09.

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LENNON

Já fazia um mês que eu tinha voltado pro Rio e te falar? Nesse meio tempo não consigo esquecer a noite maravilhosa que tive com a Maya.

A gente acabou de aproximando muito durante esse tempo, nos falamos todo dia. Nem consigo imaginar um dia sem falar com aquela mandada.

Esses dias Leozin e Matheusin ficaram me gastando dizendo que eu tô dominado, depois desse dia fiquei pensativo. Não fiquei com mais ninguém depois dela e não sinto vontade também.

Não sei se Maya sente o mesmo que eu, até por que eu não consigo explicar direito o que. Sei que ela me faz bem.

Ela me contou que viria para o Rio esse final de semana pra assistir o jogo do Flamengo.
Aquela mulher é louca por esse time, de dez coisas que ela posta ou fala, onze são sobre o Flamengo.

Parei de marolar e fui fazer uma das coisas que sei fazer de melhor: compôr.
Tava afim de um bagulho pegada lovesong e nem precisei pensar muito pra ter uma letra completa. Faltava só o beat.

- Coe Papato, cola aqui no estúdio. Preciso de um beat maneirin. - mandei um áudio pro mesmo que me respondeu na hora.

Não demorou muito pra Papatinho chegar e já começar a montar um beat jeito que só ele sabe.

- Coe Lennin, tá dominado? - perguntou rindo

- Ah, até tu tá marolando nessa ideia? - dei risada - Tô sossegado, eu diria.

Ficamos o resto do dia no estúdio e eu saí de lá já com a música toda pronta.
Cheguei em casa, tomei um banho e fui logo de berço. Tava mó cansado.

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Finalmente, sexta. Hoje a mandada da Maya chega e quem vai buscar a bonita? Eu mesmo. Mas por pura insistência minha mesmo, já que ela só viria no sábado por que o jogo é domingo.

Chamei ela pra ficar aqui no meu cafofo, matar a saudade, né.

Fiz tudo que tinha pra fazer durante a manhã e guiei pro aeroporto pra buscar a mandada. Ela chegaria às 13h e já eram 12h30.

Tava tranquilão dirigindo mas fui parado por uma blitz, mais uma vez. Dessa vez até fuzil na minha cara teve, fora as mesmas perguntas de sempre. Te falar? Bagulho chato, mané. Não são todos, mas uma boa parte me olha atravessado achando que sou incapaz de comprar um carro do ano de luz por conta da minha pele, do meu jeito de vestir, do meu cabelo, por várias coisas.

Por isso eu sempre gravo e posto, é minha forma de mostrar como o preconceito tá impregnado no nosso dia a dia. Geral fala que é por que eu quero ganhar mídia com e isso e tal, mas só quem passa sabe o que eu quero mostrar e dizer.

Eles revistaram tudo. Olhei o relógio em meu pulso que marcava 13h20 e comecei a ficar agoniado já mas sem demonstrar prós tiras. Depois de mais 10 minutos procurando não sei o que, eles me liberaram.

No meio do caminho avisei a Maya o que tinha acontecido e guiei o mais rápido possível pra ver minha gata.

Cheguei e ela tava do lado de fora já me esperando.

- A senhorita chamou um Uber? - perguntei chamando sua atenção

- Não perde a graça né garoto - falou entrando no carro

Após entrar ela veio logo me enchendo de selinho. Te falar? Coisa gostosa, viu.

- Isso tudo é saudade, gata? - perguntei risonho

- Isso não é nada, vou ficar grudada em você esse dias tudo. - falou simples colocando o cinto

Dei partida no carro indo em direção a minha casa.

- Mi casa, su casa. - falei com ela entrando em casa

Mal terminei de falar e a outra já tava esparramada no sofá. Folgada demais, mané.

- Meu Deus, que preguiça de tomar banho. - falou enfiando a almofada na cara

- Conta uma novidade aí gata. - falei rindo

Como resposta ela tacou a almofada e levantou em direção a sua mala.

- Bora, me leva pro quarto. Vou tomar banho só pra calar sua boca. - disse mandona

Olhei debochado pra ela mas fiz o que a madame pediu. Chegando no quarto ela foi direto pro banheiro tomar banho, Maya demorou horrores pra sair e eu já estava quase dormindo.

- Pensei que ia morar lá dentro. - falei me espreguiçando

- Tava lavando a alma também. - falou deitando e se aconchegando em meus braços

- Estava com saudade. - falei acariciando sua pele

- Eu também. - disse e levantou o olhar pra mim - Tu tá me fazendo um bem danado, tô ligada que a gente ficou poucas vezes mas eu sinto uma conexão inexplicável quando eu tô com você. E eu falo tanto pessoalmente quanto virtualmente.

Eu pude ver a sinceridade em seus olhos e foi nessa hora eu decidi mandar o papo reto pra ela. Falar o que eu sinto, afinal, não sou baú pra guardar.

- Maya, sem k.o - mantive meu olhar no seu - eu tava marolando sobre isso esses dias. Pensando no quanto tu me faz bem mesmo sem ter essa intenção, que em tão pouco tempo tu se tornou muito importante pra mim, sabe?

Ela concordou e pude ver que estava pensativa.

- Lennon, eu sei que tudo aconteceu muito rápido e em tão pouco tempo. Mas eu sou do tipo de pessoa que quando eu gosto me entrego intensamente e já me ferrei bastante com isso. Eu sinto tudo intensamente.

- Pô, preta. Eu te entendo, tá ligada? Mas se seu medo é que você se machuque, pode ficar tranquila que eu vou fazer o impossível e possível pra que isso não aconteça. Minha única vontade é ficar de love contigo, que a gente fique se curtindo. - falei sincero

Alisei seu rosto e colei nossos lábios, dando início a um beijo cheio de carinho. Ficamos nessa a tarde toda e por fim decidimos nos conhecermos melhor e que não ficaríamos com mais ninguém. Ou seja, estamos ficando sério. Pra mim já poderia ser namoro logo, não vou mentir, mas a Maya disse que é melhor assim até termos de fato a certeza do que queremos.

O que ela não me pede chorando que eu não faço sorrindo?

SORRISOS | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora