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Um Mês Depois

— Mamãe – Léo se agarrou na perna de Marília pedindo atenção enquanto ela tentava colocar o Ravi para dormir. — Mamãe – ameaçou chorar.

— Mamãe já pega você, tá meu anjinho?  Deixe só o seu irmãozinho dormir – ela disse tentando segurar o choro.

Henrique colou a Carla na caminha e agradeceu por Maria Ruth ser tão calma, as duas já dormiam tranquilamente. Helena corria pelo quarto e Leo puxava o vestido de Marília insistindo por atenção.

Bendita hora que foi concordar em voltar para a fazenda, ela realmente achou que daria conta. Mas estavam cansados, era uma correria intensa e muito cansativa. Para completar o desespero dos pais, era a semana deles com Helena e Leo.

Sabendo o quão difícil estava a rotina da filha, Ruth resolveu que iria passar uns dias na fazenda e claro que seu marido foi junto, Maria ajudava muito, contudo tinha sete crianças na fazenda e isso deixava qualquer ser humano maluco.

Amanda até cogitou em mudar os dias e mandar um de cada vez, mais lembrou que dá última vez em que separou Helena e Leo os dois ficaram doente.

— Ô amor dorme – ela pedia nervosa e o menino olhava para ela como se estivesse enfeitiçado.

— Mamã – Léo começou a chorar.

— Léo, mamãe não pode – ela disse sentindo seu peito apertar.

— Vem com o papai amor – Ricelly se abaixou para pegar o menino.

— Não! – Gritou. — Mamãe, Quelo mamãe.

Se sentou no chão chorando e Helena correu para perto dele, era incrível como ela não gostava de vê-lo chorar, sempre fazia o possível para acalma-lo. Henrique tentou pegar o Ravi, mas este quando percebeu que não tinha mais os braços de Marília começou a chorar também.

— Chega, chega, chega – ela sussurrava voltando a pegar Ravi e balançar o mesmo. — Chega! – ela falou alto olhando pro Léo. — Pare de chorar, você não apanhou e nem tá doente, já falei que quando o Ravi dormir fico com você! – ela acabou sendo dura e o menino a olhou assustado.

— Marília! – Ruth disse entrando no quarto.

Desistindo de ser forte, a loira sentou no chão e começou a chorar também. Se sentia incapaz, não dava conta das cinco crianças, mesmo com o Henrique e a Maria ajudando.

Mohana e Juliano não tinham muito o que fazer, Maria Clara também dava bastante trabalho e a Tomtom então...

— Ô meu amor – Henrique sentou aí lado dela e a abraçou de lado.

— Filho – ela chamou. — Filho perdoa a mamãe – ela chorava olhando para o Léo. — Perdoa? – ele balançou a cabeça. — Então para de chorar e da um beijo na mamãe.

Ele levantou sorrindo e beijou o rosto da mamãe, Helena se aproximou dela ainda assustada com aquela agitação e passou as mãozinhas no rosto da Marília numa tentativa de enxugar as lágrimas.

— Não chola mamãe, eu te amo – Helena disse.

Dona Ruth acalmou as duas bebês que ameaçaram acordar com todo aquele barulho e depois pegou Ravi que foi de bom grado para o colo da Avó. Henrique e Marília levaram Léo e Helena para o quarto deles e lá brincaram com eles até que ambos dormiram.

Ser mãe é uma benção, mas as vezes benção demais deixa qualquer um louco, ela amava ser mãe, mas estava ficando esgotada e era só o primeiro mês.

Ruth fez a filha ir tomar um banho para poder jantar... Isso mesmo, jantar

A quanto tempo Marília e Henrique não sabem o que ter uma boa refeição? Já fazia muito tempo que eles não jantavam, almoçar? Isso nem existia mais.

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