que por chamada. Ele não! Agora vem correndo no dia em que você sente uma dor?
— Ele só se preocupou.
— E POR QUE VOCÊ NÃO ME LIGOU CARALHO! — gritou.
— Você estava no hospital, estava machucado! O Ju estava com você e não queria incomodar!
— Incomodar?
Assenti.
Eu realmente não queria atrapalhar.
E se ele estivesse fazendo um exame importante? Ou se a queda tivesse sido pior que imaginávamos? Quero nem pensar nisso…
— Você está se ouvindo Marília? — Assisti as primeiras lágrimas caindo de seus olhos. — Você e nossos filhos nunca me incomodariam! Eu pararia qualquer coisa só para atender um chamado seu… E se os gêmeos fossem nascer naquela hora? Você ia me privar de vê-los chegar ao mundo?
— Eu jamais faria isso! Meu Deus, Henrique! Eu te amo! — comecei a ficar desesperada com aquele assunto.
— Você está cansada. — ele olhou para a porta. — Então, eu vou embora.
— E quem vai cuidar de você? Para com isso, amor. — comecei a chorar.
— Minha mãe cuida. Eu só peço que da próxima vez lembre que o pai do Ravi e da Maya, sou eu…
— Então é isso? Você vai embora?
— Eu tô cansado, Marília. Tô cansado de qualquer briguinha você começar com a história de me deixar… Só estou facilitando as coisas pra você.
— E o nosso casamento? Nossos filhos? E a gente? Amor, para com isso…
— Que casamento? A gente nem marcou uma data ainda, tá em tempo. — engoli em seco. — Foi isso que você disse da última vez que nos separamos, não?
— Foi. — falei baixo e suspirei. Aproximei-me mais da cama e sentei na beira, segurei sua mão direita e olhei em seus olhos. — Mas aquilo foi uma meninice, fui irresponsável e só pensei em mim. Olha pra mim, meu amor. Acha que tenho coragem de deixar você? Se durante todos esses anos, ainda estou aqui, o que te faz pensar que cometeria esse absurdo?
— Eu já não sei de mais nada, eu só estou cansado…
— Tá vendo isso aqui? — mostrei o pingente do meu colar, eram as iniciais dele. — Isso aqui é a nossa aliança, não foi passado no papel, nem no religioso, mas foi na frente daqueles que eu mais amo. — ele me encarou. — Na frente da nossa família, dos nossos amigos, dos nossos fãs e mais que isso… Jurei amor na presença de Deus, e não vou deixar tudo acabar assim por um mal-entendido. Não me importa se o casamento não vale para os outros, vale pra mim! Você é o meu marido e será assim até o dia em que Deus quiser que assim seja.
— Desculpa. — falou baixo.
— Não. Eu é que te peço desculpa, você tinha que saber por mim. — toquei seu rosto. — No fim, não foi nada de mais. Acho que só me assustei por te ver machucado, fiquei com medo de ter acontecido algo pior… Não vai mais acontecer. Se não falei ontem, foi porque não queria te preocupar. Você chegou desse jeito, todo quebrado e pensei que não devia lhe preocupar. Errei, admito.
— Só não faz mais isso de dizer que vai me deixar…
— Deus me livre. — falei rápido. — Quase que te perco. Essa ameaça não vai se repetir nem mesmo quando eu tiver ódio. Já pensou? Eu ameaço e cê cumpre? Quero nem pensar na minha vida sem você meu amor.
— Eu te amo. — ele disse soltando a minha mão e tocando meu rosto.
— Juliano. — Chamei a atenção do meu irmão calado.
— Fala.
— O que cê ainda tá fazendo aqui? — perguntei e o encarei. — Pode nos deixar sozinhos?
— Se vocês me prometerem não se matar…
— Não se preocupe e esqueça o avião. — Falei rindo. — Deixa que eu cuido do meu marido. — sorri olhando para o Ricelly.
— Graças a Deus! — Juliano bufa e fecha a porta antes de sair.
_______________Uma crise de leve antes do sim no altar né gente?!
Relaxe, não é o fim de Marique. Acho que marique nunca terá um fim, não enquanto um deles ainda sentir aquele amor tão lindo que demonstra.
Lila tá lá no céu, amando e o Ricelly tá aqui na terra a amando. É isso, marique nunca terá um fim!
Capítulo corrigido por: lu1zafigueiredo ❤
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Nossa História
Fanfiction"Amar você foi a escolha mais certa e perfeita, sem erros ou arrependimentos, eu só te amo!" Primeiro livro: Segunda Chance Segundo livro: Nossa História Início: 15/11/2021 Fim: 05/05/2022